O que vem a seguir em Star Wars? | JUDAO.com.br

Tentamos responder algumas dúvidas sobre O Despertar da Força, apontando eventuais caminhos para o Episódio VIII… Afinal, “só” falta um ano e meio ;)

SPOILER! Star Wars: O Despertar da Força está entre nós. E, de forma geral, dá pra dizer que o filme é um sucesso absoluto, OBLITERANDO recordes por onde passa. Já é a maior estreia da história do cinema dos EUA e, de acordo com algumas análises preliminares, pode ser a maior estreia da história do UNIVERSO, superando Jurassic World e sua estreia simultânea na China — Star Wars só chega por lá dia 09/01. Imagina a festa?

JJ Abrams, Lawrence Kasdan, Bryan Burk e Kathleen Kennedy conseguiram com O Despertar da Força romper com (quase) todos os medos originados pelas prequências com um filme que faz jus à Trilogia Original, principalmente aos dois primeiros filmes. E, pensado desde o começo como parte de uma nova trilogia, também já deixa diversas perguntas para serem respondidas nos dois próximos longas.

Por isso, vamos tentar entender um pouco do que rolou nesses últimos 30 anos na Galáxia Muito, Muito Distante, analisando os mistérios e informações jogadas pelo Episódio VII – e ver como isso vai se desdobrar nos próximos filmes. ;)

Star Wars: O Despertar da Força

Na cabeça de George Lucas, Star Wars era basicamente a história de Darth Vader. “Começa com ele como um menino e termina com ele morrendo”, disse ele, de acordo com o livro Como Star Wars conquistou o Universo, de Chris Taylor. O que a Lucasfilm, agora sob o controle de Kathleen Kennedy, e a Bad Robot fizeram pra seguir com a história foi, bom... seguir com a história. “[O Despertar da Força] segue uma narrativa linear que conecta com os outros seis filmes. O Episódio VII continua de O Retorno de Jedi e continua aquela história geracional” afirmou a presidente da Lucasfilm à revista Costco Connection. Seja no sangue, seja na história no Lado Negro — a máscara derretida do velho vilão, adorada por Kylo Ren, é a representação máxima disso.

É Kylo Ren que faz essa história girar.

O filme não diz, mas, de acordo com Pablo Hidalgo, do Story Group na Lucasfilm, Kylo – ou melhor, Ben Solo, nome em clara homenagem ao Obi-Wan “Ben” Kenobi — nasce meses após a Batalha de Endor. Se aquela comemoração no final de O Retorno de Jedi fosse o carnaval, o filho de Leia e Han Solo teria nascido em Novembro.

Também é dito, em certo momento, que Luke vai se empenhar mais na Força, treinando novos Jedi. Sim, ele não é exatamente o “último Jedi”, apesar disso ser dito nos filmes. Mesmo após o massacre que acontece em A Vingança dos Sith, vemos pelo menos três em Star Wars Rebels, que é canônico. Além disso, foram surgindo diversos outros Jedi no Universo Expandido antigo, que não conta mais, mostrando que a dominação do Império apenas fez com que a Força, apesar de esquecida, continuasse existindo, inclusive em alguns desavisados. Tipo a Rey. :)

Kylo Vader

É provável que Luke tenha se empenhado inicialmente na defesa da Nova República, ao lado da recém-formada Resistência, lutando contra os últimos focos do Império, que, por sua vez, deram origem à Primeira Ordem. Em Marcas da Guerra, primeiro livro de uma trilogia que faz a ponte entre os filmes clássicos e O Despertar da Força, vemos que o Império tenta inicialmente esconder a derrota na segunda Estrela da Morte, colocando atores para se passarem pelo falecido Imperador Palpatine e tentando manter alguma normalidade, por mais que Leia Organa continue enviando mensagens pela galáxia para avisar da derrubada do antigo regime.

Star Wars, nesse meio tempo, vira um tabuleiro de War espacial, com cada lado ganhando ou perdendo territórios. O livro não fala, mas é de se esperar que esse vácuo de poder tenha dado espaço para um novo líder – alguém iniciado no Lado Negro. No caso, o Líder Supremo Snoke.

