Durante uns 40 dias, entre Abril e Maio de 2014, eu abandonei o JUDÃO e saí viajando pelo Mundo. Doeu no coração, mas era uma daquelas oportunidades de vida — profissional e pessoal — que surgem uma vez a cada trinta anos ou menos. Fui pra Argentina, EUA, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Qatar, Hong Kong, Austrália e Chile e, agora, vou tentar dividir com vocês um pouco de tudo o que conheci, ouvi, vi e senti — tirando essa maldita dor no joelho que me acompanha até agora. :D

A ooooooooitava parada foi em Sydney, Austrália.

Back to the future! E as coisas não estavam lá muito bem, não. Era a penúltima parada da Volta ao Mundo, a saudade das minhas cachorras (Pepper Potts & Amelie Poulain) deu aquela apertada... Mas não, nem é por isso que as coisas não estavam 100%, não. Até porque tava faltando só um pouco pra voltar!

O problema é você, Sydney. Eu achei que ia chegar, encontrar bichos bizarríssimos, comer RIBS e beber refrigerante até explodir, ver a Opera House — que na minha cabeça era gigantesca mas, olha, de perto é só “normal”, mesmo –, a Harbour Bridge (que é aquela ponte que aparece no Jornal Hoje todo dia 31 de Dezembro), o aquário, Koala, Canguru... E pronto, mais um país lindo pra conta, mais uma cultura, vamo pro próximo!

Mas, Sydney... Você nem tem tantas coisas assim pra ver. Os bichos ficam um pouco mais afastados; os cartões postais são pertinho um do outro! Você é uma cidade pra viver, Sydney, não pra ver. Um pouco cara, é verdade, mas a todo momento, de todo canto, você mostra a Opera, mostra a ponte e diz “bom, isso você já viu, vai viver agora!”.

E foi exatamente o que eu fiz.

Caminhei, andei de metrô, fui no maior IMAX do Mundo (YAY) assistir à O Espetacular Homem-Aranha 2 (Talvez algum filme sobre bichos tivesse sido mais interessante), fui ver ORNITORRINCO no aquário com o Silvino, tirei selfie com Koala, virei amigo de Canguru, Wallabies, conheci o Wombat, o TAZ!, as Três Irmãs, aprendi que os pubs são chamados de HOTEL (bom, pelo menos os que são hoteis, mesmo), que às vezes você pode querer só tomar um pint num deles e ser servido por uma garçonete usando somente uma calcinha fio dental...

Oi? É, sim. Imagina a situação: você fez seu trabalho durante o dia, quer dar uma relaxada, beber uma cerveja. Anda só um pouquinho ali perto do seu hotel e encontra um tal de O’Malley’s Hotel, na esquina. É lá mesmo que vamos, certo? Você entra no RECINTO e, ainda tentando entender onde é que tá exatamente, percebe que tem uma menina de calcinha fio dental bem na sua frente. SÓ de calcinha, porque no exato momento em que ela vira, você percebe que ela está mostrando os peitinhos. Indo pra lá e pra cá, servindo as bebidas da galera e, claro, ganhando umas gorjetas, seeeempre com aquele papinho homem que qualquer um cai. Missy, o nome dela, que assim que deu 00h se vestiu e foi embora.

¯\_(ツ)_/¯

Depois descobrimos que, naquele pub especificamente, toda quinta-feira é dia de peitinhos — e que há toda uma indústria baseada nessas “topless waitresses”. Elas ganham o delas, os donos dos bares recebem mais público, que vê peitinhos. Por mim, tudo bem.

Fiz um tour totalmente grátis, a pé, pelo centro da cidade, onde aprendi um pouquinho da história da cidade e do país, vi onde gravaram Matrix, Superman – O Retorno, aprendi porque o “coat of arms” do país tem um Canguru e um Emu (são bípedes e não podem andar pra trás!)...

Tentei encontrar a Mione em Kings Cross, estação de trem (Sydney não tem metrô!) que fica bem no meio do bairro das baladas, inferninhos e coisas assim, uma espécie de Rua Augusta — e que é, também, onde fica o glorioso O’Malley’s Hotel...

Comi torta, comi HAMBURGER DE CANGURU (com muita dor no coração, eu confesso), comi caranguejo de casca mole, comi crocodilo, comi steak, comi pão de banana (e não cheguei nem perto de ver o tal do pão australiano)... :D

Fui pra Bondi Beach, vi surfistas, ondas enormes, me molhei todo caminhando pelas pedras, fiquei com aflição da altura que estava, fiquei babando com a vista, morrendo de vontade de mergulhar na piscina meio natural, de água do mar, mas com raias pra nadar como se fosse a do seu prédio...

Reencontrei a Andrea depois de QUINZE ANOS sem vê-la — ela estudou comigo no colégio, foi meu PAR em alguma festa junina, mas saiu ainda no primeiro colegial, ou “primeiro ano do ensino médio” — e se não fossem as fotos e relatos dessa Volta ao Mundo no Facebook e Instagram, isso jamais teria acontecido, assim como várias coisas dessa visita à Austrália...

Por conta dela, fui fazer churrasco em Coogee Beach, que (assim como a maioria das outras praias) tem churrasqueiras elétrica públicas pra que você chegue com suas carnes (ou o que for), prepare e passe um dia tranquilo na praia...

Conheci italianos, autralianos e brasileiros. Conheci uma espécie de Europa moderna, contruindo a sua própria história. Percebi tantas coisas básicas que poderiam funcionar em qualquer outro país mas que, por razões que fogem ao nosso conhecimento, não funcionam...

Meu BFF <3

Sabe, Sydney, você foi a nona cidade que conheci nessa Volta ao Mundo. Me diverti em muitas delas, aprendi muito com elas, mudei muito olhando pra elas. Todas cheias de coisas pra ver, todas cheias de coisas pra me mostrar... Mas você, linda desse jeito, apoiando o Bermuda Lifestyle, resolveu me fazer viver, me fazer te aproveitar ao máximo — como todas as cidades, aliás, deveriam fazer.

O hotel, pra mim, era só uma cama. E eu sei lá se não iria curtir dormir nos seus parques.

Eu quero voltar pra grande maioria dessas cidades que conheci, pra poder aproveitá-las de outra maneira, ver coisas que não consegui mas que sei que existem... Mas pra você eu não quero voltar, simplesmente porque eu não quero sair.

Mas eu preciso, que ainda há muito pra se fazer — voltar ao passado, conhecer Santiago, dar um abraço nas minhas cachorras... Então vamos fazer assim: reserva uma quinta-feira qualquer dessas, que eu volto. E prometo não sair tão cedo.

Pode ser?

Ta very much. <3