Eu só fui ver Star Wars na adolescência. Mas os filmes são famosos o suficiente pra que eu já tivesse lido várias coisas sobre eles antes disso, claro. Então... Por um bom tempo, eu acreditei que o nome do vilão da franquia era Darth VÁDER.

É o tipo de coisa que acontece quando você só conhece um nome de forma lida, e não ouvida — e, principalmente, não domina a língua de onde veio o nome. Com certeza também tem muitos personagens de HQs e livros estrangeiros que ainda me fariam passar vergonha se eu tentasse pronunciar os nomes. Mas e quando esse tipo de coisa acontece até com obras nacionais?

Me diz, como é o nome dessa caveira da Turma do Penadinho, criação do Mauricio de Sousa, que fica parada em cima duma pedra meio que em tempo integral (porque né, era uma caveira)?

Cranicola, né? OK. Mas a pronúncia é CraniCÓla ou CraNÍcola? Cara, eu passei a minha infância toda achando que a opção certa era a segunda. Eu sei que não faz sentido quando você para pra observar que a palavra não tem acento no I, e portanto é paroxítona. Mas sei lá, eu era uma criança burra.

Não só eu. O Borbs também ficou chocado quando viu isso aqui:

Como é legal viver numa época em que você tem uma dúvida sobre a Turma da Mônica e aí pode ir perguntar pro próprio Mauricio de Sousa.

A descoberta foi divulgada por este blog, que até sugere que a inspiração pode ter sido algum cantor de ópera como Nicola Rossi-Lemeni ou Nicola Monti. Eu nunca ouvi falar de nenhum dos dois mas vou me limitar a acreditar nessa possibilidade, até pelo que o próprio tio Mauricio escreveu.

Acho que essa confusão com a pronúncia de “Cranicola” é mais comum do que se imagina. Talvez simplesmente porque Cranícola tem uma sonoridade muito melhor e portanto fazia mais sentido na nossa cabeça. A dúvida deve ser tão geral que, no novo site da Turma da Mônica, o perfil do personagem faz questão de esclarecer:

Agora uma pausa pra assimilar o fato de que, depois de duzentos anos, o site da Turma da Mônica finalmente foi renovado.

Mas sabe o que é chocante mesmo? A descoberta de que Matheus Esperon, integrante do time de redatores daqui do digníssimo JUDÃO, se sente no direito de falar esse tipo de coisa:

Claro que foi um choque para as Organizações Judão como um todo. Desde então esse rapaz tem sido alvo de comentários maldosos nos bastidores e foi forçado a devolver as entradas VIP pro Oscar que o site costuma distribuir pros seus redatores.

Eu nem lamento.