Apesar desse título de “Líder Supremo” ter sido usado em Rebels pela Asajj Ventress, pouco se sabe sobre Snoke. Porém, aqui, o antigo UE pode ter servido como inspiração. Lá, foi definido que o antigo Imperador teve diversos aprendizes além daqueles vistos nos filmes, como Vergere, Garth Ezzar, Lumiya (essas três são mulheres) e o Cronal. Pode ser que o Snoke, interpretado pelo Andy Serkis no filme, seja uma reinterpretação desses conceitos, que subiu ao poder e reorganizou os restos do Império como a Primeira Ordem. A diferença principal é que Snoke está vivo há séculos, algo que, de alguma forma, poderia colocá-lo como o primeiro OU um dos primeiros Sith.

É justo acreditar que Luke vá atrás de uma nova geração de Jedi justamente para equilibrar a luta contra o Lado Negro, agora representado pelo Snoke, algo citado pelo menos umas duas vezes no Episódio VII. Também seria mais ou menos na linha do que acontece no antigo UE. Pode ser que, nisso tudo, tenha se passado 10, 13 anos. Ben Solo cresceu e, como dito no último filme, Han e Leia perceberam que tinha muito do vô Vader nele. Mandaram treinar com o tio e aí é que a merda começa.

Você é uma criança mimada, ou um pré-adolescente revoltado. Você sente que não se encaixa em lugar nenhum, ninguém te entende. Você quer romper com o que é pré-definido, com o que te dizem que é o caminho correto. Você quer ser rebelde. Todo mundo passa por isso, né? Agora, aplica isso ao Ben Solo. Ser “rebelde”, no caso dele, é discordar de quem eram os rebeldes, e se deixar levar pela inspiração do avô. Tava pedindo, praticamente, pra ser seduzido pelo Snoke – que, de alguma forma, o bota junto aos Cavaleiros de Ren, que podem ser tanto gente com algum domínio da Força OU apenas adoradores dos Sith, mas sem poder prático.

Star Wars: The Force Awakens

Há um momento chave de O Despertar da Força, quando a Rey toca no sabre de luz que um dia foi de Anakin. Ela tem diversas visões, mas nenhuma delas é delírio. São coisas que aconteceram no passado ou vão acontecer no futuro. Inclusive, ao final dessa visão ela ouve: “Rey... These are your first steps”, frase dita por Obi-Wan – ou melhor, pelos DOIS Obis-Wans, Alec Guiness e Ewan McGregor.

No meio dessa visão, Rey vê Ben Solo, já usando o manto de Kylo Ren ao lado dos Cavaleiros de Ren – e com um monte de corpos no chão. Se você já teve o feeling de que aquilo é o massacre dos padawans do Luke, isso tá confirmado na novelização de O Despertar da Força. Esse é, realmente, o momento da conversão de Kylo para o Lado Negro, tal qual fez o avô décadas antes. Foi provavelmente ali que Luke se arrependeu de tudo que fez e, ao ver seu sobrinho no Lado Negro e matando um monte de gente, ele tenha sentido toda aquela raiva, aquele ódio característicos do Lado Sombrio. Isso explicaria a necessidade de viajar para o meio do nada, indo viver num antigo Templo Jedi. Luke precisa primeiro alcançar o equilíbrio interior antes de conseguir vencer o Lado Negro – mas não antes de se despedir do velho parceiro R2-D2, que, por sorte, tinha na memória um mapa parcial dos templos Jedi que ele pegou lá quando plugou na Estrela da Morte.

R2D2

Aliás, falando na Rey (?), encaixá-la em todas essas teorias é um outro desafio. O filme joga o tempo todo com duas possibilidades: ela ser filha do Han e da Leia OU do Luke.

A primeira ideia é ARREMESSADA na nossa cara diversas vezes, principalmente na rápida empatia dela com Han e o Chewie, no fato dela ver Han como um pai que não teve (frase dita pelo Kylo Ren, aliás) e na grande técnica para dar jeito nos problemas da Millenium Falcon. Só que tudo isso pode ser uma característica da família Skywalker, afinal o vovô Anakin era ótimo com tecnologia e um grande piloto. Pra atrapalhar essa versão, Han dá a demonstração de saber exatamente quem é a garota, mas não mostra por ela o mesmo amor que tem pelo pequeno Ben.

