Aquaman, Shazam e Mulher-Maravilha: acenderam as luzes nos filmes da DC | JUDAO.com.br

Mais cores, mais vida, mais esperança. Este é o resumo do que a Distinta Concorrência apresentou no painel da Warner durante a San Diego Comic-Con 2018. O que isso significa? A Era Zack Snyder oficialmente acabou.

É bastante SINTOMÁTICO que os três filmes da DC que foram destaque e encerraram o painel da Warner neste sábado (21), durante a San Diego Comic-Con, tenham sido justamente estes: Mulher-Maravilha 1984, Shazam! e Aquaman. Porque os vídeos dos três, exibidos ao longo da apresentação, além das declarações de seus respectivos elencos, mostram que tem uma coisa claríssima em comum aqui: LUZ.

Não só a iluminação propriamente dita, as cores mais intensas, mais vivas, mais fortes. Isso também (e que bom poder ver um tipo de fotografia diferente). Mas principalmente o TOM. Estamos falando de produções que seguem o que o primeiro filme da Princesa Amazona começou a desenhar e que agora tá explícito, extrapolado. Tramas mais leves, mais heroicas, tirando aquele ar sombrio, amargurado, sofrido e, principalmente, obrigatoriamente sério que Batman vs Superman nos impôs.

Senhoras e senhores, agora é oficial: a era Zack Snyder chegou ao fim. O recado tá dado.

Aliás, quando o segmento da DC começou durante a apresentação no Hall H, vimos que as produções inspiradas nos personagens da editora agora têm um nome oficial para reunir tudo sob um único selo: “Worlds of DC”. Faz sentido, aliás, já que a ideia deste “universo estendido” não é que tudo esteja rigorosamente interligado, haja vista o tal projeto do Coringa com o Joaquin Phoenix, por exemplo. Por isso, são possíveis muitos MUNDOS da DC — nos quais inclusive temos duas versões do Flash, uma nos cinemas e outra na TV.

Dito isso...

| Mulher-Maravilha 1984

Talvez a principal informação que obtivemos da diretora e elenco de Mulher-Maravilha 1984 é que, definitivamente, esta aventura não pode ser chamada de “Mulher-Maravilha 2”. A própria Gal Gadot fez questão de registrar: “Esta não é uma sequência. É um novo capítulo. É um filme com sua própria história”. Logo depois, a diretora Patty Jenkins reforçou: “Nós podemos fazer um filme inteiramente novo sobre algo puro e forte”.

Sua principal inspiração para o filme? Jenkins responde na lata: “Richard Donner”. Nada menos do que o diretor do primeiro filme do Superman, em 1978. Uma declaração que significa MUITO.

Mas, afinal, por que pular da Primeira Guerra Mundial diretamente para os anos 80. “Uma das minhas coisas favoritas sobre o original se passar em 1917 é que estamos falando de metáforas como a modernidade que se aproxima, um mundo cada vez mais mecanizado”, explica a cineasta. “Eu cresci nos anos 80 e esta é uma década que tem seu próprio visual, seu sentimento. Fico empolgada porque foi um momento em que tivemos a humanidade mostrando o seu melhor e seu pior. Foi grande, incrível, com ótima música, coisas elegantes e lindas. Mas muito do que começou a aparecer ali revela o que existe de pior em nós. Ter a Mulher-Maravilha em atividade neste período, conosco em nosso maior extremo, é sensacional”.

E embora ainda não saibamos em que contexto vai surgir e se tornar uma ameaça a grande vilã do filme, a Mulher-Leopardo/Cheetah, a ser interpretada por Kristen Wiig, as fotos recentemente divulgadas deixam uma dúvida ainda maior pairando no ar: como diabos o piloto Steve Trevor (Chris Pine) está de volta, depois de ter morrido no final do primeiro filme? “Ele é uma parte muito importante do nosso filme”, disse Patty, esquivando-se graciosamente de responder DE FATO a pergunta.

E embora estejam filmando há apenas 3 ou 4 semanas, eles ainda conseguiram fazer um corte de vídeo e levar pra galera na SDCC — um vídeo que não foi liberado para nós, aqui do lado de fora da internet. Na cena, Diana aparece com seu uniforme (que, segundo aqueles que puderam assistir, está com cores muito mais vibrantes) em um shopping bastante iluminada, derrubando dois criminosos e salvando uma garota, para o delírio de um grupo de jovens meninas. A seguir, ela corre pela rua numa cena que só pode ser definida como uma clara inspiração em ninguém menos do que Lynda Carter.

Mulher-Maravilha 1984 tá programado pra chegar aos cinemas americanos no dia 1o de novembro de 2019.

| Shazam!

Aí, foi a vez de sermos apresentados não apenas ao elenco do filme do menino que se torna um jovem adulto ao pronunciar uma palavra mágica, mas também ao seu primeiro e SABOROSÍSSIMO trailer. E que, sério, você deveria ver antes de qualquer coisa:

“Eu tô me sentindo como a minha versão de 14 anos, colocando uma capa e saindo por aí voando como uma super-herói”, disse um empolgadíssimo Zachary Levi, que interpreta a metade adulta do herói outrora conhecido como Capitão Marvel. “Ele se parece com um garotão, no sentido de que está sempre entusiasmado com tudo”, confessa o diretor David F. Sandberg sobre seu protagonista.

