Foi um movimento que mostrou BOLAS por parte da Warner / DC quando eles resolveram adiar Batman VS. Superman pra um dia, dez meses depois, em que o décimo segundo filme do Universo Marvel iria estrear. Apesar de ter Batman, Superman e Mulher-Maravilha juntos, a essa altura do campeonato bater de frente com quem quer que fosse não é tarefa fácil.

Há algumas semanas, Kevin Feige disse num dia que a data seria mantida, independente de concorrência e, no outro, a Marvel mandou avisar a quem interessasse que, no dia 6 de Maio de 2016, o filme que iria enfrentar os super-herois mais famosos de todos os universos era Capitão América 3.

Corajoso esse movimento, também, esfregando nas nossas faces, boquiabertas, que vivemos em um mundo em que o Capitão América, o escoteiro da Marvel, tem capacidade de bater de frente com Homem-Morcego, Homem de Aço e aquela é, por muitos, considerada a principal personagem feminina que se tem por aí. Mas, acredite, não é de graça. Não é sem razão. Não é (só) provocação.

Não é à toa ou irrelevante a informação que o JUDÃO apurou, com exclusividade, de que a Warner deverá adiantar a estreia do filme em uma semana em todo o mundo, repetindo o que fará no Brasil. Acredite em mim: alguém lá dentro assistiu a Capitão América 2: O Soldado Invernal e mandou tomarem essa decisão. Porque o filme chega como um escudo de proto-Adamantium (ainda mais poderoso que o do Wolverine, diga-se) com Vibranium no meio do seu nariz. E no dessa brincadeira que é a tal da cultura pop.

Indo direto ao ponto: em relação a sequências, Thor: O Mundo Sombrio é mais divertido. Em relação a filmes inicias, Homem de Ferro ainda é o grande filme dessa brincadeira toda. Mas Soldado Invernal é... PODEROSO.

Acho que essa é a palavra que melhor define.

Tem tudo o que você espera de um filme desse universo — referências e easter eggs ligados a filmes passados e futuros, piadinhas divertidas só porque sim, grandes sequências de ação, personagens secundários sensacionais, algo para que se lute contra, cliffhangers e DUAS cenas pós-créditos. Mas há duas novidades importantíssimas.

A primeira delas é a força que a Viúva Negra da Scarlett Johansson passou a ter como personagem e pra todo o universo. Em Homem de Ferro 2 e Vingadores a gente já sabia do que ela era capaz, mas o protagonismo era absolutamente outro. Dessa vez, até pela facilidade que um personagem que ficou congelado por trocentos anos permite num caso desses, ela meio que assume as rédeas de Steve Rogers até um determinado ponto do filme. É um BEIJINHO ASSOPRADO com GOSTINHO de um filme solo que daria muito, MUITO certo.

A outra novidade, que não vou entrar em detalhes pra não estragar a experiência de ninguém, é a quebra de algo que servia como a espinha de TODO o universo. É o surgimento do “E AGORA?” válido pra todos os próximos filmes, pra todas as séries. Tudo, absolutamente tudo. É o início, no meio da fase 2, de um reset. Ou, talvez, só um CTRL+ALT+DEL no que conhecemos, pra poder ter mais fôlego pela Fase 3, 4 e sabe-se lá até onde mais iremos.

Ao contrário de Homem de Ferro 3, Thor: O Mundo Sombrio e até mesmo do primeiro filme, Capitão América 2: O Soldado Invernal é daqueles longas que são parte de um todo, servindo e funcionando como preparação ao que está por vir. A diferença agora é que ele assume uma importância para o futuro que só o primeiro Homem de Ferro tinha, até agora. ATÉ O TÍTULO serve mais pro futuro do que pro hoje.

Daí todo o seu poder.
Daí a batida no peito do estúdio.
Daí a possível arregada da Warner / DC.

Uma arregada que mostrará, mais do que medo, respeito. É como quando você entra no mar. Tem de saber exatamente ONDE você está, sem se deixar levar pela empolgação. E se vier alguma onda, enfrenta, não deixa bater — ela te leva.

2015, 2016, vemnimim.