Netflix confirmou (oficialmente) a continuação da série e os Irmãos Duffer deram alguns detalhes sobre suas ideias e inspirações. E agora?
Netflix anunciou oficialmente a segunda temporada de Stranger Things, nessa quarta-feira (31). Serão outros nove episódios, escritos pelos Irmãos Duffer, que também produzirão a série ao lado de Shawn Levy e Dan Cohen. Em outras palavras: tá todo mundo de volta.
“Só não sabemos sobre a Eleven”, afirmou Ross Duffer em entrevista à EW. Isso significa, portanto, que Stranger Things não se tornará uma série de ANTOLOGIA, como American Horror Story ou essas últimas séries criadas pelo Ryan Murphy. “Nós nunca pensamos nisso, eu acho. Pensamos em dar um pulo maior no tempo, com as crianças mais velhas, numa década diferente” disse Ross. “Mas, pra gente, ainda há história nos anos 1980, ainda há coisas que não foram resolvidas”.
Engraçado ele dizer isso, já que entre o terceiro e o quarto episódio da primeira temporada basicamente tudo já havia sido resolvido. Já tínhamos visto o Demogorgon, já sabíamos que o mundo invertido era, bom, um mundo invertido, a Barbs nem conseguiu sair da piscina e a Eleven, usando seus poderes, iria ajudar a encontrar o Will. A série deixou de ser sobre mistérios e se tornou uma corrida maluca com dois ou três episódios a mais do que precisava que, não fosse a trilha sonora, teriam cansado rapidinho.
No vídeo de anúncio da segunda temporada foram relevados os títulos dos episódios, que se passarão um ano depois, durante o Outono de 1984: Mad Max, O Menino que Ressuscitou, A Plantação de Abóboras, o Palácio, A Tempestade, O Girino, A Cabana Secreta, O Cérebro e O Irmão Desaparecido. O que podemos tirar daí?
ATUALIZADO! Primeiro que, enquanto a 1a temporada precisou do Natal pra contar sua história direitinho, a segunda deve se misturar com o Halloween, como uma PLANTAÇÃO DE ABÓBORAS indica. “Vão rolar novas e interessantes dinâmicas que não vimos na primeira”, afirmou Matt Duffer, que contou que quatro novos personagens serão inseridos na série.
Três deles já sabemos quem são, de acordo com informações do TVLine: Max, uma garota que tem entre 12 e 14 anos que, ao invés de bicicleta, prefere um skate, é “durona e confidente” e tem “comportamentos, aparência e objetivos parecem mais típicos de garotos do que garotas daquela época”.
Mad Max é o nome do primeiro episódio.
Roman é outro personagem, que não sabemos (e não importa) se é homem ou mulher, tem 30 e poucos anos e sofreu uma perda muito grande quando criança e busca vingança desde então. Encaixa certinho com a história até agora, não?
Mas quem se encaixa também é Billy, o irmão mais velho de Max, “cheio de músculos e super-confiante”, que dirige um Camaro. O Irmão Desaparecido é o nome do último episódio da temporada.
Hmmmm...
Ainda há história nos anos 1980, ainda há coisas que não foram resolvidas
Na entrevista à EW, os Irmãos Duffer ainda afirmaram que a segunda temporada vai dar uma saída de Hawkins (“O que eu posso dizer é que a primeira cena não vai ser lá”) e que, óbvio, o mundo invertido vai voltar. “Nós meio que só mostramos uma parte”, disse Matt Duffer. “O portão tá aberto em Hawkins, e ainda há muitas questões a ser respondidas, como ‘se o monstro tá morto, será que só tinha um?'” afirmou Ross Duffer.
Bom, quando a Nancy vai até lá, ela vê um dos monstros comendo o CERVO e pisa em outro, que vai atrás dela. Me parece óbvia a resposta sobre ter um ou vários monstros, mas vai saber, né?
Aliás, óbvia também é a aparição da Eleven e, diria eu, baseado naquele cliffhanger do último episódio que já era esperado diversos minutos antes, esse será o MOTE do segundo ano. Onde está Eleven? (Eleven, El, mesmo. ON não dá, né, Netflix? ;D)
Embora não seja uma obra do algoritmo do Netflix, eu consigo entender o que quem afirma que Stranger Things é nada mais que isso quer dizer, especialmente com a quantidade de esfregadas na cara das chamadas “referências”, como o QUARTETO caminhando pelo trilho de trem, tal qual Conta Comigo, ou o Demogordon babando na cara do moleque, tal qual Alien 3.
Referência deveria ser só uma referência, ou passa a ser fanservice, e aí precisa ser MUITO bem feito pra funcionar e encaixar.
E aí me deixa um pouco preocupado o fato dos Irmãos Duffer já estarem dizendo o que podemos esperar dessa nova temporada em termos de inspirações, referências e coisas do tipo. Por exemplo, Matt já citou sequências, como Templo da Perdição, Exterminador do Futuro 2 e Aliens – O Resgate (“Eu sei que sempre cagam em sequências de filmes, mas as que nós estamos usando pra nos inspirar a fazer algo diferente”) e o trabalho de James Cameron. Ou melhor: o trabalho de James Cameron em... sequências. “Ele faz as sequências dele diferente, sem perder o que amamos sobre o original. Meio que olhamos o que ele faz e tentamos capturar um pouco da mágica do seu trabalho”.
Eu... Sei lá. Você assiste aos trabalhos do JJ Abrams e enxerga muito de Steven Spielberg, mas ao mesmo tempo sabe que é algo do JJ Abrams. O que me parece, aqui, é que os Irmãos Duffer tentam fazer como a maioria dos podcasts brasileiros fazem: escolhem um assunto, estudam à exaustão e depois repetem o que aprenderam.
E aí, de fato, parece um algoritmo. :P
Seguindo os padrões do Netflix, a segunda temporada de Stranger Things deve estrear em Julho de 2017. Só que, agora, todas as atenções estão voltadas aos Duffer Brothers. Vamos ver como eles se saem...