Ou melhor: o MULTIVERSO DC antigo pode estar lá, e deve ser a base para a próxima grande saga da editora
Ao que parece, os próximos passos da DC nos quadrinhos estão tomando forma – ou, ao menos, dando uma ideia de qual será o misterioso evento que acontecerá no primeiro semestre de 2014, quando a editora vai dar um tempo na linha habitual de revistas para tocar a mudança de sede de Nova York para Burbank (CA). Pelo que se viu hoje (24) em duas revistas da editora, é algo que deve envolver o Universo DC pré-reboot de 2011 – sim, tô falando daquele pós-Crise nas Infinitas Terras, que durou entre 1985 e 2011 (apesar de diverso retcons e mudanças nesse período). Ou até MAIS do que isso.
No final de Superman: Doomed #2, publicado nesta quarta nos EUA, o Brainiac d’Os Novos 52 (o reboot!) e que atende pelo nome de Vril Dox é puxado por um buraco negro e, de repente, surge uma voz robótica que o “assimila” e afirma que a “coleta estão em progresso”. Os leitores das antigas sabem: isso se parece bastante com o Brainiac clássico, o robozão que encolheu Kandor, e que estava em voga na década passada.
Quando Vril Dox chega nesse outro universo, vemos diversos recortes do UDC pré-reboot. Superman de cueca, Sociedade da Justiça, Ted Kord como Besouro Azul, Capitão Marvel, Novos Titãs, Legião dos Super-Heróis... Todos com seus visuais conhecidos do passado. Tá tudo lá. E tem mais: Mulher-Maravilha e Aquaman, daquele universo alternativo criado na saga Ponto de Ignição, também estão presentes, além do Batman de uma das HQs da série Túnel do Tempo e o OMAC clássico.
Ou seja: dá pra ir além e acreditar que esse não é apenas o Universo DC anterior, mas sim o MULTIVERSO DC. Talvez aquele criado após o crossover Crise Infinita? Ou o original?
Tem mais. Em Booster Gold: Futures End #1 temos a presença de uma OUTRA versão do Gladiador Dourado. Pré-Ponto de Ignição, talvez? Até porque ele cita a parceria com Rip Hunter, algo pré-reboot. Ele apenas pula de ponto a ponto, de acontecimento a acontecimento, e, ao ver Mulher-Maravilha e Superman se beijando ao lado do Gladiador Dourado atual, chega na conclusão que aquele não é o seu universo. Na mesma cena, o atual Gladiador é telestransportado.
Vale lembrar que esse trecho tem ligação direta com algumas páginas de Justice League International #1, o que revela que esse “gancho” já tinha sido pensado há um bom tempo.
Depois, o outro Gladiador vai para outras Terras do Multiverso e, numa delas, encontra o Capitão Átomo com o visual original.
A história termina com robôs, que parecem ser do Brainiac, interrogando os prisioneiros. O objetivo? Chegar no Ponto de Fuga, lugar fora da cronologia do tempo que ganhou importância em sagas como Zero Hora e 52. No final, um aviso: isso tudo continua “onde o Mundo e o Futuro terminam”, fazendo referência a abril, quando as revistas semanais Worlds End e Futures End acabam – e é justamente quando acontece a mudança de casa na DC.
É bastante informação, muita pista e pouca coisa concreta. Mas dá pra acreditar que, em paralelo às sagas atuais, o Brainiac antigo está agindo. Chutaria que isso desembocará não em uma simples saga em abril, mas sim em uma verdadeira “visita” ao Multiverso DC pré-reboot.
Acha que não? Bom, veja comigo: para acomodar a mudança de cidade, a DC terá que contar com outros editores por dois meses, ou adiantar dois meses de publicação. Para não causar nenhum problema de continuidade com as histórias que estão sendo contadas, simplesmente fazem algo no finado universo anterior. Pronto: você pode desencanar de tentar fazer as coisas se encaixarem completamente nesse período, além deixar felizes os leitores que curtiam aquelas histórias antigas.
Isso quer dizer que a DC vai desistir do reboot? Dificilmente. As vendas andam boas, na realidade. É claro que qualquer revisita ao passado fará bombar essas vendas, mas será que é algo que dura? Por outro lado, a editora pode aproveitar essa saga que ainda não tem nome oficial (por enquanto, está sendo chamado de “Blood Moon”, mas aposte em “Crise Alguma coisa”, afinal a clássica Crise nas Infinitas Terras faz 30 anos em 2015) para lançar depois uma linha de publicações com foco nessas cronologia das antigas. Quem sabe, não é?
Sonhar não custa nada. ;)
Imagem destacada por Marcelo Ferreira.