Luana Piovani na Playboy: "Agora não sou obrigada a colocar o dedinho na boca para satisfazer o cara" | JUDAO.com.br

Versão Brasileira da revista ressurge em Abril com Luana Piovani e a promessa de todo um novo conceito

Luana Piovani será a capa da Playboy de Abril.

Parece algo que alguém poderia publicar num Dia da Mentira, conhecendo todo o histórico entre a atriz e a publicação que, em algum momento da história, chegou a dizer que só por R$5 Milhões “mostraria a perereca”. Mas é verdade e oficial, o anúncio foi feito nessa quinta, 04 de Fevereiro.

A questão toda é que não necessariamente Luana vai mostrar a perereca, como uma “Carta à Imprensa” assinada pela Equipe Playboy, liberada horas antes do anúncio, dá a entender. “As mulheres vão se despir como e o quanto quiserem, porque a nova Playboy defende que a nudez não deve ser comprada: a mulher é parceira e não terá mais obrigatoriedade de exibir nudez frontal. Assim, fica estabelecido que a estrela pode ter acesso a eventuais acordos e contrapartidas não editoriais, sempre articulados pela vice-presidência de Vendas, Marketing e Publicidade.”

O título da carta, aliás, diz que as “Mulheres serão parceiras da nova Playboy”, uma “aposta no reposicionamento dos valores editoriais da marca, atualizando sua filosofia, afinal é preciso acompanhar o progresso da sociedade”. Segundo eles, a “nudez não deve ser comprada”.

Aí embaixo você pode ler a carta na íntegra — com alguns destaques feitos pelo JUDÃO.

Luana Piovani

    Mulheres serão parceiras da nova Playboy
    Revista aposta no reposicionamento dos valores editoriaisda marca para resgatar prestígio. Publicação não pagará cachê por ensaios porque defende que a nudez não deve ser comprada.

    Com o desafio de se manter como a maior revista masculina do país e resgatar seu prestígio, a nova Playboy aposta no reposicionamento dos valores editoriais da marca, atualizando sua filosofia, afinal é preciso acompanhar o progresso da sociedade.

    Na nova Playboy, a mulher não será objeto de nudez, ela terá voz na revista e suas histórias de vida serão valorizadas. A nudez irá sempre existir, o que muda é o tom e o olhar sobre essa estrela.

    Foi pelo prazer de se despir, nesse contexto de novos valores, que a revista conquistou a primeira capa de sua nova fase. Os ensaios não serão mais pagos com cachê porque o corpo da mulher não tem preço. Na nova Playboy, não haverá leilão sobre qual estrela foi mais bem paga, porque nenhuma mulher vale mais que outra.

    As mulheres vão se despir como e o quanto quiserem, porque a nova Playboy defende que a nudez não deve ser comprada: a mulher é parceira e não terá mais obrigatoriedade de exibir nudez frontal. Assim, fica estabelecido que a estrela pode ter acesso a eventuais acordos e contrapartidas não editoriais, sempre articulados pela vice-presidência de Vendas, Marketing e Publicidade.

    A revista, lançada no Brasil pela Editora Abril há 41 anos, retornará às bancas de todo o país em abril e será o primeiro produto apresentado pela nova editora PBB Entertainment, que garante convergência da publicação com site, aplicativos, e-commerce e organização de eventos.

    Os principais valores editoriais da Playboy serão preservados. A missão é celebrar a vida e os seus prazeres, trazendo ensaios fotográficos com mulheres e jornalismo com inteligência, sofisticação e bom humor. Aliado a isso, a PBB aposta no modelo das startups, com uma redação estruturada horizontalmente e mentalidade jovem para fazer a revista.

    Capitaneada pelo publisher André Sanseverino, a equipe será dirigida por uma dupla formada pelo editor-chefe e pela diretora de criação, que representa não somente a co-gestão entre arte e texto no desenvolvimento de um novo projeto editorial e gráfico, como simboliza a união de um homem e uma mulher à frente da nova Playboy.

    A PBB é fruto da união de experiências de três sócios brasileiros: os empresários Marcos de Abreu, acionista-controlador de um grupo empresarial com atuação em diversos ramos da economia, que é Presidente do Conselho Empresarial; Edson Oliveira, executivo do mercado financeiro e empreendedor nas áreas de tecnologia e gestão, que é o Vice-Presidente de Vendas, Marketing & Publicidade; e André Sanseverino, fotógrafo de moda premiado pela Playboy, com trabalho em mais de 30 países, Vice-Presidente e Publisher.

