Apesar do início um tanto chato, “Heavy is the Head” acabou com uma coroa enorme e pesada nas nossas cabeças. O que vem por aí? :D
SPOILER! Agents of SHIELD tem um problema com a maioria dos seus episódios: é Whedonesque demais. Sempre me incomodou o “vazio” que a maioria das séries que tinham, em algum lugar, a assinatura de Joss Whedon, tem. Os personagens costumam ser distantes, as emoções forçadas, a ação artificial.
O segundo episódio dessa nova temporada, Heavy is the Head, é um exemplo claro disso. Você olha pra Agente May e a vê forçando a falta de emoções, forçando a pressa que precisa ter pra invadir o restaurante onde está o vilão, a coisa de “deixo o cara que pode guelar tudo o que a gente tá fazendo aqui pra ser preso ou salvo o mundo todo”, a relação com o Diretor Coulson.
O Homem-Absorvente, então, merece o Oscar das Novelas Mexicanas. Em nenhum, NENHUM momento você consegue sentir e/ou perceber a agonia que ele claramente sente por conta desse poder maluco que tem. É quase igual (ou pior, talvez) que a Chloë Moretz em Carrie, a Estranha.
Sabe, Agents of SHIELD é sim uma série de ação, mas também todos os seus dramas acontecendo. Semana passada, eles enterraram a Hydra e mostraram que a SHIELD estava de volta, numa pressa absurda; agora, não só terminaram a história do Absorvente, que não está mais pra sempre livre (DESCULPA!) rapidinho como me fizeram ter um sono bem forte por pelo menos a primeira metade do episódio.
As coisas só melhoraram quando a Raina, mulher do vestido florido <3, apareceu. Quando a Skye botou as asinhas de fora (como fez durante boa parte da primeira temporada). Quando o Fitz começou a se distanciar um pouco da ilusão da Simmons. Quando, enfim, Agents of SHIELD começou a seguir seu caminho, depois de ter mostrado pra gente a situação do Universo Marvel — Hydra escondida, SHIELD ganhando fôlego, terreno sendo preparado pra Nick Fury em Os Vingadores 2. Agora, aparentemente, os problemas ficarão apenas dentro do Universo da série, enquanto as soluções — essas sim — podem ter algum tipo de repercussão lá fora.
Por exemplo... O que a foda é aquele tal de Obelisco? Por que o Coulson tem essas ~vontades malucas de fazer aqueles desenhos na parede (e que, aliás, explicam o título do episódio)? Por que a Raina conseguiu segurar o negócio, sem virar uma pedra? O que o pai da Skye (e aparentemente a própria Skye) podem fazer com aquele objeto, afinal?
A resposta pra tudo isso pode ser apenas uma: a Inumanidade.
Essa aí em cima é a capa de Inhuman #03, lançada em Agosto, agorinha. Olhe com cuidado para as letras INHU. Talvez você já tenha visto esses símbolos em algum lugar... Talvez, tenha sido na parede do Coulson. Talvez, naquela tela em que a Skye ficava olhando sem saber exatamente o que procurar. Talvez, no tal do Obelisco quando a Raina o toca. Talvez, na metade de corpo azul no laboratório da SHIELD, no fim da 1a temporada. Talvez, naquela caverna de Smallville.
Quem percebeu essa enorme, digamos, coincidência foi Meagan Damore, do ComicBookResources — e ela tem uma teoria imensa sobre como Agents of SHIELD pode estar introduzindo os Inumanos no Universo Marvel, algo que muita gente comenta há tanto tempo, especialmente porque os “Mutantes” estão lá com a Fox e, bem, seria a maneira perfeita de explicar os GÊMEOS de Os Vingadores — além de ter alguns vários personagens interessantes no seu universo.
Nos quadrinhos, eles surgiram depois de experiências realizadas pelos Kree, que nós vimos muito bem, obrigado, em Guardiões da Galáxia e, bem, não tão bem assim, no laboratório da SHIELD — onde Coulson foi ressuscitado e Skye ganhou um tempo a mais de vida. Mas e se, no Universo Marvel dos Cinemas, a HYDRA fosse a responsável por tais experiências, USANDO os Kree?
Infiltrados na SHIELD eles estavam, afinal. Há um corpo Kree deitado por lá, afinal. E a HYDRA nunca se preocupou muito em ~realizar experiências. É uma matemática BASTANTE simples, aliás.
Mesmo em relação a Pietro e Wanda, os gêmeos apresentados por Von Strucker na cena pós-créditos de Capitão América: O Soldado Invernal. Nos quadrinhos, os dois são filhos do Magneto que, novamente, tá lá dormindo abraçadinho com “mutantes” dentro de alguma gaveta de contratos da Fox. E se nesse universo eles fossem filhos de Von Strucker que, olha só, TEM MESMO filhos gêmeos, os Fenris?! :D
Eles poderiam ser os primeiros Inumanos com PODERES, enquanto outros tantos poderiam ter sido modificados através dos tempos. Por exemplo, o pai da Skye. A própria Skye. E, claro, a Raina, que não só conseguiu segurar aquele objeto (que pode ser Kree), como em determinado momento do personagem, fala sobre o “nós vamos nos tornar”. E ela sempre pareceu mais interessada em ver os humanos ~evoluindo do que em qualquer organização secreta, do bem ou do mal.
Ao fim do episódio, estava eu com um enorme ponto de interrogação na testa, ao lado de uns dois ou três de exclamação, um pouco menores, já que depois de uma boa parte chata pra caralho, “Heavy is the Head” me fez querer, e muito, que a próxima terça-feira chegasse logo. Encontrar essa teoria dos Inumanos, bastante sem querer, só me fez querer que todo dia fosse terça-feira.
Essa é, exatamente, a graça de Agents of SHIELD. Tem a sua própria história, que ajuda a contar tantas outras, maiores. Mesmo que seja Whedonesque demais. ;)