Ok, ainda é apenas um rumor, mas HEY, poderia ser legal, sabe?
Lembro bem quando a Marvel Studios anunciou o filme dos Guardiões da Galáxia na San Diego Comic-Con de 2012. Não foi do mais imenso nada, já que o presidente Kevin Feige já tinha tido aqui e ali que gostava da equipe. Ainda assim, ninguém esperava que a Casa das Ideias (já parte da Disney) fosse bancar o risco de lançar um filme com um grupo de heróis que eram ilustres desconhecidos até para muitos leitores de HQs. Eles arriscaram e, bom, já garantiram na última Comic-Con que a franquia ganhará uma continuação e, nesse momento, tão contando as belas verdinhas que estão lucrando — o filme já ultrapassou até O Homem de Aço nas bilheterias.
Agora, pense na Warner Bros.. Parte do mesmo grupo da DC Comics desde o final dos anos 60, nunca soube brincar com o que tem na estante quando falamos da tela grande. Vamos ser sinceros: eles fizeram bons e ótimos filmes do Superman; fizeram bons, ruins e ótimos filmes do Batman; e um péssimo filme do Lanterna Verde. Na hora de seguir a Marvel e criar um universo coeso nos cinemas, começaram pelo Superman. E vão colocar o Batman. O resto vai vir, mas na esteira desses dois. Tá na hora do pessoal em Burbank arriscar (mesmo que estejam preocupados com os próprios empregos, aliás)! Mas um risco calculado.
Esse risco poderia atender pelo nome de “Shazam”, recentemente confirmado como um filme da subsidiária New Line – e, provavelmente, sem ligação com os outros heróis. Mas esse ~arriscar poderia (e, diria mais, DEVERIA!) atender pelo nome de “Legião dos Super-Heróis” – que, veja só, acaba de surgir num recente rumor, apontando que um filme da equipe estaria em pré-produção.
Esse é um rumor do tipo RUMOR. Tão procurando roteiristas? Ok, tem roteiro pro que você quiser em Hollywood. Até sobre astronautas esquisitos com base na mitologia grega, no caso se alguém precisar resgatar gente em outro país. Mas... Essa pode ser uma parte da solução dos problemas da Warner – incluindo aí “jogar fora” aquela diretriz de “no jokes” nos filmes baseados em heróis da DC, algo que já não vai valer muito pro Shazam.
De qualquer forma, pensa comigo: a Legião dos Super-Heróis não é um grupo que pouco apareceu nas HQs, como são os Guardiões. Pelo contrário. Criados em 1958 por Otto Binder e Al Plastino, os heróis (que atendiam, e ainda atendem, por nomes ~descolados como Cósmico, Relâmpago, Sartúnia, Moça Tríplice, Saltador, Ultra Rapaz e Brainiac 5, entre outros OITOCENTOS integrantes) eram um grupo de jovens dos diversos confins da galáxia (e da Terra) que protegiam os Planetas Unidos no século XXX (depois, no XXXI) inspirados no legado do Superman. Certa vez, ao viajar no tempo para encontrar a grande inspiração, acabaram chegando no momento no qual Clark Kent ainda defendia Smallville sob o nome Superboy.
O Superboy (e a Supergirl também) foram elementos presentes na grande fase da equipe, entre os anos 60 e 80, mas é injusto falar que o sucesso entre os leitores veio por isso. Na real, isso aconteceu porque a Legião era uma grande mistura de adolescentes completamente diferentes e superpoderosos, que escolhiam um líder de forma rotativa e, muitas vezes, viviam histórias meio que bizarras e engraçadas. Era algo de certa forma até despretensioso – entendeu, agora, o paralelo com os Guardiões?
Isso não quer dizer que a Legião não tenha uma cronologia recheada de histórias impactantes que poderiam ajudar a construir o enredo de um filme. Uma delas é A Saga das Trevas Eternas, de 1982, quando os Legionários ficam cara a cara com o vilão Darkseid num arco escrito por Paul Levitz.
A Legião também poderia facilmente ser encaixada no contexto do Universo DC dos cinemas – mais fácil até do que está sendo o trabalho da Marvel para encaixar os Guardiões. Afinal, o surgimento da equipe é ligado ao Superman – ok, nos cinemas nunca houve um Superboy, mas é só falar que o Superman é a inspiração do século XXI e pronto – e os Legionários nem precisam encontrá-lo logo de cara. A conexão com Darkseid também é importante, já que é quase fato que usarão o cara em algum momento como o vilão da Liga da Justiça.
Aliás, sabia que Thanos foi criado por Jim Starlin para ser o “Darkseid da Marvel”? Pois é.
Outra conexão com o Supinho pode ser estabelecida por meio do Brainiac 5, que tem como ancestral Brainiac 2, um cara que foi criado como filho pelo vilão do Homem de Aço que atende pelo mesmo nome (e, depois, como um clone do mesmo).
Fora o fato que a Warner nem vai precisar se preocupar tanto com o “mimimi” dos fãs, caso faça grandes mudanças na equipe. Nem nas HQs a Legião tem uma cronologia muito coesa, tendo sofrido reboots nos anos 80, 90 e 2000. Mais recentemente, a DC reincorporou a Legião original à cronologia, só que com os integrantes mais velhos – e mesmo o reboot de 2011 mexeu pouco com os caras.
Além de tudo isso, a Legião dos Super-Heróis não é novata em outras mídias, tendo já aparecido na série Smallville e tido um desenho animado para chamar de seu há alguns anos. Pois é, uma base de fãs fora dos quadrinhos, mesmo que pequena, já tá lá.
ENFIM, só digo uma coisa: se eu fosse executivo da Warner, dava ouvidos a esses boatos e mandava tocar esse projeto com o humor (e a seriedade) necessários. Se não tiver nenhum roteirista interessado, bom... Tô por aqui, Caixa D’Água! ;)