Mercenário Tagarela volta a ter uma nova HQ aqui no Brasil, e tá beeeem divertida. :)
Tem que ser muito maluco pra lançar, aqui no Brasil, uma revista própria do Deadpool, com o nome dele na capa. E, bom, tem que ser duplamente maluco pra fazer isso duas vezes. E a terceira, então? Pois é justamente isso que a Panini tá fazendo, ao lançar mais um volume da publicação do Mercenário Tagarela. Os caras são BEM insistentes. Ainda bem.
O terceiro Deadpool #1 em quatro anos chegou às bancas entre o final de Julho e o começo de Agosto, trazendo as edições 21 e 22 da revista gringa do Deadpool que começou em 2012, naquele arco do Mercenário contra os Presidentes Zumbis dos EUA. São os acontecimentos daquelas primeiras edições que continuam motivando o enredo até este momento, na versão PT-BR.
A SHIELD tá devendo dinheiro pro Deadpool, por conta das ações nada legais do Agente Gorman e, desde que o Degenerado Regenerado mandou os Presidentes Zumbis de volta pro inferno, tá sendo obrigado a conviver com a consciência da agente Emily Preston na cabeça – isso enquanto o resto do mundo acha que ela tá morta.
A partir de agora, Deadpool vai, ao lado do Agente Coulson, se meter com a ULTIMATO, uma organização terrorista de segunda que não quer mais ser de segunda. Tudo isso, claro, no jeitão Deadpool de ser: mandando o Ossos Cruzados viajar de balão, entrando num forno de pizza, passeando por aí com a LOLA, dando tiro na própria cabeça enquanto é obrigado a assistir a Um Natal Muito Louco no cinema...
Os roteiros ficam por conta de Brian Posehn e Gerry Duggan, que são comediantes. Posehn você deve reconhecer por participações em séries e filmes como The Big Bang Theory ou até mesmo como o JUIZ DE PAZ de Reed e Sue em Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, enquanto Duggan foi o roteirista de Attack of the Show (o programa que deu ao mundo Olivia Munn!) e Icons.
Como era de se imaginar, o timing de humor da dupla de roteiristas é muito bom, com boas sacadas nos diálogos. Não à toa, os dois conseguiram escrever 45 edições da revista lá nos EUA. Não é uma marca pequena. Na versão PT-BR, o tradutor Mario Luiz C. Barroso (um nome conhecido dos leitores das antigas, já que tá envolvido com as HQs desde a época da Abril) manda bem na tradução das piadas, faltando só, talvez, deixar os diálogos um pouquinho só mais coloquiais. Pouca coisa.
Na arte das páginas internas, Mark Brooks manda muito bem, misturando ação com um traço limpo e acertado na hora de colocar as expressões nos rostos dos personagens. Nas capas, ele faz ainda melhor. Essa que estampa Deadpool #1, do personagem voando por aí com a Lola, já é clássica.
O preço que tá um pouco salgado. R$7,20 por 52 páginas, duas histórias, parece ser exagerado – mas esse não é um problema apenas do Deadpool, mas sim de toda a atual linha de publicações da Panini.
Talvez tivesse sido melhor esperar mais um ou dois meses pra esse (re)lançamento e publicar a edição #25 gringa, que já está oficialmente sob o selo All-New Marvel NOW!, chamado por aqui de Totalmente Nova Marvel. Mas isso significaria deixar em segundo plano toda uma parte das histórias do Deadpool lutando contra a SHIELD, nesse momento que a agência tá bombando por conta da série de TV e o próprio Mercenário Tagarela tá começando a viver o hype gerado pelo filme, que estreia ano que vem.
Enquanto isso, as HQs anteriores ao relançamento saíram em X-Men Extra e não no segundo volume de Deadpool, que traz apenas arcos fechados e continuará a ser publicado. Uma confusão, eu sei.
Mas não dá pra culpar a Panini nesse caso. Ter Deadpool nas bancas é pra agradecer todos os dias ao Santo Liefeld e olhe lá. :)