Ghost In The Shell (o filme, o anime ou o mangá, você escolhe) fala sobre um futuro no qual a tecnologia é parte literal das nossas vidas – e que, infelizmente, continuam afundadas numa lama desgraçada. E aí, te lembra algo?
A gente sabe que esta vai ser daquelas semanas interessantes — pra dizer o mínimo — no universo da cultura pop. Começa a CinemaCon, vai sair trailer novo de Homem Aranha: De Volta Ao Lar, deve rolar alguma coisa da série Inumanos, estaremos diante do season finale de Legion (aliás já te falamos que você precisa ver Legion? POIS PRECISA), sem contar o fim de semana que ainda vai render, com trailer da Liga da Justiça e Lollapalooza.
Mesmo assim, optamos por dedicar o tema dessa semana a um assunto que tem tudo a ver com os dias de hoje: a estreia da adaptação live-action de Ghost In The Shell.
Quer dizer, mais até do que Ghost In The Shell, na verdade. Tamos indo além aqui. Porque a obra está inserida em um contexto maior, uma estética que é uma espécie de subgênero da ficção científica que se CONVENCIONOU chamar de cyberpunk.
Pensa aí, sei lá, num noir futurista, com um tempero distópico. Implantes cibernéticos pra lá, conexão neural com uma imensa rede de transmissão de dados pra cá, hackers, inteligência artificial, a caralha completa e, enquanto isso, a vida dos seres humaninhos continua na mesma. Aliás, piorou, até. Grandes corporações assumindo o papel dos governos e botando pra foder pesado, em um clima repleto de conspirações e com mudanças radicais na ordem social explodindo por todos os lados, grupos se organizando nos bastidores pra tentar revidar de alguma forma...
“Os clássicos personagens do cyberpunk são solitários alienados que vivem no limite da sociedade, cuja vida cotidiana é impactada pela rápida mudança tecnológica”, disse Lawrence Person, editor do fanzine Nova Express, numa reportagem do Slashdot. Releia a frase. E pense por um minuto se ela está tão longe assim da NOSSA realidade.
Pois é, amiguinho. O cyberpunk é hoje. O cyberpunk é AGORA. Nós somos todos um bando de cyberpunks fudidos e mal-pagos. A diferença é que, pelo menos por enquanto, não rolam uns ciborgues rebeldes e armados até os dentes pra nos ajudar a fazer a revolução.
Aqui no JUDÃO nós vamos falar do cyberpunk no cinema, na literatura, na música, nos RPGs. Nos mais diferentes formatos, tamanhos, estruturas, plataformas. Mas, principalmente, e aqui é que entra o nosso jeitinho, vamos discutir sobre como a cultura pop pode ajudar a lançar um olhar mais questionador sobre o futuro. Um futuro que, vamos lá, nem sempre é cheio de glamour. Pode ser mais cheio de luzes, de neon, de aço escovado, de fios e cabos multicoloridos. Mas é sombrio, cara. Virge, como é.
Homens e máquinas cada vez mais juntos. E os dois cada vez mais juntos no mesmo monte de bosta.
Mas HEY! Calma lá. Não ache que esta vai ser a semana da depressão no JUDÃO, do tipo “tamo cagado hoje, amanhã e vamo tá cagado pra sempre”. Nada disso. Porque, pra enxergar a direção, é preciso lançar um tantinho de luz sobre a escuridão. Não dá pra brincar de Poliana o tempo todo, mas também não vamos achar que estamos eternamente condenados ao sofrimento, com ou sem estes diachos de ciborgues ao nosso redor.
Vamos aprender com os erros, ainda que de alguma forma eles estejam cronologicamente no futuro. Ou ao menos num futuro que saiu da cabeça de algum escritor maluco. E é aí que entra a nossa defesa costumeira, de que a cultura pop, senhoras e senhores, é fundamental pra ajudar a gente neste tipo de reflexão.
Como esta que a a analista em cyber segurança Keren Elazari faz abaixo. O vídeo é longo, pode ver depois, tudo bem. Mas vale pra caralho a pena.
Reflexão que nós, aqui no JUDÃO, fazemos com um tesão danado. Todos os dias, provocando vocês, provocando a gente mesmo, cada um de nós, um ao outro, pra ver a cultura pop e O MUNDO de um jeito diferente. Se você nos curte, compartilhe. Fala pra todo mundo, pra sua mãe, pro seu cachorro, sua sogra. Venha discutir e refletir com a gente, rebata, debata. É isso que a gente quer. É deste jeito que o conteúdo do JUDÃO fica ainda mais rico.
Rico, aliás, a gente não tem esperança de ficar. Nem queremos (ah, se pá, até queremos, só um pouquinho, mas este não é o foco aqui). Mas pra manter todo este trabalho rolando, toda esta discussão em torno do que aparentemente são apenas uns filminhos, uns joguinhos e uns gibizinhos mas que, não, não são apenas isso, considere dar uma força pra nós. Entra lá no Apoia.se/JUDAOcombr pra ver como é fácil, rápido e, principalmente, indolor. Se sobrar uma grana, qualquer que seja, já é um adianto FENOMENAL pra colocar mais uma pecinha no nosso dia a dia.
Enquanto isso, vem cá, que tu tá convidado a vir discutir o futuro com a gente mais uma vez.