Pois é, já faz uma década que os amigos Quentin Tarantino e Robert Rodriguez resolveram celebrar as suas próprias referências e um pedaço bem bacana da história da cultura pop
Nos hoje longínquos anos 1960 e 1970, a molecada dos EUA e de parte da Europa curtia passar um tempão com os amigos num tipo de cinema bem específico, apelidado de grindhouse. Não eram as salas mais glamourosas do mundo, verdade. Mas eram muito, mas MUITO divertidas, além de baratas, muitas vezes com sessões duplas, triplas e até aquelas que duravam a noite inteira por um preço único, os noitões, sempre repletas daqueles filmes do tipo exploitation.
Cê sabe: produções B, sem muito orçamento, mas com um bocado de sexo sem sentido, violência gratuita, personagens bizarros, tramas inacreditáveis e exageradas. Tinha uns de terror, tinha uns de artes marciais, rolavam até uns faroestes. Tudo naquela mesma pegada de “certeza que o pôster é melhor do que o filme inteiro”.
Deu pra entender por que estas sessões eram muito divertidas, né? <3
Dois caras cujos nomes você deve conhecer bem gastaram muita grana de suas mesadas assistindo a estes filmes nos grindhouses da vida e, quando cresceram e se tornaram cineastas de sucesso, resolveram homenagear suas raízes, o lugar de onde nasceu a sua paixão pelo cinema e de onde vieram parte de suas referências. E foi aí que surgiu o projeto Grindhouse, de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, que estreou originalmente no dia 6 de Abril de 2007.
A ideia era que fossem dois filmes pelo preço de um. Tarantino dirigiu À Prova de Morte, enquanto Rodriguez se encarregou de Planeta Terror. A estética era a mesma, com doses cavalares de sangue, gente pelada e pura piração. Mas, além das cores saturadas e de algumas queimaduras na projeção/paus de projeção (isso sem falar no chamado “rolo perdido”), todos propositais para emular aquela experiência, eles eram interligados por uma sessão de comerciais e trailers falsos de próximos lançamentos, cortesia de outros camaradas como Rob Zombie, Edgar Wright, Eli Roth e Jason Eisener.
Esta semana, parte dos textos do JUDÃO serão dedicados a este tema a esses filmes e trailers que viraram filmes de verdade, aos diretores, ao gênero, às trilhas, ao equivalente dos grindhouses em telonas brasileiras... Uma década de uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Uma década de uma serenata de tiros, sangue e tripas em homenagem à Sétima Arte, com a assinatura de dois caras completamente apaixonados pela cultura pop.
Aliás, já que tamos falando de amor pela cultura pop, inclusive, acho que nunca é demais relembrar que a gente tem uma campanha de financiamento recorrente rolando lá no Apoia.se/JUDAOcombr. É simples pra caramba, você pode contribuir com o que dá pra você e não vai te doer no bolso. Aí, você vai ajudar a encher a gente de ainda mais amor. Daquele tipo que a gente transforma não só em mais textos, mas também em mais vídeos, mais podcasts, mais um montão de formatos legais e com mais um montão de gente diferente com visões diversas pra nossa festa.
É a nossa maneira de declarar nosso amor à cultura pop. :)