A Força não foi lá muito grande no #ForceFriday paulistano... | JUDAO.com.br

Talvez a ideia de um início de venda de bonequinhos à 0h, “junto com o resto do mundo”, não seja a de um evento VIP, né? :P

#ForceFriday. Confesso que se não fosse JJ Abrams, eu provavelmente ignoraria completamente a existência de um evento em que pessoas nos mais diversos lugares do Mundo abriram caixinhas de brinquedos e, à 0h, outras tantas ficaram na fila pra comprar esses mesmos brinquedos antes das pessoas que, sei lá, preferiram dormir, ou algo assim.

Não há muita — ou absolutamente nenhuma — diferença entre essa galera e aquele povo que se acumula num frio costumazmente desgraçado pra comprar um iPhone, todo fucking ano, ou um videogame novo assim que é lançado. Mas é marketing, ajuda na hora da divulgação e, enfim, tem maluco pra tudo.

E sabemos, também, que Star Wars não seria Star Wars se não fossem os bonequinhos. :)

Dessa vez, porém, empolgadíssimo que eu tou pra O Despertar da Força e, especialmente, aquele negócio que pra mim define perfeitamente a coisa de “magia do cinema”, o BB-8, resolvi comparecer ao único evento Brasileiro do tipo, em São Paulo. E, devo dizer... Foi decepcionante.

Nas últimas vezes que fãs de Star Wars se reuniram pra alguma coisa, durante a Star Wars Celebration e na Comic-Con 2015, não havia palavra que pudesse descrever o que se viu e sentiu. Você pode chegar perto quando ouve “Chewie, we’re home” pela primeira vez, mas estar no meio de toda aquela galera era outra coisa.

Porque é aquela galera reunida que faz esse tipo de coisa funcionar.

O que se viu em São Paulo, porém, foi um evento fechado, de acesso extremamente controlado, voltado pra qualquer coisa menos os fãs de Star Wars. Havia diversas listas, que permitiriam o acesso ao shopping, entre imprensa e convidados, colocando uma pulseira em cada um dos que entravam por lá. Sim, havia fãs. Um monte, na verdade. Mas não é só porque você é um deles que você poderia ter acesso àquela loja, naquele shopping, naquele horário.

Foram cerca de 2h de aquecimento com pipoca e Coca-Cola, numa esquina formada entre a loja de brinquedos e uma outra, com músicas dos filmes tocando, que culminaram em pouca ou nenhuma apreensão na contagem regressiva que foi feita nos últimos 15 segundos da quinta-feira. Quarenta pessoas teriam acesso à loja inicialmente, além da imprensa, e a fila depois seguiria de um em um — o que não demorou mais do que 40mins pra zerar, com produtos suficientes pra que todo mundo saísse com o seu.

E... Foi só isso.

Sendo um ambiente tão controlado — seja porque nenhum outro lojista no Brasil achou que seria interessante uma venda à 0h e a Disney precisou intervir com uma força maior, seja porque a ideia era realmente essa ou, sei lá, o preço bem salgado de bonequinhos de plástico de 15cm, ou até mesmo a absoluta falta de cultura do brasileiro médio pra coisas como essa — ficou faltando um senso de “PUTAQUEPARIU A GENTE TÁ AQUI JUNTO PRA CONSEGUIR ESSES BONECOS OMG” que tanto permeia essa comunidade toda e que, bom, faz Star Wars ser o que é.

É tipo essa coisa dos estádios de hoje em dia. Nessa GOURMETIZAÇÃO, você encontra gente que assiste aos jogos de pé e grita, no máximo, “GOL!”, isso se não tiver filmando ou posando pra alguma selfie. Pra que ir no estádio se dá pra fazer a mesma coisa de casa?

Pra que começar um dia num shopping, se daria pra comprar os bonequinhos todos pela internet?

Lançamentos como esse não faltarão no futuro — e eu ainda tou falando do Episódio VII, vai imaginando o VIII e o IX. E os standalones. E sabe-se lá mais o que. Ainda dá tempo pra tirar essa coisa de VIPs de uma venda de bonequinhos e focar nos malucos que REALMENTE gostam disso. :)