3%, primeira série BR original do Netflix, estreia em Novembro! | JUDAO.com.br

As portas do mundo estarão abertas para as produções nacionais. É hora de aproveitar. :)

Netflix ainda tem uma barreira a ser quebrada: transformar suas produções originais locais em obras realmente internacionais. Não é só produzir algo de um país específico e colocar no seu catálogo, legendando e dublando pra uma caralhada de línguas e que resolve isso.

A máquina Hollywoodiana poderia funcionar nesse ponto, como faz com quase todas duas produções Made in USA. Divulgação, marketing e, claro, uma história que tenha apelo global, são mais do que necessários — é só ver como Narcos funciona.

3%, a primeira produção Brasileira do serviço de streaming, pode ser um primeiro passo nessa direção, como poderemos perceber a partir do dia 25 de Novembro, quando os OITÔ primeiros episódios da série estiverem disponíveis nos mais de 190 países onde se é possível acessar o catálogo do Netflix.

3%, primeira produção Brasileira do Netflix, estreia em 25 de Novembro

A trama, criada por Pedro Aguilera, se passa num mundo dividido. Ao chegar aos 20 anos, todas as pessoas do lado mais desfavorecido podem se inscrever em um processo seletivo para viver do outro lado, em um mundo melhor e mais digno. Mas apenas 3% dos inscritos são aprovados (sacou?) depois de passar por provas tensas e estressantes, que vão levar seus participantes ao limite.

“A história da série parte da ideia original do autor, mas a gente foi para um caminho totalmente diferente”, explicou o diretor César Charlone em entrevista ao E! Online Brasil. “Aquilo é a ideia inicial, o argumento, mas o roteiro e a realização são novos”, disse ele.

César é um uruguaio radicado no Brasil que dirigiu o ótimo O Banheiro do Papa, conhecido pelas muitas parcerias como diretor de fotografia nos filmes de Fernando Meirelles (Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel, entre outros) e ele comanda um elenco que tem Bianca Comparato (Sete Vidas), João Miguel (Estômago), Zezé Motta (Xica da Silva), Mel Fronckowiak (Rebelde), Rodolfo Valente (Sítio do Picapau Amarelo), Vaneza Oliveira, Michel Gomes (Cidade de Deus), Rafael Lozano (Sessão de Terapia) e Viviane Porto (Garotas do ABC).

3% tem ares de distopia, um subgênero da ficção científica que representa o contrário da utopia, um estado em condições de extrema opressão e desespero, caracterizado pelo totalitarismo e pela tecnologia como ferramenta de controle. Uma coisa na mesma linha dos recentes Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner e tantos outros livros chamados de YOUNG ADULTS — e é justamente esta opção por uma produção que vai por uma pegada menos “regional” e mais aberta, numa temática que tem sido recorrente para o público mais jovem, facilmente reconhecível, que pode ajudar na missão de tornar global uma série produzida de forma local.

Mas Charlone afirma que preferiu se aprofundar mais e fugir dos estereótipos. “As distopias sempre têm aquela coisa cinzenta, triste, e eu falei: ‘A gente pode ser triste, mas às vezes na tristeza há esperança’. Propusemos uma coisa diferente visualmente e em termos de textura”.

Veremos o que esse mundo nos reserva em pouco mais de um mês. ;)