A Escolha Perfeita 2: miga me ajuda a te ajudar | JUDAO.com.br

Cadê a alma e o coração do primeiro filme? :(

Não faz muito tempo que assisti à Escolha Perfeita, não. Quer dizer, a sequência tava pra estrear lá nos EUA, o que significa que já faz uns três ou quatro meses (é, eu sei). Boa parte dos gringos da minha timeline do twitter reforçava a ideia de que “The Pitch is Back” e eu resolvi aproveitar uma noite de sexta, sozinho em casa, pra ver qual era.

Não sei se surpreendentemente, mas gostei. E gostei BASTANTE.

É aquela história que a gente já viu um milhão de vezes, do bando de losers que se unem, se fodem, se superam, vencem os VALENTÕES — que, nesse caso, eram tão perdedores quanto, adicionando uma camada extra aos personagens, já cheios delas, que serve pra satirizar os mais diversos estereótipos enquanto faz com que nos identifiquemos e nos apaixonemos (!) por aquelas pessoas. Anna Kendrick... REBEL WILSON! <3

Três anos depois, they’re back, Pitches. Com direção de Elizabeth Banks, A Escolha Perfeita 2 segue praticamente a mesma fórmula do primeiro filme, mas em escala global. O desastre inicial acontece na frente de Barack e Michelle Obama, em Washington, e o grande objetivo se torna o Campeonato Mundial, que acontece em Københavns, a gloriosa Gopenhague, na Dinamarca — o país em que não existem macacos. Se fodem, se superam, vencem os valentões... E, bom, é só isso mesmo.

É a síndrome de Jurassic World: na hora de fazer algo maior, acabam perdendo a alma pelo caminho e TUDO o que era legal no primeiro ficou espalhado em um outro lampejo por todo o filme, como se fossem horcruxes.

As piadas não têm graça e nem são engraçadas — rolando até uma escorregada no caso da Latina, que assim como outras personagens novas, a gente só sabe que estão ali porque vemos, mesmo, enquanto as que a gente já conhece parecem ter se tornado extremamente superficiais, sem nenhum sinal das camadas e da profundidade, se perdendo em montes de clichês.

Toda a graça de ser estranho, de ser diferente que o primeiro filme mostrava, deixou de existir.

E o mais importante: toda a graça de ser estranho, de ser diferente, que o primeiro filme mostrava, não existe mais. O que acontece com a Fat Amy incomoda, em nenhum momento você sente a dificuldade da Emily em se adaptar, mas colocar a Beca pra enfrentar um dilema que em nenhum momento atrapalha nada ou ninguém é uma esterelização completa.

O que sobra, no fim, caberia num filme leve do Adam Sandler.

Miga apenas pare

Miga apenas pare

Assim como Jurassic World, o filme até tem uma noção de si mesmo, ao mostrar que, bom, uma música original pode vencer um remake de uma música de sucesso. Mas, adivinha só no que apostaram?

Mas, claro, nos EUA, A Escolha Perfeita 2 ganhou nas bilheterias quase o triplo do primeiro filme, enquanto somadas as bilheterias do mundo todo, mais do que dobrou. E, é claro, o terceiro filme já está devidamente garantido, com Anna Kendrick, Rebel Wilson, Brittany Snow e Hailee Steinfeld devidamente confirmadas — mesmo que, dessas quatro, três já tenham se formado e, bom, vão seguir com suas vidas.

É tipo o “bom, sabemos que criar um monstro que mata gente não deu certo e fodeu tudo. Maaaas...”

Seja como for, tudo bem que o contrato com o Diabo já tá assinado, mas vê com ele se não rola de pegar emprestada a alma? Assim, só pra usar no filme, depois devolve...