Um número que serviu apenas pra que eu pudesse traçar uma meta para 2017. Porque o que importa, mesmo, é assistir a filmes. :)
No primeiro dia do primeiro mês do doismiledezessentésimo ano, embuído do espírito de mudanças e novidades que nos acomete nessa época do espaço-tempo, me dei algumas metas. Duas, pra ser sincero.
A primeira eu concluí em quinze dias: visitar a piscina todos os dias até 15 de Janeiro — realmente fácil, com o calor numa cidade como São Paulo no verão.; a segunda eu demorei exatos onze meses pra realizar, e o fiz com trinta dias de antecedência: assisti a 104 filmes no ano — um número que, embora pareça aleatório e arbitrário, significa que eu teria assistido a uma média de dois filmes por semana.
Valia qualquer filme. Novo, antigo, clássico, bom, ruim, curta, longa, documentário, que eu tivesse visto anteriormente ou não. Filmes. Uma maneira que eu inventei de, enquanto consigo crescer em relação ao meu trabalho, ao mesmo tempo teria uma espécie de hobby, algo que eu faça num tempo que eu tiro só pra mim, enquanto tento o máximo conseguir me desligar do mundo lá fora — uma das razões pelas quais eu vou sempre defender a experiência de ir ao cinema ao invés de ficar em casa olhando pra TV e concorrer com todas as distrações possíveis.
Foi nessa brincadeira que eu acabei descobrindo o cinema de Taika Waititi, quando assisti à Hunt for the Wilderpeople, em uma preparação realmente pessoal para Thor: Ragnarok — dois dos melhores filmes que vi em 2017, que me fizeram escrever todo um roteiro para um vídeo que, se tudo der certo e nada der errado, será lançado no início de 2018.
Num sábado dedicado a Alien – o Oitavo Passageiro, Aliens – O Resgate, Alien 3 e Alien – A Ressurreição, acabei reafirmando meu gosto por Prometheus, que acabou ajudando a me decepcionar justamente com a parte Alien de Alien: Covenant.
No mesmo espírito de preparação, assisti à famigerada Trilogia Cornetto de Edgar Wright e consegui enxergar mais e melhor o que ele fez em Scott Pilgrim, um filme que seria realmente sensacional se não fosse a história meia boca — o que Baby Driver é, e é para vários caralhos.
Baby Driver é, aliás, um dos filmes sobre os quais tinha muito o que falar e acabei não escrevendo nada. Mother! foi outro, mas o que eu mais gostei e queria muito ter falado sobre com vocês foi Colossal (cujo pôster, sensacional, ilustra esse texto).
Fica, aliás, a dica agora. :)
Com a desculpa de tentar entender a timeline do Universo Marvel dos Cinemas pós-Homem-Aranha: De Volta ao Lar, revisitei Doutor Estranho e Homem de Ferro 3. O filme protagonizado por Benedict Cumberbatch continuou na minha lista de piores desse universo, mas o dirigido por Shane Black subiu o suficiente no meu conceito a ponto de ser considerado, até então, o melhor filme do verbo cinema de todos os 16 lançados até aquele momento.
Aliás, outra vantagem de “ver filmes”, uma expressão / ato que aprendi com Luis Carlos Merten durante uma viagem a trabalho para Cancun (enquanto eu aproveitava o mar, a piscina e o álcool de graça nas horas entre uma entrevista e outra, ele tava “vendo filmes”), é que você consegue entender melhor o que é cinema e as ideias de cada diretor, roteirista e artistas em geral envolvidos. Pois foi vendo Dois Caras Legais que consegui entender melhor as ideias de Shane Black com o terceiro filme do Ferroman...
E por aí vai. :)
Tive a oportunidade de ir pro Festival do Rio, o maior e melhor evento de cinema do Brasil, onde acabei assistindo a alguns dos filmes que mais tiveram significado pra mim esse ano. Sim, assisti à Downsizing, mas não é desse que tou falando, e sim Patti Cake$ e O Artista do Desastre, duas produções que, de maneiras completamente diferentes, falam sobre sonhos — o mesmo tema de Brigsby Bear, o mesmo tema que dominou boa parte das coisas que mais gostei de assistir.
Sonhar não custa nada, verdade, mas machuca pra caralho... E eu acabei escrevendo um dos textos mais pessoais de toda a minha vida depois de assistir à La La Land, um dos filmes mais tristes que assisti esse ano. Outro texto bastante pessoal foi escrito depois de assistir, pela segunda vez, à Star Wars: Os Últimos Jedis*.
Acabei abrindo o coração também com Logan — o filme, que me fez chorar desesperadamente como uma criança, e Hugh Jackman, numa das entrevistas que eu mais gostei de fazer e que acredito que tenha sido a mais legal de toda a minha carreira.
A lista completa dos filmes que vi em 2017 está aqui e, em 2018, pretendo assistir a 156 filmes, aumentando a média pra três por semana. Vai ser muito mais difícil, especialmente porque meu trabalho envolve também assistir a séries, escrever sobre boa parte de tudo que eu vejo, enquanto tento administrar um site / podcast / canal de YouTube de forma completamente independente. Ao mesmo tempo, sei que esses 156 filmes vão me ajudar a melhorar ainda mais meu senso crítico e me mostrar muito mais do que é cinema.
Estou, inclusive, com a ideia de assistir à toda filmografia de Steven Spielberg, só porque sim. Será que alguém me acompanha? Seja como for, esse é o meu desejo pra você e todo mundo que for da sua família em 2018: assista a filmes. :)