É oficial, portanto: Levi tá praticamente interpretando a si mesmo. ;)

O tom é gostoso, descontraído, do tipo que sabe brincar inclusive com as referências dos próprios heróis do panteão da DC — afinal, Freddy Freeman, irmão adotivo que o órfão Billy ganha quando finalmente aceita se mudar para um novo lar, é um verdadeiro fanático por vigilantes uniformizados. Usando uma camiseta do Aquaman, com recortes de jornal do Superman e uma réplica do bumerangue do Batman, é ele quem tenta puxar assunto ao discutir qual é o superpoder mais legal e, mais tarde, quando Billy se torna o Shazam, é a ele que o novo herói recorre, tentando entender o que tá acontecendo.

Dizer que é uma mistura Superman com Quero Ser Grande, clássico de Tom Hanks lançado em 1988 no qual um menino de 12 anos vê ser realizado seu sonho de ser adulto e se torna um cara de 30, não é nenhum exagero. Porque tem uma dose cavalar de humor ali, principalmente na interpretação careteira de Levi, que mostra um herói suave, divertido, com alma e do jeito que qualquer moleque faria se estivesse na mesma situação. “É tipo voltar pra casa, sabe? É muito divertido. Eu acho que existem pouquíssimos personagens que ficariam tão empolgados em ter poderes e obrigação que os poderes trazem”, opina Levi.

Em termos práticos, o vídeo é apenas uma breve apresentação da origem de Batson, focado nele e em seu relacionamento com Freddy. Pouco sabemos ainda tanto a respeito do mago que lhes dá os poderes (vivido por Djimon Hounsou) quanto do vilão, o Doutor Silvana (Mark Strong), que aparecem apenas brevemente.

Mas já dá pra cravar, com certeza absoluta, que a inspiração vem da reinterpretação da origem do herói, que Geoff Johns escreveu pós-Novos 52, com o traço maravilhoso de Gary Frank. A única dúvida que AINDA paira no ar é... VAMOS TER O TIGRE?

O filme do Shazam! estreia no dia 5 de abril de 2019.

| Aquaman

E finalmente, encerramos com o tão aguardado primeiro trailer do herói dos sete mares da DC. Que, como bem já se esperava, ainda de carregar nas tintas do imenso carisma e humor de Jason Momoa no papel do personagem principal, mostra um visual épico e deslumbrante assim que a Atlântida surge na tela e que, de alguma forma, tem um quê de Guardiões da Galáxia, levando a DC pra território desconhecido e até então inexplorado.

Talvez seja não apenas um dos filmes mais iluminados da DC até o momento, mas também um dos mais cheios de luz da carreira do diretor James Wan, que é conhecido por seu respeitável currículo dirigindo produções de terror (faz sentido, inclusive, que alguém na plateia tenha perguntado se ele conseguiu colocar uma boneca assustadora no meio da história do Aquaman, de alguma forma).

De qualquer maneira, dá pra entender porque Wan exagera ao dizer que quis criar um filme de super-herói como nunca foi visto, descrevendo-o como uma “fantasia de ficção científica”.

Se Momoa já tinha convencido como o Aquaman soterrado pelo roteiro mequetrefe do filme da Liga da Justiça, parece que aqui ele vai ter espaço pra brilhar, cheio de sacadinhas divertidas que deixam mais “suave” aquela impressão de que a história o faria ser total e completamente badass, meramente um sanguinário Conan dos sete mares.

Esta nova versão do Aquaman ficou aparentemente mais “humanizada”, desde o momento em que vemos sua versão ainda criança, descobrindo os poderes telepáticos sobre os seres marinhos vivendo entre os humanos como seu pai, o vigia do farol local, até o momento em que sua herança como filho também da rainha da Atlântida vem cobrar tributo. E eis que aparece Mera (Amber Heard), dos cabelos vermelhos flamejantes, cujos olhos também brilham com muita personalidade — e Wan faz questão de mostrar, logo de cara, que ela é equivalente ao Aquaman e não meramente (entendeu o que eu fiz aqui?) uma sidekick/interesse romântico.

Da história, sabe-se apenas que o meio-irmão de Arthur Curry, o Rei Orm (Patrick Wilson, na pele do vilão que nos gibis é conhecido como Mestre do Oceano) está putaço com o mundo da superfície e declara guerra contra a gente. Mera vem então buscar o herói turrão para que ele reclame seu lugar no trono e, desta forma, possa impedir que a merda toda seja feita. Tá claro que ele é o principal antagonista, enquanto o Pescador (outro papel de Djimon Hounsou, vejam vocês) e o Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II, com um uniforme impressionantemente fiel aos dos gibis) devem ser apenas aparições eventuais e construções para filmes vindouros.

Tá tudo lindão. O visual e, claro, o Momoa.

Aqui no Brasil, Aquaman chega no dia 13 de dezembro deste ano, uma semana antes da estreia nos EUA.