Hall of Awesomeness: Dana Scully | JUDAO.com.br

Uma das personagens femininas mais importantes da história fez eu, você e todo mundo acreditar. Dana Scully, nosso primeiro amor.

Quando eu era apenas um pré-adolescente, eu me apaixonei por uma personagem de série de TV. Naquela altura, devia ser a minha trigésima paixonite, mas com ela foi diferente… aqueles cabelos vermelhos mexeram comigo de uma forma nova, não era algo passageiro. Além de ruiva, linda, inteligente e séria, ela investigava casos de paranormalidade com um dos maiores nerds de todos os tempos, Fox Mulder. O nome dela? Dana Scully.

Dana Katherine Scully nasceu em 23 de Fevereiro de 1964, filha de William e Margaret Scully. Dana cresceu numa família muito católica, em Annapolis, Maryland. Mais tarde ela, os pais e os irmãos (dois garotos e uma menina) se mudaram para a cidade preferida desse site, San Diego, na Califórnia. Ainda pequena, Dana colocou no pai o apelido de “Ahab”, inspirado no seu livro favorito na época, Moby Dick. O pai então colocou nela o apelido de “Starbuck”. William, que era capitão da Marinha americana veio a falecer em 1994, devido a um ataque cardíaco.

Dana Scully se formou em física na Universidade de Maryland em 1986. O título do seu TCC foi “O Paradoxo dos Gêmeos de Einstein: Uma Nova Interpretação”. Sim, ela fez um TCC REINTERPRETANDO EINSTEIN! How awesome is that?

Enquanto cursava faculdade de medicina, Scully foi recrutada pelo FBI, trabalho que só aceitou porque achou que poderia se destacar lá. Depois de dois anos na agência, foi designada como parceira de ninguém mais ninguém menos que Fox “Spooky” Mulder. Não podemos negar que ela pôde exercer como nunca suas duas profissões no FBI, a cientista — recusando a acreditar nas loucuras de Mulder — e médica forense — fazendo autópsia nas coisas mais escabrosas que se pode imaginar. A partir daí, o resto a gente sabe.

Dana Scully

No mundo real, Scully tem esse nome devido ao jogador do Los Angeles Dodgers, Vin Scully, do qual o criador de Arquivo X, Chris Carter era fã. Ela na verdade foi inspirada em outra personagem feminina maravilhosa, Clarice Starling, interpretada por Jodie Foster em O Silêncio dos Inocentes. “Scully” ainda era um nome conhecido no mundo dos UFOs, de Frank Scully, colunista da Variety que escrevia sobre o assunto. Além disso esse foi o sobrenome usado no filme Os Homens do Presidente, uma grande inspiração para Arquivo X.

Escolher quem iria interpretar Scully foi uma dor de cabeça para Chris Carter. A culpa dessa dor de cabeça, é claro, é da Fox, que queria alguém de “nome” para interpretar Scully, que chamaria atenção e poderia ser o ~par romântico~ de Mulder. Eu sei que isso acaba acontecendo na série, mas o amor de Fox e Dana é muito, muito mais do que um simples caso entre parceiros de trabalho. Enfim, Carter teve certeza de que Gillian Anderson seria a Scully perfeita assim que ela abriu a boca no teste para o papel. “Ela veio e leu o texto com tanta intensidade e seriedade que eu sabia que Scully deveria ter, então soube na hora que ela era perfeita.” Carter criou Scully para ser cética, e para quebrar estereótipos. Deu certo.

Scully foi atacada, sequestrada, machucada, abduzida, mãe, mulher, detetive, cientista, cética, crente… Se teve uma mulher que fez e viu de tudo nessa vida foi Dana Scully. E uma das coisas mais importantes e sensacionais sobre ela, é que ela nunca foi a donzela em perigo. Muita das vezes era ela que salvava Mulder das garras de seus inimigos. É simplesmente lindo ver um personagem tão rico, crescendo temporada a temporada. Mulder continua o mesmo sempre, o canastrão sedutor que vai atrás do que acredita sem medo das consequências. Scully é uma cientista totalmente cética, com uma explicação plausível para todas as loucuras dos Arquivos X — pelo menos no início. Scully não é apenas uma personagem orelha, fazendo o papel do espectador na história, ela aprende e evolui junto, fazendo dela uma personagem muito mais interessante que o próprio Fox Mulder, coração da série.

O trabalho de Gillian Anderson — que certamente cresceu tanto quanto sua personagem — é simplesmente genial, a ponto de Scully ser para sempre o papel da sua vida. É como Aaron Paul disse sobre o seu Jesse Pinkman: “eu tenho a consciência de que nunca farei algo tão bom como Jesse.” Gillian <3 fez alguns papéis em filmes e interpretou outros personagens. Mas ela sempre será Dana Scully, e ao contrário do que possa parecer, isso está longe de ser ruim. Gillian Anderson deu vida a uma das personagens mais icônicas que já existiram, ela faz parte do consciente coletivo não só da ficção científica, mas da Cultura Pop como um todo.

E isso é muita, muita coisa.