Cancelamentos na DC: o que vem por aí | JUDAO.com.br

Editora passou a tesoura e vai mandar 13 gibis para o limbo, incluindo nomes tradicionais. O que será que isso significa para o futuro do Universo DC?

Pois é. Dentro daquele esforço de sempre manter o Universo DC pós-reboot ~fresco e novo, a editora anunciou que vai cancelar nada menos que 13 gibis mensais em março, nos EUA. A lista traz franquias tradicionais, como Aquaman, Monstro do Pântano, Batwoman e os Lanternas Verdes. O encerramento das publicações acontece logo na véspera da saga Convergence, aquela que irá trazer por dois meses publicações fora da cronologia atual, dando tempo para a DC mudar a sede de Nova York para Burbank, na Califórnia.

Mas... E se Convergence significar mais que um hiato na linha? Afinal, junto com esses cancelamentos, abre-se espaço para um “soft relaunch” dos Novos 52 (que é o nome editorial do reboot feito em 2011) em junho.

A lista completa do que vai para o limbo: Aquaman and the Others, Infinity Man and the Forever People, Klarion, Secret Origins, Star-Spangled War Stories Featuring G.I. Zombie, Trinity of Sin, Worlds’ Finest, Arkham Manor, Batwoman, Green Lantern Corps, Green Lantern: New Guardians, Red Lanterns e Swamp Thing. Além disso, as séries semanais Earth 2: World’s End, The New 52: Futures End e Batman Eternal serão finalizadas – apesar do roteirista Scott Snyder já ter garantido que a publicação do Homem-Morcego terá uma segunda temporada.

Isso tudo representa 26 publicações a menos no Universo DC durante o mês. ~Metade dos Novos 52.

Batwoman: CUÉN!

Batwoman: CUÉN!

Alguns desses cancelamentos são fáceis de entender. Em novembro, G.I. Zombie foi apenas o 227º mais vendido, com 7,5 mil exemplares. Infinity Man and the Forever People não foi muito melhor, com 9,3 mil, logo atrás de Klarion, que teve apenas 11,3 mil exemplares vendidos. Lembrando que, quando falamos do mercado dos EUA, esses exemplares são vendidos aos comic shops, que fazem encomendas a partir do que eles acham que vão vender. Se os leitores não compram, bom... O encalhe é do varejista. Além disso, os números não englobam exportações, vendas em outros canais e, claro, as edições digitais. Já explicamos o funcionamento disso aqui no JUDÃO.

Porém, algumas dessas revistas que vão para o limbo não fazem sentido, ao menos inicialmente. É o caso de Arkham Manor: 80º posto em novembro, com 30,9 mil exemplares vendidos. É de se imaginar que a DC tenha outros planos para um novo spinoff de Batman, substituindo a publicação

Já o melhor entre os cancelados, que tinha vendas relativamente boas, é Green Lantern Corps. Em novembro foram 34,1 mil exemplares, o 68º mais vendido em todo o mercado direto. Não é algo desprezível. Ao mesmo tempo, a DC anunciou que também mandará Green Lantern: New Guardians e Red Lanterns para o limbo. É possível pressupor que os três cancelamentos envolvam uma abordagem nova para a Tropa dos Lanternas Verdes, seus integrantes e antagonistas nos próximos meses.

Inclusive, se você for ver o histórico, desde 2006 a editora publica Green Lantern Corps – eles apenas zeraram a numeração em 2011. É difícil imaginar que nada novo relacionado aos soldadinhos dos Guardiões do Universo não apareça por aí. Quem sabe até seja algo surgido a partir dos eventos de Convergence, não?

Outro cancelamento que parece estar relacionado aos planos para o futuro é o de World’s Finest. O gibi é escrito por Paul Levitz, ex-Publisher da DC Comics, e na atual encarnação começou com as aventuras da Poderosa e da Caçadora, abrindo o escopo para toda a nova Terra 2. Ao lado de Earth 2, o título ajudou a estabelecer esse novo universo e abriu caminho para Earth 2: World’s End. É provável que o desenrolar da série semanal deixe espaço para um título no lugar de Word’s Finest, com uma nova pegada para a Terra 2 e que ajude a levantar um pouco mais essas vendas.

Por fim, dois pesares nessa lista de cortes. O primeiro é Batwoman, revista que sofreu no último ano por conta da determinação da DC dos super-heróis não casarem mais. Como você leu aqui no JUDÃO, a editora não aprovou o casamento entre a heroína e Maggie Sawyer porque os personagens “não podem ter vidas felizes”, o que levantou dúvidas sobre preconceito e fez com que a equipe criativa abandonasse a publicação. Como resultado, as vendas fizeram uma curva descendente e, mesmo sem ser uma das piores nesse quesito, Batwoman será jogado no limbo.

O outro é, claro, o Monstro do Pântano. Em 2011 a DC resolveu tirar o clássico personagem do selo Vertigo e reintroduzi-lo no universo dos super-heróis. Na nova casa, Swamp Thing ficou com menos liberdade criativa e uma exigência de vendas maior. Agora, o título retorna ao pântano. Quem sabe ela não ressurja novamente dentro da Vertigo, certo?

E, nisso tudo, é bom Constantine tomar cuidado. O gibi vendeu mil exemplares a menos que Swamp Thing no último mês e com toda a certeza apenas está se mantendo por conta da série de TV. Se a produção for realmente pro limbo... É bom o cara fazer um novo pacto com o demônio...

E agora?

Darkseid War vem aí...

Darkseid War vem aí...

Com os cancelamentos, a DC passa a contar apenas com 32 títulos mensais pra junho, após o hiato por conta da mudança de sede – bem distante da meta de 52 estabelecida desde o reboot. Como citamos, em alguns casos as revistas devem ser substituídas por publicações relacionadas. Mas... E nos outros?

Convergence, que rola entre abril e maio lá nos EUA, vai introduzir uma série de títulos novos, que resgatam conceitos e personagens do passado da DC. Basicamente, a ideia principal é que tudo aquilo existiu e ainda existe, em uma grande “convergência cronológica”. Assim, é de se imaginar que aquilo que der certo durante Convergence seja resgatado para a linha mensal padrão.

Outro detalhe é que foi revelado que Justice League #40, que também sai em março, vai abrir as portas para o grande crossover seguinte: Darkseid War. É algo que pode, por algum tempo, preencher as lacunas dos cancelamentos, além de servir de laboratório para futuras publicações periódicas.

No final, a DC está basicamente cancelando aquilo que não deu certo – seja por erros da editora, ou pela falta de aceitação do público – e dando uma chance aos leitores escolherem o que vem por aí.

Como sempre, tá tudo nas nossas mãos. :)