Não é aqueeeeeeele Jumanji que a gente aprendeu a amar quando éramos pré-adolescentes, mas é um dos melhores filmes sobre videogames já feitos. :)
A gente pode começar isso aqui dizendo que não existe essa coisa de destruir infância ou mesmo mexer em filmes clássicos? Nossa infância foi vivida daquele jeito, é pra isso que servem as lembranças.
Fazemos coisas muito piores durante a vida além de assistir a um remake / reboot / sequência de filme que amávamos quando nem sabíamos o que era cinema direito pra que justamente ISSO se torne um trauma — sem contar que a obra original continua intocada, se não estivermos falando de Star Wars...
O único problema é que você pode voltar pra revisitar algum filme e se assustar com a qualidade mais do que duvidosa que todo o resto da sua vida te ensinou a enxergar. Mas é assim que as coisas funcionam, não?
Jumanji: Bem-Vindo à Selva não é AQUELE Jumanjão da massa. O tabuleiro se tornou um videogame, o tempo passa de forma diferente e, o que talvez fosse a parte mais interessante do filme original, as coisas não acontecem mais no “mundo real” e sim dentro do jogo — e numa escala muito menor (no caso, só um tigre e alguns rinocerontes num vale aparentemente sem saída, em comparação àquele monte de bicho que dominava a cidade).
Mas Jumanji: Bem-Vindo à Selva é um filme realmente divertido sobre videogames — um dos melhores desse “gênero” inclusive, tão bom e autoconsciente quanto Detona Ralph!, brincando com os mais diversos TROPOS dos joguinhos. Se perde um bom tanto quanto tenta mandar aquela mensagem positiva pra molecada, especialmente aqueles com problemas de autoimagem e que sofrem bullying, além de explicar mas não fazer nada pra mudar a tal da polêmica pouca-roupa da personagem da Karen Gillan.
Nada, porém, que incomode tanto quanto precisar gritar o nome do jogo pra terminá-lo. Mas isso só acontece no final do filme, então tudo bem. :D
The Rock como Spencer e Kevin Hart interpretando Fridge continuam com a mesma química sensacional de Um Espião e Meio, com Dwayne Johnson demonstrando também o exato mesmo talento pra atuação de todos os seus filmes anteriores e que, verdade seja dita, nunca fez falta. Jack Black rouba a cena como Bethany, a garota popular do colégio que, de repente, se vê como um “gordo de meia idade”.
Mas é a Martha (MARTHA!) de Karen Gillan a personagem mais divertida do filme, sendo dela os principais “poderes” videogamísticos, com destaque para a possibilidade de destruir inimigos ENQUANTO dança e dar diversos chutes na face. Me lembrou a Blaze Fielding, de Streets of Rage. :)
Ficou com Nick Jonas o cargo de homenagear Robin Williams, com um personagem que faz as vezes de Alan Parrish, tendo vivido inclusive no mesmo ~acampamento. Mas, sobre isso, falamos na semana que vem, quando publicarmos a nossa entrevista com ele. :)
Jumanji: Bem-Vindo à Selva é precisamente o que se podia esperar de um filme com esse título e, pela época em que estreia no Brasil, pode ser a melhor pedida pra levar os sobrinhos ou só mesmo se entupir de pipoca e refrigerante enquanto curte o ar condicionado. É leve, divertido e, BOM... Quem não gosta desse tipo de coisa? :)