Cinquenta Tons de Cinza: o que o pessoal tá achando... ? | JUDAO.com.br

Por aqui, Mr.Grey, é preto no branco! (Desculpem, não resisti – e olha que nem fiz qualquer piada com a Jean. Mas admito que tive vontade)

Christian Grey. O nome que dá arrepios de prazer a toda uma geração de leitoras encantadas com o conquistador cavalheiresco com certo gosto para chicotes e algemas que estrela o best-seller Cinquenta Tons de Cinza. E que esta semana ganha, enfim, a sua tão esperada versão em carne e osso na adaptação cinematográfica – um blockbuster garantido, não tenhamos dúvidas, filas nos cinemas, bilheteria monstruosa, aquela coisa.

Mas algumas fãs, no entanto, deixaram certas questões no ar – será que Jamie Dornan seria o ator ideal para o papel, com a dose de sex appeal necessária para viver Christian? E Dakota Johnson, a filha da Melanie Griffith, aguentaria o tranco de ser a amada e odiada Anastasia Steele? A produção conseguiria levar todo o aspecto picante das páginas para a telona ou suavizaria tudo, tornando a trama mais romântica do que um conto de tempero sadomasoquista? Ó, dá pra começar a matar a curiosidade, porque a imprensa já começou a dizer o que pensa do filme, na real. ;)

Há quem tenha achado genérico, maçante, tedioso. E há quem afirme categoricamente que o dito cujo é melhor do que o livro e apresenta os personagens com mais profundidade do que na versão original. Levantamos as opiniões das principais publicações especializadas para que você também possa formar a sua:

Cheio de brilho, com um bom elenco e um ruído consistente até que se torna um saco. (...) A última meia-hora é cheia de punições em mais de um sentido literal.

O filme mantém o “calor” do livro? A resposta para a própria pergunta que eu fiz é… “mais ou menos”. Se fosse um termômetro, diria que a temperatura está morna. (...) Resultou-se, então, num filme “arrumadinho”, para não decepcionar os fãs, porém sem a vibração erótica contida na literatura.

O filme é mais manso do que você imaginava. Mas é melhor do que você pensava também.

Teve a oportunidade de fazer algo diferente, de dar às massas algo que valesse a pena todo o hype. Claro que ficamos curiosos, mas, assim que os créditos sobem, outra questão vêm à mente: era só isso?

O filme apresenta, por definição, uma proposta mais forte do que o livro porque se livra da imensa quantidade de de descrições e monólogos interiores que carregam o texto original pesadamente em direção à auto-paródia.

Adaptação do fenômeno de vendas pega leve nas cenas de sexo e deixa a desejar com o personagem de Christian Grey. (...) Provoca, mas tropeça e não merece a expectativa.

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Sentar para ver o melodrama S&M tedioso que é Cinquenta Tons de Cinza pode proporcionar a sua própria forma de tortura.

Uma cena de negociação contratual em uma mesa na qual se discutem itens como penetração anal até o punho é engraçada. Na verdade, a cena é até fofa.

É tão ridículo quanto você esperava. (...) O considerável talento por trás das câmeras e um mínimo de performances consideráveis nos oferece alguns prazeres inegáveis, mas a maioria dos espectadores vai procurar um porto seguro para escapar destas duas horas bagunçadas e excessivamente meia-boca.

O filme é consideravelmente melhor escrito que o livro. Tem um visual classudo, mas de um jeito genérico, como naquelas propagandas de óleo para banho da TV.

A linha tênue entre abuso e prazer é tão fina que é quase inexistente. Aqui está um filme de Dia dos Namorados que certamente fará dinheiro, mas você não está ajudando a si mesmo ou qualquer outra pessoa ao vê-lo.

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Está longe de ser ótimo, mas o filme saído de um mega-seller escrito de maneira pobre praticamente transcende a fonte original.

Uma vez que Ana e Christian ficam juntos, não há muito mais espaço para a história: é principalmente PWP (porn without plot ou “pornô sem enredo”), como é chamado no jargão.

O filme começa de maneira lenta, transformando um livro extremamente sexual em um romance hollywoodiano. E dá certo. As cenas de sexo estão lá, mais brandas e menos detalhistas, mas maravilhosamente adaptadas para a telona de uma maneira em que se transformam em algo muito mais sensual do que vulgar, mesmo com todos os chicotes, algemas, couro e masoquismo.

Assim que ficam para trás os aspectos verdadeiramente ruins do livro, a grande surpresa talvez seja ver que Ana e Christian desenvolveram senso de humor.