Rey ser filha do Luke é o que parece fazer mais sentido. O Despertar da Força não fala em idades, mas, pelas informações que rolam no Star Wars: The Force Awakens – The Visual Dictionary, Rey nasceu 11 anos depois da Batalha de Endor e foi deixada em Jakku com 5 anos – ou seja, quando Ben Solo tinha 15 ou 16 anos.

Pode ser que, após o massacre de padawans pelo Kylo Ren, Luke tenha tentado preservar a filha (que também poderia estar lá pra ser treinada), deixando-a em Jakku. Talvez até os treinamentos dos novos Jedi estivessem rolando no próprio planeta desértico, que, de acordo com o canônico livro Lost Stars, recebeu uma grande batalha cerca de um ano depois do filme de O Retorno de Jedi — batalha na qual você pode dar seus tiros em Star Wars Battlefront. Isso explicaria como Kylo Ren sabe da existência da Rey, ficando descontrolado quando descobre que ela ajudou na fuga do BB-8. Também justificaria a relação dela mais próxima com o sabre de luz azul que não apenas foi do Anakin, mas também de Luke.

Quem seria a mãe da Rey, nessa última teoria? No Universo Expandido, um nome vem à cabeça: Mara Jade. Jedi criada como servente e assassina do Imperador Palpatine no UE, ela acaba indo para a LUZ, se casa com Luke e, anos depois, os dois têm um filho – chamado BEN. Não que a nova trilogia vá ter exatamente a mesma personagem, mas pode haver alguma inspiração aqui. Pode ser também que ela tenha sido morta pelo Kylo Ren, alimentando o ódio no Luke e justificando deixar a filha com desconhecidos.

Mara Jade

Mara Jade

Quer dizer, talvez não tenham sido, originalmente, desconhecidos. Poe vai até Jakku encontrar Lor San Tekka, o personagem do Max von Sydow, que tem parte do mapa para encontrar o Luke. Ele não se diz Jedi, mas acredita na Força para trazer equilíbrio ao Universo – inclusive, de acordo com o livro Star Wars: The Force Awakens Look and Find, Tekka é seguidor da Church of the Force, uma igreja que venera a importância dos Jedi.

É possível que ele tenha lutado ao lado do Luke nos primeiros anos da Nova República, que ele tenha ido em busca do antigo parceiro e tudo mais depois que ele sumiu... E pode ser também que ele, ou alguém próximo a ele na própria Igreja, tenha recebido a responsabilidade de cuidar da Rey, mas, por algum motivo, isso não rolou. Afinal, é duro imaginar que o Luke (ou mesmo a Leia) tivessem deixado a filha no meio do nada sem ter um plano pra isso.

Tudo indica que próximo filme, que estreia em maio de 2017, vá começar com o treinamento da Rey pelo Luke — ou a CONTINUAÇÃO desse treinamento. Se as minhas teorias estão (quase todas) certas, podemos esperar uma espécie de reedição de O Império Contra-Ataca, com Luke não só servindo de novo Yoda como também de Darth Vader – ao mandar pra filha um “I’m your father”. Isso se ela não acabar sendo alguma coisa do Obi-Wan Kenobi, né? Afinal, ele pode ter dado as escapadas dele quando era um jovem padawan... ;D

Também dá pra acreditar que, em conjunto com a trilogia de livros Aftermath, o Episódio VIII comece a responder algumas perguntas sobre o surgimento da Primeira Ordem, os Cavaleiros de Ren e, claro, o Snoke.

No final, não deve ser o Luke a derrotar Kylo Ren. No UE, quem mata o corrompido filho de Leia e Han é Jaina, a irmã-gêmea do vilão. Seria justo, então, imaginar que quem deve derrotar a versão canônica, o Kylo Ren, seja justamente a Rey...

Por mais que existam algumas bases na própria história e no Universo Expandido pra nossas teorias, o que O Despertar da Força entregou é, ainda, um queijo suíço que será preenchido nos Episódio VIII e IX. Haja livro, HQ e filme pra encaixar tudo isso nos próximos anos. ;)