Zorra usa Jesus, Maria e José pra desenhar o absurdo que é o tal do Estatuto da Família aprovado recentemente numa comissão do Congresso Brasileiro
Tem aquela galera que realmente acredita que a cultura pop não tem nada a ver com política. Que são apenas filmes, quadrinhos, músicas, jogos, livros, novelas ou séries de TV, nada além disso. Star Wars, Watchmen, X-Men, Jogos Vorazes, Capitão América: Soldado Invernal... Qual o significado disso tudo além de cosplays, bonequinhos e possíveis discussões sobre Marvel VS. DC, não é mesmo?
Zorra Total ficou marcado pelos seus milhões de bordões, que acabavam sendo a piada repetida over and over again. Eu chamo isso de sem graça, não gosto, mas é uma questão cultural do Brasil, desde os tempos mais primórdios. Com o acesso a informação, claro, as coisas foram mudando e, depois de Tá no Ar, quem mudou também foi o próprio Zorra Total — o foco popular continua, mas agora há um trabalho maior de roteiro pra fazer rir, sem precisar apelar pra “AI COMO EU TÔ BANDIDA” ou “OLHA A FACA” e/ou alguma gostosa de biquini apenas e tão somente porque sim. E o nome agora é Zorra. Só Zorra.
No EPISÓDIO desse último sábado (03), uma das esquetes usou Jesus (Rodrigo Sant’Anna), Maria (Débora Lamm), José (Nelson Freitas), Deus e os Romanos pra mostrar quão absurda é o conceito de família como sendo exclusivamente a união entre um homem e uma mulher, aprovada por uma comissão da Câmara dos Deputados há duas semanas.
Infelizmente a Globo ainda não chegou a 2015 e não permite que seus vídeos sejam embedados, mas o Maurício Stycer colocou no UOL (que, por sua vez, não tem lá o melhor dos players de vídeo...) e dá pra apertar o play aí embaixo e assistir. São 2min13, rapidinho. Mas direto ao ponto.
“Ninguém entende o que eu digo”, afirma o Jesus da esquete. “Vai se acostumando”, responde Maria. Melhor exemplo não há.