Levando em consideração toda a minha agilidade e preparo físico, tenho plena consciência de que eu me foderia com GOSTO num eventual apocalipse zumbi. Isso, é claro, me baseando naquelas histórias em que os mortos saem de suas tumbas e/ou naquelas em que já tá tudo fodido, mesmo.

Fear The Walking Dead, que estreou nesse domingo simultaneamente em trocentos países do mundo (inclusive no Brasil, dublado), acabou me dando uma esperança, porém, caso o início da treta seja lento como a série deu a entender nesse primeiro episódio.

“Deu a entender” porque a série foge do formato “piloto que vende uma ideia e vamos torcer pra dar audiência daqui pra frente”. Já confirmada para sua segunda temporada e, bom, sendo amplamente divulgada como uma série que se passa no mesmo universo de The Walking Dead, Fear se dá ao luxo de poder caminhar mais devagar, apostando mais na história a ser contada durante seus seis episódios.

É, mais ou menos, como uma série da Amazon ou Netflix, por exemplo, mas sem a chance de que a gente possa assistir a tudo de uma vez só.

Ainda assim, nada do que vimos nesse piloto é surpreendente ou mesmo novo. A gente já tinha aprendido lá na Comic-Con 2015: a galera ainda não entende o que é que tá acontecendo, está tudo apenas começando e é, mesmo, mais um drama familiar, com “seus problemas, seus conflitos… e aí ACONTECE de ter zumbis vindo depois”, como disse o produtor e co-criador da série David Erickson, em entrevista ao JUDÃO. A questão é que, agora, pudemos VER isso tudo acontecendo e, o que talvez seja o principal ponto, SENTIR.

Olha só: The Walking Dead serve pra mostrar como os humanos sobrevivem nesse mundo todo fodido mas, ao mesmo tempo, já começa numa fase de “reconstrução de civilização”, ainda que na ideia de uns ou de outros. Fear The Walking Dead, porém, se passa nesse mesmo mundo que eu e você vivemos. É mais fácil se relacionar com o que está acontecendo, nem que seja por entender melhor aquelas reações.

Nada do que vimos nesse piloto é novo. Mas, pelo menos, a gente viu. E SENTIU.

Você percebe que faz sentido o fato de Nick, DROGADICTO, achar que o que ele viu não só é coisa da sua cabeça, como efeito de alguma substância mais forte que tomou. O namorado da Alicia não apareceu no encontro? Você sente não só a raiva da menina (ou pela menina, se quiser, também pode), como já começa a imaginar a treta. Tobias e sua faca na escola (que tem detector de metal, LAND OF THE FREE) te representam. E quanto o Travis põe a mão naquela poça de sangue e coisas que eu prefiro nem imaginar o que seja... O nojo é REAL.

Já sabíamos que não havia motivo nenhum pra temer Fear The Walking Dead, mas agora pudemos enxergar isso com os nossos olhos e, claro, nosso estômago embrulhado. Resta saber como é que será o desenvolvimento da história, agora.

Retornaremos a esse assunto em 28 de Setembro, depois da season finale. :)