Joel Furtado, animador canadense, desenvolve websérie inspirada na em X-Men: The Animated Series e com cara de jogo de MEGA DRIVE
Uma década antes de Bryan Singer carimbar nos cinemas um estilo soturno de couro preto que chegou até a influenciar o que aconteceria nos gibis logo depois, foi uma série animada que durou cinco temporadas, de 1992 a 1997, que levou as cores berrantes e a formação de Chris Claremont e Jim Lee para a TV e popularizou os X-Men para uma galera que nunca tinha lido quadrinhos na vida (ou que, assim como eu, tavam mais interessados no Homem-Aranha). Era X-Men: The Animated Series, aquela do Fox Kids.
Assim como eu e uma porrada de trintões, o canadense Joel Furtado também cresceu vendo estes X-Men — Ciclope, Wolverine, Vampira, Tempestade, Fera, Gambit, Jubileu, Jean Grey e o Professor X — musculosos e repletos de adrenalina. E foi inspirado neles que criou a websérie X-Men: Danger Room Protocols, que estreia oficialmente no YouTube no próximo dia 19 de Janeiro.
Ao mesmo tempo em que se inspira claramente no visual da série da Fox, Furtado dá ao traço um gosto retrô, meio pixelado, estilo MEGA DRIVE — herança, obviamente, da carreira de mais de 10 anos como animador no mercado de joguinhos. Formado pela Emily Carr University, trabalhou em projetos da Electronic Arts (Need for Speed: Underground 2, Need for Speed: Most Wanted) e da Big Park, estúdio de games da Microsoft (Halo 4, Star Wars Kinect). Sua grande paixão, no entanto, sempre foram os quadrinhos, em especial uma certa trupe de heróis que nasceram com poderes especiais...
https://www.youtube.com/watch?v=Yuxmouv5_nM
A cada um dos 18 episódios de X-Men: Danger Room Protocols, teremos uma dupla de mutantes enfrentando um diferente desafio na Sala de Perigo comandado por Charles Xavier, permitindo que o criador consiga trabalhar com os mais diferentes vilões como Magneto, Sr.Sinistro, Fanático, Espiral, Samurai de Prata e Mística, em ambientações que os fãs conhecem muito bem. O primeiro episódio, Survival, trará Jean Grey e Wolverine encarando os Sentinelas. “Os episódios são cheios de ação e têm um monte de momentos que permitem que todos os personagens brilhem”, explica Furtado em seu site oficial.
“Eu comecei a desenvolver essa ideia para a série há cerca de um ano”, conta. “É a minha carta de amor para a Marvel e para a minha própria infância, mas também é uma forma de dar algo de volta aos fãs mais leais como eu mesmo”. Resta saber se a Marvel e a Fox, detentora dos direitos de adaptação dos personagens, vão levar a história tão na boa quanto levam, por exemplo, com fanfilms (o que esta série não deixa de ser, vamos ser honestos). Até o momento, não existem planos para uma nova série animada dos X-Men – a última foi Marvel Anime: X-Men, produção japonesa de 2011 que misturava elementos das passagens de Grant Morrison e Joss Whedon à frente do título nas HQs.
A história de X-Men: The Animated Series começou em 1989, quando foi produzido um piloto de meia-hora, Pryde of the X-Men, que acabou nunca se transformando de fato em série. Conforme o título entrega, a história girava em torno da entrada de Kitty Pryde para a equipe, tudo em meio a uma batalha contra Magneto e sua Irmandade de Mutantes.
Em 1991, uma executiva de nome Margaret Loesch assumiu o comando dos canais infantis da Fox. E como ela tinha sido responsável pelo tal piloto de 89, logo se apressou para pedir 13 episódios da primeira temporada de uma nova série dos mutantes. Graças à ótima audiência, os 13 primeiros logo se tornariam 76, representando a série mais longa já baseada em uma propriedade da Marvel. Ao longo de seus cinco anos, foram adaptados com surpreendente fidelidade diversos arcos clássicos como A Saga da Fênix Negra, Dias de Um Futuro Esquecido e a terrível ameaça do vírus Legado, que ameaça apenas os homo superior.
X-Men: The Animated Series tinha em sua formação também um herói criado originalmente para a TV, Morph (Morfo), um mutante que podia mudar de forma e que lembrava um pouco um personagem chamado Changeling, o primeiro x-man a morrer em ação, criado em 1967 por Roy Thomas e Werner Roth. Com o sucesso da série, o Morph se tornou parte integrante do universo Marvel também nos gibis (em especial durante a saga A Era de Apocalipse) e, anos mais tarde, viraria personagem fixo da série Os Exilados, sobre viagem no tempo e entre realidades paralelas. A Marvel define esta versão como sendo egressa da Terra-1081 – mas não vamos entrar neste assunto agora, ok? OIMÓ. :)