Volta ao Mundo em 40 Dias: Argentina | JUDAO.com.br

O país da Mafalda, do Drama, do Futebol, do Romarinho e da PIZZA!

Durante uns 40 dias, entre Abril e Maio de 2014, eu abandonei o JUDÃO e saí viajando pelo Mundo. Doeu no coração, mas era uma daquelas oportunidades de vida — profissional e pessoal — que surgem uma vez a cada trinta anos ou menos. Fui pra Argentina, EUA, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Qatar, Hong Kong, Austrália e Chile e, agora, vou tentar dividir com vocês um pouco de tudo o que conheci, ouvi, vi e senti — tirando essa maldita dor no joelho que me acompanha até agora. :D

Tudo começou em Buenos Aires.

Entre as muitas coisas que quem visita o Brasil espera, futebol e o churrasco estão entre as principais. Quem vem de fora conhece Pelé, Neymar e Romarinho, e quer comer aquela carne que vem no espeto e é cortada no seu prato — ou pelo menos era, já que agora a ETIQUETA exige que você use aquelas pinças pra pegar a carne... Mas enfim. Tem gente que ainda chama o Brasil de país do futebol! Isso porque não visitaram a Argentina. ;)

Você acabou de pousar em Ezeiza, vai pegar um taxi pro seu hotel. Ao perceberem que você é Brasileiro — seja porque você é um paunocu que nem sequer arrisca um “Buenas Noches” e fala português com ele como se tivesse protestando na Paulista num domingo, seja porque você se perde lindamente no meio do portuñol — futebol é uma das três primeiras coisas sobre as quais ele vai falar com você.

Eles, claro, fazem toda a lição de casa de um país que, pra dizer o mínimo, recebe muitos turistas. Conhecem tudo quanto é clube, sabem cantar hinos e até um “Vai Corinthians!” ouvi do Carlos, que me levou do hotel até o Aeroporto de Ezeiza, em pleno dia de Greve Geral.

Greve Geral... os argentinos não costumam ficar calados frente ao que não gostam — ou do que gostam. Por qualquer coisa eles protestam, fazem greves e enfim, se fazem ouvidos. Seja nos muros da cidade, seja na frente da Casa Rosada, a sede do Governo. Acampam por dias, semanas, meses lá na frente; fazem panelaços nas RUAS e, justamente no meu último dia em Buenos Aires, pararam tudo. Fiquei mais de 12h no Aeroporto, sem fazer ABSOLUTAMENTE NADA, enquanto o pessoal mandava um recado muito bem dado. Lá, é impossível o governador dizer que não existe greve, seja lá de qual categoria for. Eles não sossegam.

Assim como as torcidas de futebol. Argentino Juniors, Huracán, Vélez Sarsfield, San Lorenzo, River Plate, Boca Júniors... Você conhece esses nomes, de um jeito ou de outro. Seja porque seu time já perdeu pra (pelo menos) um deles na Libertadores, seja porque o seu time já venceu (pelo menos) um deles... Seja porque “BRASIL DECIME QUE SE SIENTE”.

Foi nesse gol iluminado, que, em 2012, Romarinho fez aquilo. :D

Foi nesse gol iluminado, que, em 2012, Romarinho fez aquilo. :D

Não podia, obviamente, deixar de visitar o Museo de la Pasion Boquense, dentro da Bombonera, aquele estádio em que ROMARINHO foi, viu, venceu e deixou uma marca em todos os funcionários do clube, que sempre faziam aquela ~cara feia quando sabiam que eu era Corinthiano — além de pedir que eu não gritasse “VAI CORINTHIANS!” quando eles tentavam demonstrar quão barulhenta era a torcida do Boca lá dentro. “Assim você faz a gente passar vergonha”, disse a Alana, a nossa guia. :)

E isso foi na parte do estádio que fica exatamente acima do vestiário dos times adversários, que são obrigados a lidar com a pressão da torcida mesmo antes de entrar no estádio. :D

Sabe quando você viaja e aí vê alguma coisa, num filme ou série, que você visitou e fica todo meninão, querendo contar pra todo mundo que esteve lá, ao mesmo tempo em que luta internamente pra não parecer um babaca? É uma sensação parecida poder conhecer por dentro aquele mítico estádio — e saber que o Romarinho marcou um gol, ali, bem na sua frente... :D

A visita guiada custa só 10 pesos a mais no ingresso “normal” e vale cada centavo. ;D

O que também vale cada centavo é a comida de Buenos Aires. Em frente ao estádio tem um bar, chamado La Glorieta de Quique, todo temático, azul e amarelo. É onde a torcida do Boca, os xeneizes ou BOSTEROS (sim!), se reúne antes dos jogos, pra beber e comer carnes. AQUELAS carnes.

Segundo Fabian, o “asador”, o bar existe há mais de 40 anos e tem esse nome em nome em homenagem ao primeiro campo onde o Boca jogou. Como é de se esperar, apenas torcedores do Boca (como o próprio Fabian, claro) “podem” comer por lá. Ou Corinthianos, claro. ;D

Superam o pernil e a calabresa feitos naquelas chapas pretas ao redor dos estádios por aqui? Obviamente que não. Mas Buenos Aires supera uma coisa que Brasileiro — especialmente o Paulista — se orgulha muito: pizza. Obviamente não experimentei todas por lá, mas uma em específico superou absolutamente todas as que já comi em toda a minha vida — a Napolitana, do El Cuartito.

Se bobear, um Italiano marcou uma passagem pra Buenos Aires há uns milhões de anos achando que ia pra Brasília e acabou ficando. Uma pena que não tenhamos isso por aqui — ainda que seja muito mais barato uma passagem de São Paulo pra Buenos Aires que pra Brasília. Mas o fato é que é a pizza mais sensacional que já comi na vida. É aquele tipo de coisa que não adianta tentar explicar... Mas coloque isso na sua cabeça: quando for pra lá, vá até a Calle (pode falar CACHE que eles entendem e acham que é o certo, inclusive) Talcahuano, 937. Parece que a “Fugazzetta” é o grande destaque deles, mas acredite quando eu digo sobre a pizza Napolitana. :D

Enfim: Buenos Aires é conhecida por sua gastronomia – não tão variada, mas muito, MUITO boa. Massas, além das famosas empanadas e parrilladas, te fazem sair como uma bola daqui. Ou, no meu caso, ainda mais. Mas tudo bem: Argentina é o país do futebol. ;)

Pizza Napolitana do El Cuartito: A MELHOR PIZZA DA MINHA VIDA

País do futebol e da MELHOR PIZZA DA MINHA VIDA! Pelo menos até agora. ;D

PS. Todas as fotos foram feitas com um iPhone 5 e por este que vos escreve. ;)