Na eterna briga Marvel vs. DC, a Casa das Ideias detonou a Distinta Concorrência em abril. E foi com a ajuda do Homem-Aranha. A Diamond, que tem o monopólio da distribuição de gibis nos EUA, divulgou os gibis mais vendidos do mês passado e o market share. Basicamente, The Amazing Spider-Man #1, que trouxe o retorno da clássica HQ, foi a mais vendida no mês, seguida por Superior Spider-Man #31, exatamente o fim da fase anterior.

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A Diamond não libera números totais das vendas, apenas relativos – e as estimativas a partir disso ainda não saíram. Ainda assim, a empresa informa que a nova primeira edição de Amazing é “a revista em quadrinhos mais vendida em mais de uma década, tanto em unidades quanto em dólares”. Resta saber se a distribuidora está contando números totais de gibis anteriores ou apenas de primeira tiragem de cada um para fazer esse comparativo. Se forem os totais, como é o que parece por conta das estimativas parciais divulgadas há algumas semanas, a publicação terá superado Amazing Spider-Man #583, de janeiro de 2009, que é a revista em quadrinhos mais vendida no século com 530 mil exemplares. É aquele que tem o Barack Obama na capa.

(Considerando apenas a primeira tiragem, o recorde do século até agora é de The Walking Dead #100, com 383 mil exemplares vendidos – algo que provavelmente deve ter sido pulverizado pelo Cabeça-de-Teia).

Como sempre, é bom lembrar que quando falamos em VENDAS, elas não são para o público final. Na prática, as editoras vendem suas revistas para as comic shops. Se o produtor encalhar, não há retornos, como no Brasil. Por outro lado, se é uma publicação de maior apelo ou no qual a editora aposta, existem descontos e incentivos para os lojistas pedirem mais exemplares, fora as inúmeras capas variantes. Além disso, os dados não compreendem vendas por outros canais, nem a internet. Para entender um pouco mais o funcionamento do chamado “mercado direito”, é só ver este texto aqui do JUDÃO.

Como tanto Amazing #1 como Superior #31 tinham preço de capa de US$ 5,99, a Marvel superou (e muito) a DC no market share. A Casa das Ideias ficou com 39,27% do dinheiro gasto pelos leitores, enquanto a Editora do Superman ficou com 23,65%. Nas unidades vendidas, a margem foi um pouco menor: 41,15% para a Marvel, 27,24% para a DC.

Capa variante de Amazing Spider-Man #1

Os números ficaram bem próximos de antes de setembro de 2011. Na época, a Marvel superava a DC sistematicamente, motivando assim o reboot daquele mês e o lançamento dos Novos 52. Nos meses seguintes, a DC ficou na frente da concorrente – e, depois, passaram a se alternar na liderança.

Vale dizer também que se a Marvel se deu bem com o Cabeça-de-Teia, quem deu uma boa ajuda para a DC foi o Cavaleiro das Trevas. Batman #30, Batman Eternal #1, Batman Eternal #2, Batman Eternal #3 e Batman Eternal #4 entraram no Top 10 geral do mês, além de Justice League – que também tem o herói.

Com um mês tão bom para as grandes, houve crescimento no geral. Abril foi 23% melhor que março no faturamento e superou em 17% o mesmo mês do ano passado nesse quesito. Em unidades, o mês passado foi 6,96% melhor que abril de 2013, o que revela que o crescimento também se fez com o maior preço cobrado nos gibis.

Tudo isso deu uma força para o mercado neste ano. É que, até agora, os números estavam piores que do ano passado, falando apenas em revistas. Considerando os quatro primeiros meses do ano, o mercado em 2014 encolheu 0,89% em dólares e em 6,91% em unidades. De forma geral, as vendas estão sendo salvas com as graphic novels e encadernados, meio que empatando com os números do ano passado.