Vídeo da Comic-Con foi liberado nessa terça (13) e nós fizemos o que você queria que fizéssemos: DISSECAMOS o trailer, pro caso de você ter deixado escapar um ou outro detalhe. :)
Sendo total e completamente honesto com vocês, preciso admitir: estou, já há algum tempo, mais empolgado com o filme do Esquadrão Suicida do que com Batman vs Superman. Depois de dezenas de fotos de set e pequenos vídeos e bastidores que tomaram as redes sociais de assalto nas últimas semanas, pirei na oportunidade de ver o primeiro trailer do filme. Aquele mesmo cujo trailer que, poucas horas depois da Comic-Con, vazou numa versão porca gravada via celular, que deixou o pessoal do estúdio da Caixa d’Água BEM puto da vida.
“A Warner Bros. Pictures e seu time antipirataria trabalharam sem parar nas últimas 48 horas, tentando conter os vídeos do Esquadrão Suicida pirateados do Hall H no sábado”, afirma Sue Kroll, presidente de marketing global e distribuição internacional da Warner, num comunicado oficial. “E fomos incapazes de atingir este objetivo. Então, lançamos o mesmo vídeo que está circulando ilegalmente, mas na forma que foi criado, numa qualidade alta que é como deveria ser desfrutado. Não gostamos desta decisão porque era nossa intenção manter esta experiência como única para o público da Comic-Con, mas não podíamos continuar deixando que o filme fosse representado pela qualidade horrível do vídeo pirateado da nossa apresentação”.
Damn Hydra!
Mas, resolvida esta questão, tudo em almighty HD, agora o mundo pode desfrutar de um trailer que, diabos, só ajudou a jogar o nível de empolgação lá no alto. Inteligente, com a dose certa de humor negro e a escolha certeira de uma versão apavorante de I Started a Joke, dos Bee Gees, aqui recriada pela equipe da Confidential Music (CMX) – especialista em canções para trailers – com voz de Becky Hanson.
Tudo começa com Viola Davis mostrando o lado político mais badass da Amanda Waller num jantar chique com o que parecem ser um político e um militar. Ela começa a explicar sobre a criação de um grupo formado pelos “piores dos piores”, que ela vinha mantendo escondidos da população, enterrados em algum lugar. “E eles têm habilidades?”, pergunta o militar. “Sim. Talvez o Superman tenha servido como uma espécie de farol para que eles pudessem rastejar de volta das sombras”, deixando claro que eles já existiam neste universo compartilhado ao mesmo tempo em que o Supinho chamou a atenção do mundo com toda a destruição que causou lá em Metrópolis.
E aí eis que ela resolve formar uma equipe secreta com algumas das pessoas mais perigosas da Terra... para que enfim possam fazer algo de bom. Ainda não sabemos para qual missão foram designados e tampouco quem de fato é o antagonista (não dá pra chamar de VILÃO, né) da parada. Eles aparecem caminhando por uma cidade detonada, como se um grande conflito tivesse rolado por aí. E em dado momento, tem cara de que estão invadindo um laboratório, talvez. “Vamos salvar o mundo”, diz o Pistoleiro. Deve ser coisa das grandes.
O que a gente pode dizer com certeza, no entanto, é que quando Amanda passa perto da gaiola onde Harley Quinn está presa e a garota pergunta “você é o diabo?”, já sabemos exatamente quem é que manda nesta porra toda.
A trama deve girar bem mais ao redor do Pistoleiro (Will Smith) e da Arlequina (Margot Robbie). Sim, temos lá o El Diablo (Jay Herhandez) brincando com fogo, a Magia/Encantadora (Cara Delevingne) com uma cara de pura tristeza, afundada numa piscina de água negra e com um enorme pentagrama lá atrás, a expressão feroz do Croc (Adewale Akinnuoye-Agbaje), trazido à cena numa vibe meio Hannibal Lecter, a Katana (Karen Fukuhara) girando a espada por aí e depois chorando, como se estivesse arrependida de alguma merda (lembremos que, nos gibis, ela tem uma espada que absorve almas) e o Capitão Bumerangue (Jai Courtney) dando sua opinião, cheia de sotaque, sobre os malucos, bem na cara da Arlequina.
Mas vamos combinar que o trailer se debruça muito, mas muito mais, sobre os dois primeiros – que, se seguirem os boatos, as últimas versões da HQ e uma olhadela discreta que o Pistoleiro dá para a Arlequina no fim do trailer, quando o grupo caminha junto em direção à algum tipo de “destino fatal do qual não têm medo pois não têm nada a perder” (suba música dramática aqui), terão um pequeno caso entre eles.
