Falamos com o elenco e os diretores do filme, Pedro e Paulo Morelli, que contaram sobre as dificuldades de simplesmente contar histórias no cinema do Brasil, conciliar com TV e como eles veêm em 10 anos :)
Com uma bagagem bem vitoriosa no circuito de festivais, Entre Nós estreou no último dia 27 (o que eu ainda não consegui me acostumar, essa coisa de quintas-feiras) e já carrega no currículo três prêmios do Festival do Rio (melhor roteiro, melhor atriz coadjuvante para Martha Nowill e melhor ator coadjuvante por menção honrosa do júri para Júlio Andrade); veio com mais dois prêmios do Amazonas Film Festival (melhor ator para Caio Blat e melhor fotografia) e ainda foi selecionado para participar do Festival de Cinema de Roma e Festival de Havana.
Meio que nos moldes de Friends, com um grupo de amigos como o principal personagem (e para por aí, também! ;D), Entre Nós não tem aquele personagem que você pode chamar de protagoniiiista. A história os mostra passando por aquela transição de fim de adolescência e começo de vida adulta, cheio de certezas, sonhos e vontades de mudar o mundo. Um acontecimento trágico acaba levando os amigos para rumos diferentes, e o grupo se reúne 10 anos depois para dar sequência a um plano que tinham traçado lá no começo e que pode responder várias perguntas, lançar novas dúvidas e colocar algumas pedras em assuntos mal-resolvidos. É um filme mais sério, mas que fala bastante com os ~jovens. É bastante interessante — e é uma história sendo contada. Isso é sempre bom, quando falamos de cinema nacional. :)
Porém, apesar da “ausência” da figura do protagonista, Caio Blat acaba sendo o responsável por carregar o grande fardo dramático da trama. Conversei com ele sobre isso e o dilema ético que envolve seu personagem, e também aproveitamos pra falar sobre como é conciliar tantos trabalhos na TV e no cinema, sobre a ampla diversidade dos personagens que ele interpreta e também sobre como ele se vê daqui 10 anos.
No pressday que aconteceu aqui em São Paulo, conversei também com Paulo Vilhena e Carolina Dieckmann. Nós falamos um pouco sobre o filme, sobre o atual momento profissional de cada um deles, e sobre como é fazer cinema no Brasil quando a demanda por trabalho na televisão é sempre tão grande.
E pra finalizar aproveitamos pra falar com os diretores, pai e filho, Paulo e Pedro Morelli, que nos contaram um pouco sobre fazer um drama psicológico, fugindo das fórmulas pré-estabelecidas de sucesso do cinema brasileiro. Falam também sobre a opção de mudar o nome do filme e retirar da vez a figura do protagonista e transformar o grupo todo em grande protagonista da história. Além de comentarem sobre alguns fatos “proféticos” do filme e da vontade e ideia de seguir os passos de Richard Linklater e dar uma sequência situada alguns anos depois.