Um detalhe que você pode não ter reparado no trailer de Star Trek: Sem Fronteiras | JUDAO.com.br

Se trailer serve pra vender um filme, esse já está devidamente comprado.

Num mesmo evento em que JJ Abrams anunciou o fim dos processos contra quem faz fan films baseados na série criada por Gene Roddenberry e uma premiere em IMAX ao ar livre com a orquestra de Michael Giachinno fazendo a trilha sonora ao vivo durante a San Diego Comic-Con, algumas cenas foram foram exibidas pra quem esteve lá e um novo trailer de Star Trek: Sem Fronteiras foi liberado, ao mesmo tempo, nas internets.

Sem nenhum medo de errar, ainda que me baseando apenas e tão somente nesse trailer (que, não custa nada lembrar, é apenas um trailer), este terceiro filme parece que será o grande Star Trek dessa ~nova geração; pra alguns, inclusive, o Star Trek DE VERDADE, moleque, de raiz, aquele que tem JORNADA nas estrelas, ainda que com ação e humor, já que nem só de fãs vivem os grandes estúdios.

Aliás, se dependesse só deles... :P

Mas esse trailer tem um detalhe no meio de todas as cenas que talvez tenha passado despercebido por você, caso já tenha assistido. Se não o fez, aperte o play aí embaixo e segue comigo.

Reparou? Ali perto dos 52segs aparece, com um certo de destaque, o único letreiro do vídeo além do “Produtor JJ Abrams” e o chamado TITLE TREATMENT: “de Justin Lin, diretor de Velozes e Furiosos”.

Migas... Isso é enorme. E eu nem falo aqui como fã da franquia que faz Vin Diesel voar no meio de uma estrada e salvar alguém ou uma pista de pouso ter tipo 88km comprimento. É simplesmente a cultura pop seguindo o seu caminho em 2016, quando te oferecem como razão pra assistir à STAR FUCKING TREK o mesmo cara que transformou Velozes e Furiosos no que é hoje.

O que a Paramount está fazendo questão de dizer é, em outras palavras, algo do tipo “sabe Velozes e Furiosos? Vem com a gente que o mesmo cara que fez o quarto e o quinto filme tá dirigindo esse. PODE CONFIAR”.

São filmes absurdamente divertidos (e eu te convido a entender como quiser o “absurdamente”), que atingem públicos enormes ao redor do mundo e fazem um dinheiro absurdo, além de REPRESENTAR melhor esse mesmo público, com personagens importantes das mais diversas etnias, ascendências e gêneros (quer dizer, no caso de gênero são só dois. Mas Hollywood as vezes parece que só tem um, então, pô).

Esse pôster, gente. ESSE PÔSTER.

Esse pôster, gente. ESSE PÔSTER.

Lembra quando antes colocavam nos filmes dirigidos pelo Zack Snyder aquela história de “do visionário diretor de 300” e hoje em dia meio que estão fazendo o possível pra que sua visão não seja exatamente compartilhada com o mundo? “de Justin Lin, diretor de Velozes e Furiosos” é mais do que o reconhecimento do trabalho do diretor, é o reconhecimento de uma franquia tratada por muita gente como subproduto, normalmente baseado em coisas “como é que esse cara voa de um carro pra outro e ainda agarra a mina no meio?”, exatamente como faz o Superman. Uma franquia inclusiva, divertida e lucrativa... Subproduto?

Se essa mesma franquia é usada como argumento de venda de uma das (duas?) maiores sagas da cultura pop, por um estúdio concorrente... Eu tou dentro. Correndo sério risco de ser o grande momento dessa retomada de Star Trek, então...

Tem coisa grande vindo por aí. Se bobear até mesmo a decisão de estrear no Brasil mais de um mês depois dos EUA (lá o filme chega dia 22 de Julho nos cinemas, aqui dia 01 de Setembro) passa a ser reconsiderada pras próximas sequências.

Amém.