Gibi traz o recomeço de Peter Parker após a fase Homem-Aranha Superior
Durante quase um ano e meio, Peter Parker esteve morto. Ou quase isso. O corpo do personagem continuou por aí, dominado pela mente do vilão Dr. Otopus, enquanto a consciência do Amigão da Vizinhança ficou no limbo. Isso até o mês passado. Peter Parker finalmente voltou ao ser dono do próprio corpo, a fase Superior acabou e, na última semana, a Marvel lançou nos EUA uma nova The Amazing Spider-Man #1 (Marvel Comics, US$ 5,99) que traz o retorno do bom e velho Homem-Aranha.
Atenção: resenha com spoilers para quem lê os gibis do personagem publicados pela Panini no Brasil.
O gibi, vamos combinar, é bem simples. Não é nada histórico, não é uma HQ que marcará gerações, nem nada disso. O que o roteirista Dan Slott faz é apresentar o novo status quo do Escalador de Paredes, definido justamente com os acontecimentos da fase Superior. Peter agora tem a sua própria startup, é (como nunca) odiado pelas pessoas (seja como herói ou em seu alter-ego civil), finalmente terminou o doutorado (DOUTOR Peter Parker!) e vive em um apartamento com a amada (ou melhor, a amada de Otto Octavius). Pois é.
A HQ principal é desenhada pelo Humberto Ramos. Não é segredo pra ninguém que não sou fã da arte do cara. Mas, convenhamos: em uma nova Amazing Spider-Man #1, nada mais justo do que ter um artista com estilo mais cartunesco. Tal qual o criador do herói e desenhista da primeira edição original, lá em 1963.
Diria até que a grande polêmica (hey, estamos falando da dupla Dan Slott/Humberto Ramos, sempre vai ter alguma) dessa revista nem é a arte. Na real, trata-se de um pequeno retcon na origem do Aranha, que é recontada no começo da HQ. Já sabemos que esse é o gancho para a introdução de uma nova personagem com poderes aracnídeos, algo com ligação com o crossover Original Sin. É, eu sei.
Essa primeira edição também traz outras histórias, além da principal. A segunda é com o Electro, aproveitando o fato do cara ser o vilão de O Espetacular Homem-Aranha 2. A HQ já define a base para o novo ataque dele, que será sentido nas próximas edições. A HQ seguinte é com a Gata Negra, que foi justamente uma das vítimas do “Otto Parker”, o Homem-Aranha Superior. Cheia de ódio e sem saber sobre a troca de mentes, ela irá atrás do ex-amado.
Calma, tem mais. A história seguinte traz um interessante traço infantil, assinada por Chris Eliopoulos. Basicamente, o Homem-Aranha é apresentado, com seus problemas, poderes, disparadores de teia... Algo que cabe bem em uma primeira edição, principalmente em semana de lançamento de novo filme.
As duas HQs seguintes servem para dar um boost em publicações relacionadas. É que a primeira delas traz o Homem-Aranha 2099, é assinada por Peter David e deixa um gancho para o novo gibi do herói, que chega em julho (nos EUA). Depois temos o clone malformado do Peter Parker, Kaine, que é devidamente introduzido como membro dos Novos Defensores.
A sensação geral da edição, no final das contas, é que Peter Parker teve um retorno bem decente ao posto de Homem-Aranha. Nada sensacional. Nada incrível. Nada amazing. Mas, hey, vai ser legal acompanhar o cara como empreendedor.
E sempre é legal acompanhar o Amigão da Vizinhança. ;)