Vida longa à Hit-Girl! | JUDAO.com.br

Mark Millar convocou seu DREAM TEAM de escritores para darem à luz uma série de quadrinhos dedicados à pequena assassina. E com direito a um Kevin Smith :D

Mal completou 10 anos de existência e já dá para dizer que a Hit-Girl é um pilar(zinho) da Cultura Pop. Personagem divertida, carismática e fodona já na concepção, ela sacramentou-se como ALGO MAIS sob as lentes de Matthew Vaughn e por meio do vigor e intensidade de uma (então) pequenina Chloë Grace Moretz nas telonas. Agora, depois de ajudar a encerrar a saga de Dave Lizewski, o “Kick-Ass original”, nos quadrinhos, tá na hora da pequenina ter a sua (E SÓ SUA) chance de brilhar. E para além das minisséries, onde ela já fez cabeças rolarem.

Isso porque o escocês Mark Millar organizou sua versão do ESCRETE CANARINHO DE 1970 para trazer ao mundo uma série contínua de histórias protagonizadas pela pequena psicopata de saias, em várias tretas que devem fazê-la rodar o mundo.

“HIT-GIRL ESTÁ DE VOLTA! A pequena mistura de Justiceiro e Polly Pocket deixou a América e partiu para servir a justiça ao redor do mundo. Primeira parada: Colômbia. Uma mãe buscando vingança pela morte de seu filho emprega Hit-Girl numa caçada mortal ao seu assassino, mas Mindy tem planos maiores para o mais temido assassino de aluguel colombiano”, diz a sinopse oficial da primeira edição, roteirizada pelo próprio Millar e com artes de Ricardo Lopez Ortiz, que, vale lembrar, não faz parte daquele acordo com o Netflix (tirando o dinheiro que ele tá usando pra contratar essa galera, claro).

A coisa fica muito mais interessante A PARTIR desse primeiro arco colombiano, começando com o retorno dum tal Kevin Smith para a roteirização de gibis, após mais de três anos afastado, numa história que se passará em Los Angeles, e passando para um elenco estrelado de diferentes autores e artistas, de diferentes lugares do planeta. “Outros criadores na fila são Frank Quitely, Rafael Albuquerque, Pete Milligan, Eduardo Risso, Daniel Way. Tem um artista asiático por quem eu estou apaixonado, chamado Kim Jung Gi, e ele está fazendo um arco grande. É bem alta classe. Estamos gastando muita grana e contratando pessoas pelas quais eu sou obcecado”, brincou/confessou Millar ao Comicbook.com.

É uma alternativa ao ostracismo da personagem que faz todo sentido – não só porque temos aqui uma pequena mina de ouro (sem trocadilhos) a ser explorada, mas também porque o exercício de pegar a Hit-Girl e tirá-la das mãos de Millar e John Romita Jr., colocando-a nas de outros artistas, com mentes e estilos bem diferentes, deve gerar frutos incríveis para uma personagem que, inicialmente, pode não parecer tão interessante — afinal, qualquer versão de Justiceiro ainda é, bem... tão unidimensional quanto o Justiceiro. Mesmo que tenha uma infância cagada e daddy issues. :D

Capa variante de Hit-Girl: Colombia #1 por Rafael Albuquerque

Mas o legal é ver não só a paixão de Millar por esses personagens que ele criou (e que deram muito certo), como também a clareza com a qual ele os enxerga. Não pense que ter uma série de quadrinhos da Hit-Girl significará uma constante troca com Kick-Ass (que ganhará uma nova série aparentemente SENSACIONAL). Na realidade, Millar quer deixar tudo bem separadinho, por uma questão de tom e coesão universal, até. “Eu realmente gostei de ter o Kick-Ass e a Hit-Girl em histórias separadas, porque eles são personagens muito diferentes, que precisam de histórias diferentes. O Kick-Ass é muito realista, com uma confiança enorme. O personagem joga sob as regras dos super-heróis, mas só por ser um fã de quadrinhos”, explica Millar. “Mas a Hit-Girl é basicamente a pequena Frank Castle, então você não pode misturar isso todo mês, com um cara batendo nas pessoas para elas desmaiarem enquanto a parceira mata todo mundo com tiros na cara”.

E, sendo uma “série contínua”, quanto podemos esperar de Hit-Girl nas bancas e lojas de gibis mundo afora? “O segundo ano de Kick-Ass já está sendo escrito, e eu comprei o equivalente a três anos de Hit-Girl, tudo de uma vez”, o insano escocês detalha, sem falsa modéstia. “Eu estou basicamente encomendando lindos livros que eu quero ter nas minhas prateleiras. Isso será mega. Tem muita coisa rolando nos bastidores também, o que vocês ouvirão sobre nos próximos meses”. Que assim seja, Mark!

A nova série da Hit-Girl chega às vendinhas da gringa em fevereiro de 2018 – e, se tudo der certo, permanecem por aí por um bom tempo. Vida longa à Hit-Girl. Vida longa à Mindy Macready. Vida longa à coragem de Mark Millar!