    EQUIPE PLAYBOY

Creio que possamos dizer que, sim, é louvável a ideia de não fazer mais leilão, não fazer com que a mulher só apareça na revista estando pelada e coisas assim. De fato, é um posicionamento bastante CONDIZENTE com o mundo em que vivemos.

Mas ao garantir a nudez e, ao mesmo tempo, dizer que a mulher tira a roupa se quiser, não estaria a revista simplesmente lavando as mãos sobre o que vai ou não ser visto nas páginas da revista daqui pra frente? Não que precise provar qualquer coisa pra alguém, a falha ou o sucesso da nova versão INDEPENDE dos nudes, como a matriz já prova há algum tempo. Mas o que o público geral quer e espera, bom...

E esse colar, hein? ;D

E esse colar, hein? ;D

“A mudança de conceito trouxe uma nova cara para a Playboy e foi aí que me encantei”, disse Luana, em entrevista coletiva. “Hoje a revista convida as mulheres para fazerem o ensaio e elas fazem da forma que querem e mostram o que querem. E é para isso que estamos lutando. Porque o corpo é nosso e fazemos com ele o queremos”, afirmou.

“Aceitei porque mudou tudo, a marca é a mesma, o nome. Mudou o conceito, agora não sou obrigada a colocar o dedinho na boca para satisfazer o cara”

“Quem quiser posar nua, posa. Eu, por exemplo, quero. Mas cada uma que for convidada vai mostrar o que quiser. É uma revista para maiores de 18 anos, e sabemos que é isso que o leitor quer. Mas agora nada é obrigatório. Agora tem um viés mais poético e de arte, é uma coisa sensual, despida. Você escolhe um fotógrafo, faz um ensaio lindo e você decide o que quer mostrar. E é exatamente isso que me dá tesão de fazer Playboy agora. Ninguém te obriga a nada”.

O que a Playboy precisa é se focar em toda sua linha editorial, no público que pretende atingir, e não só nos ensaios que vai ou não publicar. Precisa ser CRIATIVA — e em todos esses pontos a Trip é um bom exemplo a ser seguido. E, vale lembrar, já publicou ensaio com a Luana Piovani pelada algumas vezes. :)

A questão é que a Playboy Brasil SEMPRE teve como foco os ensaios, ainda mais quando se propôs a colocar famosas e muito famosas nas suas capas. ISSO é o que precisa mudar, não o fato de pagar ou não cachê pra que as mulheres posem ou não nuas. Até porque, sim, existem mulheres que estão dispostas a tirar suas roupas pra fotógrafos independente do quanto receberiam por isso — Bruna Linzmeyer, na revista editada por Jorge Bispo, é um bom exemplo, além das tantas meninas que eu e você conhecemos que posam nuas pra projetos fotográficos.

Mesmo a Luana Piovani, de acordo com as hashtags que tem usado no seu instagram, está nessa de se expressar e/ou se exibir (#quarentamodeloMusa #maedetres #onTopOfmygame). A revista precisa, mais do que dizer que é isso que pretende, mostrar.

Sarah Rose McDaniel, primeira capa da Playboy gringa sem nudes: criatividade

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Em entrevista ao jornal PropMark, André Sanseverino afirmou que “A Playboy não pagará por nudez. Como contrapartida, o que queremos é proporcionar um momento único para as nossas estrelas. Os ensaios serão superproduções”. De acordo com o jornal, a ideia é “ir além do dinheiro e tornar o ensaio uma vitrine para novos contratos, um trabalho do qual a mulher possa se orgulhar”.

Vitrine para novos contratos... Foge dessa ideia de nudez não ser objeto, não?

O espaço para os grandes projetos editoriais impressos que seguem qualquer padrão está diminuindo a cada dia. A Playboy precisa se atualizar nesse sentido, independente de Luana Piovani ou quem quer que seja, na sua capa, com ou sem roupa. Só assim que vai valer a pena... Pra todo os envolvidos.

Aguardemos o futuro (e deixamos aqui o nosso convite para os editores da nova revista darem um pulo no nosso podcast, pra uma conversa maior e mais profunda. ;D)