Enquanto aqui no Brasil as TVs por assinatura comemoravam crescimento até bem pouco tempo atrás,além do fato de estar em tipo todas as camadas da sociedade, lá fora o termo “cut the cord” está ganhando cada vez mais força. E mesmo que você não saiba inglês dá pra saber o que significar: cortar o cabo. Abandonar a TV por assinatura, mesmo, viver na Internet.

Você talvez já até tenha entrado nessa onda, sem saber que era UMA COISA, quando assinou o Netflix, cancelou a NET, Sky, Vivo, GVT ou qualquer coisa desse tipo e começou a assistir a filmes e séries onde quer que você estivesse. LEGAL PRA CARALHO, mas não é exatamente o MELHOR dos mundos, uma vez que você normalmente precisa esperar os fins de temporadas de séries e as janelas de filmes, por exemplo. E, com o jogo virando, o Netflix está se tornando muito mais um canal, com seu próprio conteúdo... Onde então assistir a tudo que não tiver por lá?

E pra assistir a um jogo do Corinthians?

Bom, aqui no Brasil a gente já tem as versões “Go” e “Play” de uma porrada de canal mas, pra assistir pela internet, onde quer que você esteja, é preciso assinar toooodo um pacote com dezenas de canais aos quais você nunca dedica nem um segundinho do seu tempo. Só como exemplo, no exato momento em que eu escrevia isso aqui, assistia à Portugal VS. Dinamarca pelo Watch ESPN. Mas, tenho todo um pacote HD que me permite fazer isso.

Nas internets gringas (com alguns respingos por aqui) já existem opções mais interessantes, dedicadas exclusivamente ao ambiente online. Por exemplo, a Sling TV funciona como uma operadora de TV por assinatura normal, mas com todo o conteúdo sendo transmitido via internet. Você pode, também, assistir a jogos da NBA, NHL, MLB e NFL, pagando uma grana por temporada (inclusive no Brasil). O mesmo vale pra WWE, por exemplo.

Mas dos canais ~premium, que podem ser assinados pela TV ou pela internet, independentemente, só a HBO, que cobra US$15 lá nos EUA pelo HBO Now. Você tem acesso a todas as séries atuais (transmitidas AO VIVO) e antigas, filmes, transmissões esportivas e enfim. É um primeiro passo a um inevitável futuro, que EM BREVE chegará ao Brasil.

Sabe o HBO Go, que funciona nesse esquema de login com os dados da sua operadora de TV por assinatura? Vai ser relançado na América Latina e Caribe com a opção de assinatura “a la carte”, pela internet. :)

“Temos percebido mudanças nos hábitos de consumo de conteúdo e estamos lançando esta nova plataforma da HBO GO como um serviço ‘a la carte’ em resposta a essas novas tendências. Estamos criando opções e acrescentando flexibilidade ao nosso modelo e para os nossos distribuidores, dando aos consumidores a opção de acessar o conteúdo Premium da HBO/MAX como eles quiserem”, afirmou Emilio Rubio, CEO da HBO Latin America.

A parte interessante — e que provavelmente explica a manutenção do nome — é que o HBO Go ao qual os assinantes de TV têm acesso será exatamente o mesmo mas com a nova interface, opção de escolher o idioma (português, espanhol ou inglês) dos menus, plataforma, áudio e legendas e a transmissão ao vivo do canal.

Mas, ao mesmo tempo, pode ser que tenhamos uma IRONIA no meio dessa história. O comunicado divulgado para a imprensa afirma que “os consumidores que só têm conexão de banda larga poderão ter acesso à HBO GO por meio de distribuidores do serviço no Brasil”. Em relação aos países que receberão o serviço e às datas em que isso acontecerá, o release afirma que “os vários acordos de distribuição e o preço do novo serviço digital da HBO GO serão anunciados conjuntamente com os provedores durante o lançamento para cada mercado, em breve.”

Em outras palavras, isso pode significar que, pra ter acesso ao serviço, seja necessário assinar algum serviço de banda larga específico, como Vírtua, Vivo, GVT... Acabando completamente com a graça / propósito da coisa. É como se os taxistas aceitassem o Uber, mas desde que eles fossem os motoristas. Ou como se o pessoal não tivesse mais medo do WhatsApp, simplesmente porque você só poderia usar naquela operadora.

E ainda tem o fato de que, na matemática pura e simples, é bem provável que seja mais vantajoso assinar a TV, normalmente.

Nos EUA, a única necessidade é ter um “provedor de pagamento”, como por exemplo App Store, Google Play, Amazon, entre outros. Mas é possível assistir em qualquer lugar do país, independente do provedor de internet. Podem ser esses os provedores aos quais o release se refere e, aí, tudo bem.

Entramos em contato com a HBO Brasil pra entender melhor essa história mas, até o momento da publicação, não obtivemos resposta. Se e quando tivermos, atualizaremos com os esclarecimentos. :)