SURPRESA! Quanto mais diverso o elenco, mais dinheiro o filme faz | JUDAO.com.br

Quem sabe alguns números não ajudem a abrir os olhos de quem, além de ser preconceituoso, ainda está perdendo um caminhão de dinheiro?

Olha, talvez a principal conclusão da mais recente edição do Hollywood Diversity Report, estudo realizado pela equipe do Ralph J. Bunche Center for African American Studies da UCLA, lá da Califórnia, não seja exatamente uma novidade pra VOCÊ. Pra nós, pelo menos, é uma descoberta até meio óbvia.

Mas em Hollywood, tudo leva a crer que ter uma pesquisa estruturada com números comprovando quantos milhões os estúdios estariam perdendo nesta brincadeira, possa ser a forma mais eficiente de fazer aquele bando de branquelos engravatados abrirem mais os olhos.

A grande conclusão aqui é (favor anotar): filmes com elencos que apresentam maior diversidade PERFORMAM muito melhor fora dos Estados Unidos.

“A sabedoria convencional da nossa indústria cinematográfica costumava dizer que não podemos ter um protagonista pertencente a uma minoria porque o filme vai ser vendido para territórios estrangeiros – e é lá que as grandes produções fazem mais dinheiro atualmente”, explica Darnell Hunt, diretor do Bunche Center, em entrevista para a Variety na qual comenta que, na teoria, nos países no mundo que existe fora das fronteiras dos EUA, haveria problemas com atores e atrizes não-brancos. Mas bem na teoria MESMO, né? “O que nosso estudo mostra é que esta lógica é falsa”.

Cage

Os pesquisadores analisaram 163 filmes americanos lançados em 2014 e descobriram que a mediana de arrecadação global de produções com um elenco que tinha entre 41 e 50% de não-brancos (entenda aí não apenas negros, mas também latinos e asiáticos) foi de US$ 122 milhões – contra apenas US$ 53 milhões no caso dos filmes com menos de 10% de intérpretes que fugiram daquele padrão branquelo. O que isso quer dizer, na prática? Que, na mediana, os investidores de filmes com elencos mais diversos tiveram um retorno de mais de 3,4 vezes sobre o valor da grana que gastaram na produção. As películas com menos diversidade conseguiram, no máximo, empatar o jogo – cobrindo os gastos, sem grande margem de lucro.

Sabe qual é o motivo disso? É elementar, caro Watson. A palavra “representatividade” significa algo pra você? As pessoas foram ver mais filmes nos quais se viam reconhecidas: público mais diverso procura filmes mais diversos. Equação que também é meio óbvia, mas que os caras foram lá provar com números também: fazendo uso dos dados da empresa de mensuramento de bilheteria Rentrak, eles descobriram que 58% dos espectadores dos oito filmes mais diversos detectados na pesquisa eram não-brancos. E mais: negros, asiáticos e latinos foram responsáveis por 50% de todos os ingressos vendidos nos Estados Unidos em 2014 (sendo que apenas os latinos representaram 1/4 do total).

O Hollywood Diversity Report ainda se debruçou um pouco no mundinho da telinha e deu de cara com um cenário bem parecido ao analisar 1146 programas de TV (aberta, cabo ou mesmo streaming). Aqueles que tiveram, em sua maioria, mais atores não-brancos garantiram as maiores audiências no que diz respeito ao público entre 18 e 49 anos. Aliás, estas atrações televisivas que recrutaram no mínimo 31% de minorias em seus elencos também foram as que mais chamaram a atenção inclusive dos espectadores em domicílios de famílias declaradamente brancas.

“As pessoas querem se ver refletidas na mídia”, diz Hunt. “Você se relaciona melhor com personagens que parecem com você, que têm experiências que são similares às suas próprias”.

Sério MESMO que tem gente com dificuldade pra de entender isso?

PoOOoOooODCAST!

Careca, pelado e branco

OUÇA!

Seria legal se o Oscar fosse só sobre os melhores (ou não) filmes do ano... Com Borbs, Renan Martins Frade, Thiago Cardim e Leandro Iamin na mesa de som. :)

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