Sei que existam filmes ótimos e imperdíveis desse gênero. Só não me obriguem a assistir.
Durante toda a nossa vida fomos levados a acreditar — por filmes, séries e até livros — que levar uma garota para ver um filme de terror durante um encontro era uma ótima ideia. Ela provavelmente levaria um susto e pegaria na sua mão. Aí apareceria um monstro/criatura/assassino/maníaco/ET na tela e ela pularia para o seu lado em puro terror. E daí pra um abraço, um aconchego e um beijo, era só um segundo de coragem.
Não me entenda mal, existem muitas mulheres que gostam de filme de terror. São aquelas incomparáveis, que não dão pulinhos de medo, ou gritinho abafados enquanto tentam esconder o rosto nas mãos. Elas gostam daqueles sustos, daquele gore, daquele suspense. Elas. Eu não. Infelizmente.
Fico num estado de tensão tão grande que só passa quando já estou longe da sala do cinema, em algum lugar bem iluminado e conversando sobre qualquer outra coisa. Uma pesquisa feita na Universidade de Nova York mostra que o estresse envolvido em, por exemplo, ver um filme de terror, leva o cérebro a reviver experiências ruins que a pessoa teve, prejudicando a capacidade de análise, aguçando os sentidos e criando um estado de alarme. Alguém me lembra porque tem gente que gosta de sofrer assim?
Não é possível que o fato, pesquisado e comprovado pela Universidade de Westminster, na Inglaterra, de se perder calorias por conta do sangue sendo bombeado mais forte e a adrenalina, compensem. Segundo Dr. Richard Mackenzie, especialista em metabolismo celular, “com o aumento da pulsação e bombeamento do sangue, o corpo passa por uma onda de adrenalina. É essa liberação de adrenalina, produzida durante poucos e intensos momentos de stress — nesse caso, por conta do medo, que é conhecida por diminuir o apetite, aumenta a taxa metabólica e acaba queimando um nível maior de calorias”.
[three-fourth]O experimento, divulgado em Outubro de 2012, serviu também pra provar que os filmes de terror clássicos são, baseados na quantidade de calorias queimadas, mais assustadores que os atuais. Mas e daí?A maioria dos filmes acaba se tornando clichê, eu sei, com os mesmos sustos, nos mesmos momentos, do mesmo jeito. Mas isso não impede que, sempre que algo aparece bruscamente na tela, meu coração venha parar no meu colo, enquanto bato a cabeça no teto. Ou que eu fique pensando na trama enquanto estou sozinha tentando pegar no sono — obrigada garotinho de O Grito por me fazer ficar encarando a quina do meu quarto por 20 minutos desesperadamente.
Por outro lado, não me incomodo com criaturas como vampiros, lobisomens e ETs, talvez porque um canto remoto da minha mente coloque tudo isso em uma gaveta nomeada “impossível”.[/three-fourth][one-fourth last=”true”][text-box width=”100% title=”TOP8! Filmes de terror que mais queimam calorias”]
Foi com essa frase que Alfred Hitchcock explicou porque seus filmes eram tão populares — e foi nisso que ele se focou durante toda a sua carreira.
Responsável por inúmeros avanços cinematográficos, como movimentos de câmera, cortes, visão subjetiva, além de criar um processo especial para simular o efeito de uma vertigem e do MacGuffins (o uso de um objeto para avançar a trama), pra mim o que mais chama atenção, e que vemos em todos os filmes hoje em dia, foi o uso da trilha sonora para envolver o espectador.
Foi com esse diretor que as multidões aprenderam a amar um bom suspense, aproveitar um filme de terror e em quem futuros cineastas se inspiraram – e ainda se inspiram – para criar e produzir.
E apesar de todas as esquisitices, obsessões, manias e sustos ;), deixo aqui um enorme obrigada ao mestre Hitchcock, que pelo menos mostrou que música é sim parte da alma de um filme. ;)[/text-box]
O número de produções de terror aumentou absurdamente nos últimos anos, possivelmente por uma brecha onde filmes de baixo orçamento podem gerar muito lucro (A Bruxa de Blair começou com isso e Jogos Mortais Atividade Paranormal provam o ponto), ou quem sabe por pessoas buscarem algo além de uma vida simples e cotidiana, como True Blood e todas os suas criaturas que mais parecem modelos. Pode até mesmo ser por jogar na nossa cara como estamos vivendo em uma sociedade doentia — sério, quem pensou em fazer A Centopeia Humana?
Sei que existam filmes ótimos e imperdíveis desse gênero. Só não me obriguem a assistir — e pense bem algumas vezes antes de levar alguém pra assistir com você.