Um exemplar de Action Comics #1, com a primeira aparição do Superman, pode valer milhões. Imagine então uma arte original daquele gibi, desenhada por Joe Shuster? Bom, fica impossível imaginar, já que todos os originais se perderam. A arte original sobrevivente mais antiga do Homem de Aço que se tem notícia é a capa de Action Comics #15, de 1939 – que, veja só, acabou de ser leiloada.

Na Heritage Auctions, a página em nanquim foi vendida por US$ 286,6 mil dólares. Mas isso é pouco: o recorde de uma venda de arte original nos EUA pertence a uma página de Amazing Spider-Man #328, assinada por Todd McFarlane e publicada em 1990, que foi vendida por US$ 675.250. Se você levar em conta que cerca de 30% do valor de venda em um leilão vai para a casa, o vendedor ficou com bem menos.

Não que o cara que fez o leilão agora esteja reclamando de receber 200 mil doletas, né? Mas há algumas coisas que, infelizmente pro vendedor, afetam no valor de compra.

Essa arte, especificamente, não foi feita por um grande quadrinista, reconhecido e tudo mais. Muito menos pelo cocriador do herói, Joe Shuster. O desenho é assinado por Fred Guardineer – que é desconhecido pelo grande público, apesar de ter tido uma longa carreira nos quadrinhos. Pra piorar, Action Comics #15 não é nenhuma edição histórica, nem nada assim. Muito menos a arte é uma capa icônica. Isso sem contar que o desenho tem umas boas marcas de amarelado.

Assim, o que foi vendido foi a arte mais antiga possível do Superman. Ponto. Mas não era feita por ninguém famoso, uma arte que todo mundo idolatra, nem nada assim. De qualquer forma, repito: o dono levou US$ 200 mil livres. É uma bela grana. ;)

Apenas para comparação, Action Comics #15, com nota 9.2 pela CGC (que certifica gibis colecionáveis), foi vendida por US$ 30 mil recentemente. A arte de capa valeu quase dez vezes mais. O que esperar então se, um dia, acharem o desenho original de Joe Shuster para Action Comics #1, que teve um exemplar vendido por US$ 2,16 MILHÕES em 2011?

Pois é. Acho que vou começar a fuçar uns porões e sótãos de casas antigas em Los Angeles, cidade na qual o Shuster morreu em 1992...

via The Hollywood Reporter