“We’re some kind of Suicide Squad”, diz Will Smith, sacando qual é a desta “missão” e ganhando para si o direito de batizar o grupo. Na única sequência em que usa o uniforme completo, com máscara e tudo, a coisa parece funcionar bem. Mas a gente sabe um pouco mais sobre o Pistoleiro quando o vê abraçar uma pequena criança, que pode ser filha/sobrinha/afilhada ou algo assim, o que dá nitidamente a entender que talvez ele queira aproveitar esta “segunda chance” também como uma forma de redenção, ao invés de ser apenas uma força do caos liberada pelo mundo. Um cara de família, talvez?
Mais recentemente, nos quadrinhos, fomos apresentados à sua filha Zoe, que mora em Star City (há!) com a mãe. Talvez a trama esteja seguindo por este caminho, bastante similar ao retrato do Pistoleiro que vimos no Esquadrão Suicida da série Arrow, aliás.
Quanto à Dra.Quinn, bom, é ela quem mais brilha no vídeo. Desde o momento em que está lá, pendurada no teto de sua gaiola, como uma espécie de anjo maldito – que logo ataca um dos guardas que têm a ousadia de entrar em seu recinto, até à lambida nas grades (sexy e perturbada numa escala 50/50), passando pelo taco de baseball “recarregado” como se fosse uma escopeta, terminando na sexy estourada de bola de chiclete no carro. Tudo faz MUITO sentido e lembra 100% a sua contraparte de celulose.
Margot parece bastante à vontade no papel e, num filme cuja maior parte das notícias têm se focado na presença de um certo bat-vilão de cabelo verde, a moça tem todo o jeitão de que vai roubar a cena.
Tudo indica, aliás, que veremos a Arlequina em diferentes momentos cronológicos na película, talvez uma das poucas personagens a ter a história realmente contada em cena (ela e a Magia que, ainda em sua roupagem civil, é vista adentrando uma caverna subterrânea, que é provavelmente quando ela encontra e é possuída pelas forças místicas malignas que tomam conta de seu corpo).
A sequência do carro com o Batman, por exemplo, tem toda a cara de ser no passado da Harley, um lance meio flashback, imediatamente depois da transformação em seu novo alter-ego. Assim como as cenas dela ainda como a psicóloga de óculos e toda boazinha, antes de se converter na noiva psicótica do crime. Amarrada a uma maca, aparentemente ela vai se converter na Arlequina de uma forma um tanto diferente daquela que a gente viu nos gibis/desenhos animados.
Mais do que uma médica que se apaixonou por um dos seus pacientes mais malucos e acabou absorvendo a sua psicose, ela deve ter sido de alguma forma torturada pelo Coringa, virando sua cabeça do avesso e marcando o começo de um tipo bem extremo de Síndrome de Estocolmo.
Quando vemos, muito rapidamente, alguém guiando o Coringa (usando uma roupa que lembra o clássico terno roxo) pelo que parece ser um laboratório, na mesma ambientação na qual surge um capanga vestido de urso panda que vende algodão doce na Praia Grande AND uma máscara do Batman ’39 que parece mais a do Batman: The Animated Series, pode ser o momento em que o Pudinzinho capturou a sua “cobaia” para as suas sessões de experimentação. Pouco antes, vimos a cena em que ela é capturada, por mais sujeitos usando fantasias esquisitas. Podem ser todos da gangue do Coringa.
Ah, sim, o Coringa. No final tem o Coringa. Sabe, aquele Coringa do Jared Leto. Não, nem vou evocar o argumento de “lembra como a internet pirou quando o Heath Ledger foi escolhido para o papel de Coringa”. Nada disso. Você pode não gostar das tatuagens e da platina nos dentes. Mas esqueça isso por um momento. E escute a risada. E veja o jeito que ele se move. E como ele fala, de maneira assustadora e tétrica. Dê uma sacada atenta neste olhar maníaco. “Não, eu não vou te matar”, diz, empolgadíssimo para o que parece ser a Dra. Harleen Quinzel, baseado no que vimos momentos antes. “Eu só vou te machucar MUITO”.
Você JURA que não acredita que ele vai ser no mínimo um Coringa bastante digno da tradição de grandes atores que interpretaram o Príncipe Palhaço do Crime antes dele?
A coisa mais legal disso tudo, talvez o detalhe mais sutil e ao mesmo tempo mais genial, diz respeito ao Batman. Não, não estou falando do Homem-Morcego pendurado no teto daquele carro púrpura que a gente já sabe que é o Coringa que está dirigindo e que tem a Arlequina no banco de passageiros. Tampouco é aquele criminoso de metralhadora em mãos usando uma máscara que homenageia alguma versão antiga do Morcegão. Não.
O grande lance é reparar num verso específico de I Started a Joke, aquele que diz assim: “...that the joke was on me”. No trailer de Batman vs Superman, como bem lembrou a nossa querida Jacqueline Gomes, o que diz mesmo a pichação supostamente feita pelo Coringa na armadura do Robin (que, acreditamos, foi morto por ele)?
É, parece mesmo que a DC aprendeu com a Marvel aquela história de #ItsAllConnected, afinal de contas... ;)
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