Patrick Söderlund, vice-Presidente Executivo da EA, comentou sobre o sexismo pesado que anda rolando desde o lançamento da capa do jogo
“Escória feminista”. “Acho que todos queriam algo que parecesse Band of Brothers, mas ficamos bem chateados quando descobrimos que isso é algo politicamente correto em forma de justiça social”. “Vocês sempre fizeram um bom trabalho com realismo, mas agora arruinaram tudo”. Esses são alguns comentários que o Twitter oficial da EA anda recebendo desde o finalzinho de maio, quando lançou a capa de Battlefield V, que traz uma mulher atirando em batalha. A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e uma horda de machistas misóginos lançou a hashtag #NotMyBattlefield para protestar contra a FALTA de realismo ali, porque segundo vários deles, não existiram figuras femininas importantes durante o período. A escolha da personagem seria só para empurrar goela abaixo essa noção LOUCA de que o feminismo deve estar em todos os lugares, estragando todo o realismo do jogo em favor de uma “ideologia que virou moda”.
*suspiro*
Bem, nós já sabemos que existe uma tendência de apenas incluir homens em fatos importantes e uma pesquisa rápida já traz histórias incríveis como a de Jacqueline Cochram, que treinava pilotos de avião americanos para combate (e foi a primeira pessoa do sexo feminino a quebrar a barreira do som); Lyudmila Pavlichenko, uma sniper ridiculamente precisa que lutava pela resistência; e as judias Ala Gertner, Regina Safirsztajn, Ester Wajcblum e Roza Robota que EXPLODIRAM uma câmara de gás e mataram vários agentes nazistas.
Mesmo com essas e ZILHARES de outras narrativas, o sexismo continua imperando FORTE e, nessa semana, o Vice-Presidente Executivo da EA, Patrick Söderlund, falou com o Gamasutra sobre mecânicas do jogo, futuro da empresa AND comentou o caso. “Essas pessoas não foram educadas corretamente. Eles não compreendem que [mulheres na Segunda Guerra Mundial] é algo plausível” disse. “Olha, [Battlefield V] é um jogo. Atualmente, temos um público de jogadores mais diverso do que nunca.”
Essas pessoas tem duas escolhas: ou aceitar ou não comprar
Battlefield é um jogo de 2002 e virou uma franquia com fãs fiéis. Com o tempo, no entanto, a toxicidade da comunidade e essa misoginia enraizada fez com que muitos ameaçassem boicotar a nova versão. Patrick, no entanto, não se abala: “Nós defendemos essa causa. Acho que essas pessoas que não entendem, bem, têm duas escolhas: ou aceitar, ou não comprar. Tanto faz. Isso [sexismo] é só errado.”
É TÃO BOM ver grandes executivos mandarem a real assim. Especialmente nessa semana, em que tivemos também o trailer de The Last Of Us 2, que trouxe um beijo lésbico. A gente não é besta, a gente sabe que incluir personagens femininas também aumenta o BURBURINHO e as vendas dos títulos já que, como ele mesmo apontou, existe cada vez menos a predominância de homens jogadores. SÓ QUE, mesmo assim, ver representatividade é legal e abrir um diálogo pra mostrar, novamente, como essa galera ~GAMER~ pode ser babaca é sempre importante.
Estudem mais História, meninos (ou gaste US$20 a mais pela edição deluxe, que terá um cara na capa). Porque mulheres sempre fizeram parte do mundo, e faremos cada vez mais. ;)