A empolgante página em branco de Arrow | JUDAO.com.br

Além desta quinta temporada acabar de um jeito explosivo (HÁ!) e divertidíssimo, as portas que ficam abertas para a sexta temporada revelam um mundo de possibilidades

SPOILER! E quem diria, senhoras e senhores, que justamente a série que deu origem ao #Arrowverse, aquela que andava meio cambaleando, que levou porrada de praticamente todas as derivadas nos últimos anos, daria a volta por cima em pleno 2017 e deixaria Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow comendo poeira? Trata-se da melhor temporada de Arrow até o momento, empatadinha com a segunda. Melhor do que a primeira, que é apenas BOA, muito melhor do que as medianas terceira e quarta.

Ação e adrenalina como nas primeiras, numa pegada mais urbana, menos super-humana e mágica, uma violência mais rústica e visceral. Ao mesmo tempo, parte do humor que começou a se desenhar na quarta temporada ficou de pé aqui, alternando leveza nas interações entre os personagens do #TeamArrow quando era necessário.

Este episódio final da quinta temporada foi uma verdadeira maluquice, uma insanidade que serviu como homenagem para todos os fãs que ficaram aqui e persistiram, nos bons e nos maus momentos, trazendo de volta uma pancada de personagens incríveis e abrindo um cardápio de opções delicioso para o ano seguinte. A maneira como alternaram o flashback e os dias atuais ficou nervoso, quase esquizofrênico, ajudando a construir a tensão para a conclusão – que, vejam vocês, termina exatamente como tudo começou láááááááá no primeiro ano: com um pai e um filho dentro de um barco.

A quinta temporada de Arrow amarra a jornada de Oliver Queen de maneira perfeita, retomando uma série de pontos, principalmente da primeira temporada, e fazendo com que a história desse a volta. Ele começou como um assassino, depois se tornou um vigilante mascarado e enfim se transformou em uma herói, deixando o Capuz pra trás e assumindo a persona de Arqueiro Verde. Mas ainda existia um abismo a ser superado entre a entrega total ao personagem do herói e a trilha de sangue e vítimas que o assassino deixou para trás. A quinta temporada foi esta ponte.

O problema dos dois Fs da temporada anterior acabou sendo completamente resolvido por aqui. Os flashbacks, que foram insuportáveis nos últimos anos, enfim nos levaram pra Rússia e explicaram a relação do herdeiro dos Queen com a máfia e o divertido personagem de Anatoly Knyazev. Além disso, entrou em cena Konstantin Kovar, uma verdadeira máquina de impressionantes tabefes e frases de efeito vivida por ninguém menos do que Dolph Lundgren. Dava gosto quando a história viajava para o passado.

O outro F que foi calcanhar de Aquiles, Felicity Smoak, deu uma melhorada e tanto. Acabaram os momentos “dama em perigo” e as DRs intermináveis. Seu envolvimento com o clã de hackers do Helix deu uma força para a personagem que a tirou do papel de apêndice do grupo, criando uma tensão entre ela e Oliver que acaba sendo o momento perfeito para que recomecem os primeiros sinais de #Olicity.

E aí, bom, não dá pra deixar de falar do vilão, né. Prometheus, que começou como um arqueiro das trevas genérico de capuz, máscara e voz modificada, tipo o Merlyn na primeira temporada, quando enfim foi revelada a sua identidade secreta... EITA! Os produtores deram uma volta nos fãs de HQs, que tinham certeza absoluta que Adrian Chase seria o Vigilante, como nos gibis. Porra nenhuma. Baita decisão inteligente. E aí entra o carisma e a interpretação poderosa de Josh Segarra, alternando doses de cinismo, estilo e escrotidão, ele rouba a cena com um olhar, com um sorriso de canto de boca. Nas muitas ótimas sequências em que temos apenas um diálogo entre ele e Oliver Queen, rola um embate de carisma, ainda que a deliciosa canastrice de Stephen Amell e seu rosto único para múltiplas reações acabe saindo perdendo para a canalhice suprema de Segarra. Principalmente nos episódios finais da temporada, ele abocanhou o troféu de melhor vilão de Arrow até o momento, premiação que era de Slade Wilson há quase três anos.

Foi MUITO legal ver o Exterminador de volta. Que personagem sensacional, tomara que ele continue por aí. “Perdoe a si mesmo pelos seus pecados”, diz ele para Oliver, cravando o prego final numa lição que ele veio aprendendo a duras penas ao longo destes 23 episódios. “Você se culpa pelo suicídio do seu pai e por tudo que veio depois”. Chega de carregar o mundo nas costas, cara. “Você pode me culpar pelo que deu de errado na sua vida. Eu estou cansado de me culpar pela minha”, dispara ele mais pra frente, diante do sorriso sarcástico de Chase.

Quando o season finale se encerra com um impressionante (e inesperado) cliffhanger, o que não faltam são possibilidades narrativas aqui. Porque a gente sabe que, não, a explosão de Lian Yu não matou todo o elenco de personagens de apoio da série, sobrando apenas Oliver e seu filho. Apesar da cartada final genial de Adrian Chase, que deixa o Arqueiro Verde entre a cruz e a espada, alguém pode (e deve) ter sobrevivido.

Dá pra abordar a desgastada relação com a Bratva depois que Oliver enfim corta as correntes com este pedaço de seu passado; a sinuca de bico (entendeu o que eu fiz aqui?) entre a Canário Negro da Terra-2, abalada pelo encontro com o pai da nossa realidade, e a nova Canário Negro; o embate entre Nyssa e Thalia, as herdeiras de Al-Ghul; o novo papel de Malcolm Merlyn como pai de Thea (John Barrowman, que homem maravilhoso); o Capitão Bumerangue, vejam só. Tem a Artemis. E até o Exterminador, cara, por favor #BringSladeBack.

E, principalmente, tem um novo Arqueiro Verde, que FINALMENTE exorcizou seus fantasmas e pode se recriar mais uma vez e recomeçar de uma vez por todas. Com um primeiro arco enfim fechado, o que sobra para os produtores e roteiristas é uma página em branco. Agora eles podem MESMO recomeçar a série do zero na sexta temporada. Existe espaço para um Oliver Queen que finalmente superou Lian Yu, o homem que agora está realmente preparado para ser herói tem todo um mundo de possibilidades pela frente.

Essencialmente, o novo capítulo da saga do protetor de Star City é o sonho da vida de qualquer roteirista. Resta saber o que eles vão fazer com este cursor piscando num documento ainda vazio. Eu tô aqui esperando empolgadão.