Star Wars continua fazendo a história da cultura pop -- agora com um pôster | JUDAO.com.br

Arte de Drew Struzan para Star Wars: O Despertar da Força é só pra quem esteve na D23 Expo. Ou pra quem quiser desembolsar uma grana… :D

De tudo o que um estúdio faz pra divulgar um filme, talvez o pôster seja o que mais grita “peça publicitária”. Teoricamente não há diferença nenhuma entre aqueles cartazes do pessoal que faz amarração pelo amor ou resolve seus problemas na carteira, que vivem pendurados nos postes pela cidade, e um pôster de filme. Em cidades como Los Angeles e Nova York, por exemplo, é bem comum você encontrar pôsteres de filmes colados aos montes em tapumes, tal qual o anúncio do Chá da Anitta / Turma do Pagode que você encontra aqui no Brasil.

Lá no fundo a ideia é realmente simples: que você veja aquela imagem e saiba que aquele filme está... em cartaz.

(Nunca parei pra pensar nessa expressão até o exato momento em que a escrevi e não encontrei nenhum tipo de informação de onde ela surgiu, mas acho que dá pra dizer, no mínimo, que faz sentido, né?)

Hoje em dia, por conta das internets e assim como os trailers, a produção de cartazes é mais massificada, surgindo até a incrível modalidade de “pôster online” mas, de qualquer maneira, costuma-se sempre esperar uma arte.

Foto: hundrednorth / Flickr

Foto: hundrednorth / Flickr

Nos tempos mais primórdios, pôsteres não eram assim tão... populares. Até o início da década de 1940 eles serviam mais pra mostrar que aquele filme estava naquele cinema — que os exibia por três ou quatro dias, num pacote que normalmente incluía dois longas, um desenho, alguma coisa de notícias e, às vezes, uma série — e, depois, iam pra um outro cinema num ônibus de turismo, comum. Some isso ao fato de que os mesmos pôsteres eram colados e descolados trocentas vezes e, bem, quando chegava ao fim do circuito de cinemas, estavam destruídos.

Não à toa que existem muito poucos pôsteres impressos antes de 1940, cada item raro chegando a custar milhares de dólares em leilões.

Ficando cada vez mais barato imprimir colorido e mais fácil/melhor distribuir e armazenar, os cartazes passaram a fazer parte de uma vez por todas da cultura pop, muito mais populares, muito mais espalhados e, claro, únicos.

Até os anos 80, pôsteres eram COSTUMAZMENTE pintados à mão, criados por um artista, que tinha muito mais liberdade na hora de fazer sua arte, ao invés de essencialmente criar uma colagem de fotos previamente aprovadas e tacar laranja e azul. E, mesmo que fosse só uma junção de imagens pré-definidas, elas normalmente eram refeitas/reimaginadas, o que torna tudo muito mais interessante.

Recentemente falamos por aqui de Roger Kastel, que criou o icônico pôster de Tubarão; mas você pode procurar por aí por nomes como Bob Peak (Star Trek, Apocalypse Now), John Alvin (Blade Runner, E.T – O Extraterrestre), Tom Jung (Star Wars) e Drew Struzan (Star Wars, Indiana Jones, De Volta pro Futuro) pra ver não só como eram pôsteres de blockbusters antigamente, mas pra perceber que eles eram, pra não dizer lindos pra caralho, diferentes.

Desses, porém, o principalmente é com certeza Struzan. Responsável pelos principais e mais famosos pôsteres da saga espacial de George Lucas, ele criou também cartazes para alguns daqueles filmes que ajudam a contar a história não só do cinema, como da cultura pop em geral.

Você já viu um desses pôsteres antes... :)

Você já viu um desses pôsteres antes... :)

Indiana Jones, O Enigma de Outro Mundo, Rambo, Blade Runner, O Retorno de Jedi, Loucademia de Polícia, Os Goonies, De Volta pro Futuro, Os Aventureiros do Bairro Proibido, Mestres do Universo, Duck Tales, Um Sonho de Liberdade, Barrados no Shopping, Harry Potter e a Pedra Filosofal, Hellboy, Batkid Begins e, claro, Star Wars — embora o mais famoso nem seja dele, mas sim de Tom Jung — ele fez pôster pra TODOS os filmes da saga, incluindo aquele de O Despertar da Força, divulgado no último fim de semana, durante a D23.

Struzan está aposentado desde 2008, quando trabalhou no quarto filme do Indiana Jones, mas tem feito alguns ~freelas com o filme do Batkid e nos pôsteres exclusivos para a Comic-Con de Como Treinar Seu Dragão 2 e Cowboys & Aliens. E, claro, agora com o esperadíssimo Episódio VII de Guerra nas Estrelas, que só serviu pra multiplicar a raridade — e importância — do seu trabalho nos últimos tempos.

As 7500 pessoas que estiveram dentro do Hall D da D23 Expo ganharam uma cópia do pôster. Outras 150, que resolveram tentar a sorte na fila do estande de Star Wars, conseguiram o pôster em tamanho “real”, de 68x101cm. E foi só.

Daisy Ridley garantiu o dela e ficou toda meninona. :D

Daisy Ridley garantiu o dela e ficou toda meninona. :D

No eBay, já tem gente vendendo por US$449. Na internet você até vai encontrar algumas imagens do pôster, mas nada em alta definição, o que permitiria que qualquer um imprimisse o seu. Pra valorizar o pessoal que esteve lá dentro (e, dessa maneira, fazer com que mais pessoas queiram estar lá dentro, onde quer que seja!) a Disney está fazendo questão que só aquelas pessoas possam ter aquela arte penduradas em suas casas, mostrando não só a força que os pôsteres tem na hora de vender o filme, como a importância que eles tem na cultura pop.

Star Wars: O Despertar da Força

(O máximo que teremos é essa versão aí do lado, num tamanho mais ou menos — você amplia se clickar — sem o logo do filme, que o próprio Struzan divulgou na sua página oficial do Facebook. E OLHE LÁ!)

Conseguem tirar um artista da aposentadoria, distribuem pra pouquíssimas pessoas aquela arte e, principalmente, fazem milhões ao redor do universo quererem ao menos VER aquilo em algum tipo de qualidade satisfatória.

A Disney não brincou quando resolveu produzir o seu “filme de 4 Bilhões de dólares”. E tá valendo cada centavo, cada dia mais. :)

É uma pena, porém, que o básico dos pôsteres hoje em dia seja algo tão descartável quanto um lambe-lambe num tapume na frente de alguma construção... ¯\_(ツ)_/¯