“Eu sou um mau exemplo só porque fico por aí com os peitos de fora?” | JUDAO.com.br

Cada vez mais cheia de personalidade, Miley Cyrus prova que não tem medo de colocar o dedo em ferida nenhuma

Se tem uma coisa que, definitivamente, a filhota de Billy Ray Cyrus manteve de sua época de adolescência como Hannah Montana, dá pra dizer que é a língua afiada. Aquela mais do que bem-vinda vontade de falar o que se pensa e sem medo de incomodar que a gente tem tão forte entre os 13 e 16 anos... mas que vai perdendo com o tempo, à medida em que a gente vai se tornando “adulto”, “maduro” e “civilizado”.

Não é o caso de Miley. A menina está mais do que à vontade com a própria sexualidade, com as próprias escolhas e, senhoras e senhores, está cagando pro que eu, você ou a Taylor Swift achamos dela. “Eu me sinto como um garoto de 15 anos preso no corpo de uma menina de 22”, diz, em uma entrevista para a edição mais recente da revista Marie Claire lá nos EUA, da qual é capa.

“Na real, eu não me preocupo muito sobre estar sendo falada e vista por aí. Não sobrou muita coisa para as pessoas me pegarem fazendo. Quer invadir meu e-mail para tentar encontrar minhas fotos pelada? Eu simplesmente vou colocar lá pra você, então”.

A única coisa que a incomoda, mesmo, é o fato de, o tempo todo, alguém achar alguma coisa dela – ou, pelo menos, com o lance dos dois pesos e duas medidas. “Tem muito sexismo, idadismo, o que for. Kendrick Lamar canta sobre LSD e ele é descolado. Eu faço isso e sou uma vadia drogada”. E eis que então ela aponta sua mira para ninguém menos do que Taylor Swift, a atual queridinha da América, questionando o motivo pelo qual ela é sempre vista como a boa moça intocável. “Eu não entendo a coisa da violência e da vingança”, diz Miley sobre o clipe de Bad Blood, da Taylor, aquela superprodução repleta de participações especiais. “Aquilo deveria ser considerado um bom exemplo? E eu sou um péssimo exemplo porque ando por aí com os peitinhos de fora? Não sei como peitinhos podem ser considerados piores do que armas”.

Miley Cyrus

Olha só: não vamos tirar a declaração da Miley do contexto, como uma galera andou fazendo por aí. Sim, eu sei, você sabe, que Bad Blood é um clipe cuja intenção é ser uma versão 2.0 do Toxic, da Britney Spears, misturado com algo próximo d’Os Mercenários. Vamos juntar um monte de minas fodonas em uma ambientação típica de filmes de ação exagerados dos anos 1980, encher de explosões e pólvora e fazê-las chutarem as bundas de todo mundo que cruze seus caminhos. Isso é muito legal.

Mas não é DISSO que a Miley está falando. Ela não está falando da violência – que, aqui, é apenas gráfica, parte de uma escolha estética. O que ela está querendo dizer aqui é algo como “ué, a Taylor pode aparecer de metralhadora na mão que todo mundo vai continuar achando ela uma fofa, um amor, um exemplo de vida. Se fosse eu, seria acusada de incentivar a violência nas escolas ou coisa assim”.

E sobre isso, bom, ela está certíssima. ;)

“As pessoas querem me julgar, sabe?”, diz Miley. “As pessoas precisam de modelos de comportamento mais convencionais. Mas eu não quero ser esta pessoa”.

Obrigado, Miley. A gente também não quer que você seja. E nem quer ser, aliás. Continue firme e forte nas suas opiniões que, diabos, você já vai ser um modelo de comportamento mais do que adequado pra bons seres humanos de todas as idades (e gêneros!). ;)