Arrow: Eu sou o Arqueiro Verde | JUDAO.com.br

Sim, Oliver Queen disse esta frase no início da nova temporada de Arrow. Sim, fez todo o sentido. E sim, foi MUITO legal!

SPOILER! Em um ponto específico, o episódio que abre a quarta temporada de Arrow conversa bastante com o episódio de estreia da segunda temporada de The Flash: a cidade também se torna parte mais presente da jornada do herói. Claro que, no caso de Oliver Queen, Starling City sempre esteve ali, presente, mas tratando o mascarado como um vigilante de quem era preciso desconfiar. Não era exatamente uma relação de amor, sabe? Mas Starling City mudou – e, finalmente, se tornou a Star City dos gibis. E Oliver Queen também mudou. Ainda em busca da resposta para a pergunta “quem sou eu?”, o sujeito descobriu que não quer mais combater as trevas se rendendo a elas. Ele então veio à público dizer: “o Arqueiro morreu. Eu sou o defensor que esta cidade precisa. Eu sou o Arqueiro Verde”.

E, enfim, Star City tem o seu herói residente. Um super-herói mesmo. Não um justiceiro mascarado correndo pelas sombras.

Só que, enquanto Flash chegou pegando leve, numa boa, preferindo apresentar muito mais o tom do que investir na ação, Arrow veio na voadora com os dois pés no peito, cenas de ação, ameaça de terrorismo, metralhadoras. Oliver estava lá, numa boa, curtindo uma vida de comercial de margarina com a Felicity, sentindo prazer em cozinhar “como se estivesse num episódio interminável do MasterChef”, conforme ela mesma disse. Todo mundo tranquilão com relação à grana, já que a moçoila herdou o cargo do supostamente falecido Ray Palmer, agora é CEO de uma grande empresa, a porra toda. Oliver deixou Diggle (com um capacete que, em ação, parece mais uma proteção de motoqueiro do que o adereço do Magneto), Laurel e a irmãzinha Thea (agora sob o codinome Speedy) tomando conta de tudo, beleza. Era hora de tentar uma vida nova. Mas aí, bom, apareceu o Damien Darhk e a casa meio que caiu.

Dotado de poderes sobrenaturais (que Oliver imediatamente identifica como sendo de origem mística) e no controle de um grupo militarizado chamado Colmeia — o mesmo responsável pela morte do irmão de Diggle – com soldados que atacam e desaparecem sem deixar vestígios, ele está virando a cidade de pernas para o ar, fazendo a polícia e os três heróis comerem poeira. A ideia é espalhar o caos.

Claramente, o que o produtor Marc Guggenheim prometeu em entrevista ao MTV News é verdade: este é um vilão MESMO, no sentido literal da palavra. “O Exterminador, Ra’s e Malcolm Merlyn eram os caras que se achavam os heróis de suas próprias histórias. Eles estavam fazendo a coisa errada pensando que era pelas razões certas. Este ano, tentamos algo diferente. Queríamos um vilão que não se importasse com a moralidade. Damien é o mal puro. Ele é o coração das trevas”. Ou seja: se temos um super-herói, de tons menos sombrios, do outros lado temos um vilão preocupado apenas em fazer o mal, sem meios-termos. Territórios bem delimitados. Luz e trevas, naquele que deve ser o tema de toda a temporada (e que também é o foco dos flashbacks, que continuam existindo).

Arrow

As interações entre Oliver e Felicity estão mais divertidas, gostosas de ver, sem aquela dor e sofrimento que marcaram boa parte da temporada anterior. O casal é obrigado a voltar antes que Oliver possa fazer AQUELE pedido especial para a amada – que, pela primeira vez, admite que gosta de integrar este time, curtir esta loucura toda de combate ao crime. Diggle ainda está puto da vida com o antigo melhor amigo. E Thea, que está se divertindo com a vida de heroína mas aos poucos parece se render a uma sede de sangue que pode ser resultado de seu banho no Poço de Lázaro, não está muito no barato de ouvir sermão do irmão mais velho. Ou seja, não foi apenas Oliver quem mudou. Mas a galera ao seu redor também. E ele vai ter que lidar com isso.

Tá bom, sim, tem a cena final. Na qual Barry Allen surge pra confortar o amigo Oliver. E que se passa seis meses depois do que está rolando na cronologia “atual”. Oliver está sofrendo diante de uma lápide, que não conseguimos identificar de quem é. Mas promete que Damien vai pagar. Só que, mesmo neste momento, o tom é menos “vingança sangrenta e sofrida” e mais “vou fazer a justiça”. Como bem cabe a um herói, aliás.

Para o restante da temporada, eu arrisco um único palpite: Starling City agora é Star City. O Arqueiro agora é Verde. E a cidade é regida por um comitê (do qual faz parte Quentin Lance), já que ainda não foi escolhido um novo prefeito. Tudo bem, informações de bastidores dão conta de que uma atriz foi escolhida para o papel, que a personagem é uma antiga amiga de Moira Queen... Mas... ainda arrisco que, em algum momento, o expediente de Oliver como prefeito, exatamente como aconteceu nos gibis, deve rolar na série. E seria muito divertido que isso acontecesse, porque não é exatamente a coisa mais comum de ver em uma série do gênero.

De qualquer forma: seja bem-vindo, Arqueiro Verde. E fica a dica pra você – cavanhaques podem ser muito estilosos, tá? ;)