Volta ao Mundo em 40 Dias: Chile | JUDAO.com.br

Um dos momentos mais divertidos de toda a Volta ao Mundo — com muito pisco, carnes, caranguejos, cafés, pernas e PERROS. ;D

Durante uns 40 dias, entre Abril e Maio de 2014, eu abandonei o JUDÃO e saí viajando pelo Mundo. Doeu no coração, mas era uma daquelas oportunidades de vida — profissional e pessoal — que surgem uma vez a cada trinta anos ou menos. Fui pra Argentina, EUA, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Qatar, Hong Kong, Austrália e Chile e, agora, vou tentar dividir com vocês um pouco de tudo o que conheci, ouvi, vi e senti — tirando essa maldita dor no joelho que me acompanha até agora. :D

A ÚLTIMA parada foi em Santiago de Chile.

Mal tinha pisado no Chile e dei de cara com um painel, com três jogadores da seleção do Chile, avisando que não estavam indo pro Brasil. “La Roja Mete Miedo”. Faltavam cerca de um mês pro início da Copa do Mundo mas, por eles, não só ia ter Copa, como já tinha começado — ao menos no Barrio Meiggs, uma espécie de 25 de Março de Santiago, bem perto da estação Central de trens e metrô, principalmente.

Assim como na versão Paulistana, o que não falta são todos os tipos de produtos imagináveis pra se usar e fazer barulho durante o Mundial — mas, ao invés do verde e amarelo, o vermelho, azul e o branco, as cores da bandeira deles. Mas as semelhanças com o Brasil acabavam por aí.

Entre Buenos Aires e São Paulo, Santiago me pareceu a cidade da América do Sul que mais funciona, como um todo. É tranquila, bonita, consciente — politica, cultural e turisticamente. Por exemplo, em todas as ruas, em todos os muros, há cartazes e pixações com algum tipo de mensagem; há ruas e calçadas largas; monumentos, bandeiras, praças... Segue a coisa EUROPEIA desses países, mas você sabe que está na América do Sul pela quantidade de cachorros na rua.

E não aqueles vira-latas magrelos a que estamos acostumados. Labradores, Huskys... Vivem de boa, por aí, tranquilos. A vida é boa pra eles, por lá. ;D

Chile

Além disso, todo mundo é bastante simpático. Sabe quando falam sobre povo “hospitaleiro”? Sempre que foi preciso, galera nos ajudou com boa vontade, sorriso no rosto... Não é assim tão comum ver essas coisas.

Por exemplo, o “host” do Donde Augusto, o restaurante de frutos do mar onde almoçamos, no Mercado Central. Ele me convenceu a almoçar por lá com a camisa do Corinthians pendurada na parede, mas fez questão de que fotografássemos e filmássemos tudo, explicou com paciência cada uma das coisas, e enfim. Comi uma Centolla (ou simplesmente Caranguejo Real, GIGANTESCO!) deliciosa, uma Paila Marina, um prato típico do Chile, que é uma sopa cheia de frutos do mar e tomei o tal do Pisco Sour. AÍ SIM! :D

Paila Marina com Pisco Sour: EITA!

Paila Marina com Pisco Sour: EITA!

Santiago está cercada por montanhas de todos os lados. INFELIZMENTE não foi possível ver os montes nevados com neve — ou vê-los de qualquer maneira, já que a neblina tava bem forte –, mas ao subir o Cerro San Cristóbal, ver a cidade de cima e o por do sol atrás dos tais montes foi uma das coisas mais bonitas que vi nessa Volta ao Mundo.

Lá em cima tomei o Mote con Huesillos, provavelmente a coisa mais típica que se pode beber no Chile. É tipo um chá, doce, MUITO DOCE, com pêssego desidratado e trigo. Não é muito bonito de se ver, mas pra quem gosta de coisas meladas e geladas, é uma ótima — o que não é o meu caso. Desisti rapidinho, corrorosa. Desisti também de — ou melhor, nem pensei em — subir até a Inmaculada Concepción, que é tipo o Cristo Redentor deles, porque a escada não era assim tão convidativa — e eu já aliviei meu carma com o Buda, em Hong Kong.

Aí, com o sol já posto, fui encontrar a Valentina, que me apresentou o fortíssimo (e delicioso) Piscola e me levou até o Liguria, um restaurante também tipicamente chileno, onde comi uma Plateada Asada al Horno e um purê “a La Chilena”, que não tem muito a ver com o que tamos acostumados aqui e... Nossa. NOSSA. Que delícia. :D

Sendo a última vez que teria um BANQUETE desses, aproveitamos ao máximo. Até vinho eu bebi! Foi um dos momentos mais divertidos de toda essa história, justamente porque já estávamos nos dando o direito de relaxar. De só querer se divertir, comer bem... Oh well.

Chile

Foi um tempo bastante curto em Santiago, mas acabou que deu tempo de conhecer o que é preciso conhecer na cidade. La Moneda, uma estátua Rapa Nui direto da Ilha de Páscoa e os famosos Café con Piernas. Quer dizer... Eles existem aos montes, por lá. Alguns são abertos pra todo mundo e “só” tem garçonetes com saias curtíssimas — you know, PIERNAS. Mas a gente acabou bebendo uma coisa horrenda num outro, mais INFERNINHO (que um dos taxistas nos indicou, risos), servidos por uma (outra) menina de peitos de fora, num espaço mínimo, escuro, com algum filme velho pra caralho numas TVs igualmente antigas. Foi o mais próximo que estive de um puteiro e não sei se se me senti assim tão bem, não.

Essa coisa de ter de pagar pra ter atenção... Enfim. :D

Pretendo voltar, pra mais Piscolas e mais Plateadas e Centollas. Quase o fiz agora na Copa América, mas #infelizmentenãodeu. Espero, porém, que quando eu voltar o dinheiro lá tenha um pouco menos de zeros, porque é uma confusão MALUCA.

Mas valeu a pena. ;)