Curtiu o filme, mas não sabe por onde começar a ler as HQs da heroína? Vem cá que vamos te dar uma ajuda. ;)
Mulher-Maravilha estreou batendo os US$ 103 milhões de bilheteria nos EUA, enquanto que, no Brasil, 1.4 milhões de pessoas assistiram ao filme no fim de semana de estreia — uma galera que tá saindo do cinema empolgada com a super-heroína, mas que em sua maioria não sabe pode exatamente por onde começar a ler os gibis da Princesa de Themyscira, Filha de Hipólita, Rainha das Amazonas.
Por isso mesmo, o JUDÃO preparou pra você um guia do que ler e comprar sobre a personagem das HQs, para quem quer continuar nessa viagem até a Ilha Paraíso. ;)
Sendo diversas as versões, origens e épocas – que podem ou não se complementar – tente desencanar um pouco de cronologia. Você perceberá que, de qualquer forma, alguns conceitos principais da heroína são sempre constantes, fazendo da Mulher-Maravilha o que ela é. Conceitos esses que você já encontrou na tela grande, também.
Preparada?
Como você já leu aqui no JUDÃO, a principal inspiração para o filme estrelado pela Gal Gadot é a versão da personagem do reboot de 2011, chamado de Os Novos 52. Toda essa controversa fase foi publicada em revistas mensais pela Panini, que depois juntou as primeiras edições no encadernado Mulher-Maravilha – Sangue, lançado em Abril do ano passado e facilmente encontrado em livrarias e comic shops.
Nas 164 páginas da publicação, você encontra uma Diana intimamente ligada à mitologia grega, tretando com deuses como Hera e Ares. É nessa fase que descobrimos que a heroína é na realidade filha de Hipólita com Zeus, e não uma criação feita a partir do barro – o que fez dela uma semideusa, como o Hércules. Os roteiros são de Brian Azzarello e arte do Cliff Chiang. O preço de capa é de R$29,90 — quem manjar de inglês e quiser em formato digital, você encontra por US$5.99 no ComiXology.
Esse encadernado é a continuação direta do anterior, reunindo o que foi publicado originalmente entre Wonder Woman #8 e #12. Aqui o grande vilão é Hades, o senhor do mundo dos mortos. Lançado em outubro de 2016, é outra publicação que é relativamente fácil de ser encontrada.
Quando lançado, Direito de Nascença tinha o preço de tabela de R$ 27,90 mas, no ComiXology, está saindo por US$5.99.
Legal, você já sacou qual é a da Mulher-Maravilha dos Novos 52. Agora, e depois? Nos cinemas, o próximo filme com a personagem é o da Liga da Justiça, que estreia em Novembro. Que tal, então, ler o primeiro encontro dos personagens na versão mais recente dos gibis?
Lá nos EUA, isso aconteceu no relançamento da revista Justice League, que no Brasil foi reunida no encadernado Liga da Justiça: Origem, lançado em outubro de 2015. Nessas histórias, escritas por Geoff Johns e desenhadas por Jim Lee, vemos os maiores heróis da Terra e os principais super-heróis da DC se unindo para enfrentar Darkseid e seus ASSECLAS. Um arco que tem tudo pra influenciar bastante o filme dirigido por Zack Snyder.
Não chega a ser um primor de história, longe disso, mas cumpre o papel de unir os heróis – além de representar, cronologicamente falando, a primeira aparição da Mulher-Maravilha no (então) novo Universo DC.
O único detalhe é que, mais recentemente, a DC promoveu diversas mudanças nessa cronologia e fica difícil saber, exatamente, o que continua valendo ou não nestas histórias. Dica: relaxe, esqueça e aproveite...
Com capa dura e 360 páginas, Liga da Justiça: Origem já é bem mais salgado: R$ 95 no preço sugerido — e tome cuidado para não comprar a primeira impressão, que saiu com um “Jusiça” na lombada. Se preferir, a coleção com as mesmas histórias sai por US$ 12,99 no ComiXology.
Ok, você é daqueles mais tradicionais e que acredita que não irá curtir essa versão mais recente. Uma sugestão, então, é ler a Mulher-Maravilha recriada por George Pérez nos anos 1980, após Crise nas Infinitas Terras. No arco que ficou conhecido como Deuses e Mortais, o quadrinista traz uma versão que consegue ser, ao mesmo tempo, atual e clássica.
Aqui, Zeus, há muitos séculos, se preocupou com as mulheres que eram brutalmente abusadas e mortas pelos homens. Alguns deuses, então, se reuniram para salvar a alma de todas essas mulheres, guardando para elas um “destino especial”. Elas então renasceram como amazonas, que foram viver na ilha de Themyscira comandadas pela rainha Hipólita e por Antíope. Porém, tempos depois, um invejoso Heracles (a versão grega do Hércules) não só invadiu a ilha e enganou as amazonas, como as escravizou junto com um grupo de homens.
Eventualmente, as amazonas se revoltaram e mataram todos os homens. Antíope, revoltada, renegou os deuses gregos e partiu da ilha. Hipólita continuou como a única líder e se passaram 3 mil anos – até que ela pediu que Zeus lhe desse uma filha. Esculpida a partir do barro, nascia Diana.
O resto é mais ou menos o que você conhece: tem um torneio para definir quem irá sair da ilha para enfrentar Ares, Diana participa contra a vontade da mãe, vence e se torna a Mulher-Maravilha. A diferença, aqui, é que Steve Trevor cai em Themyscira DEPOIS que Diana se torna a Maravilhosa. Aí sim ela vem pro mundo do patriarcado, vira uma super-heroína e integrante da Liga da Justiça.
Esse é, sem dúvida, um dos grandes clássicos da DC dos anos 80. Por aqui, você poderá encontrar esse arco no encadernado Biblioteca DC – Mulher-Maravilha, lançado pela Panini em 2008 por R$53 e que é bem difícil de encontrar, ou na versão mais recente (que não tem capa dura) chamada Lendas do Universo DC – Mulher-Maravilha, que custa R$25,90 e foi lançada em fevereiro deste ano. Outra alternativa é o volume 38 da DC Comics – Coleção de Graphic Novels, publicada pela Eaglemoss ou, então, a versão digital no ComiXology.
Em volume, a versão do George Pérez é aquela que tem as melhores histórias da personagem. Uma delas é Mulher-Maravilha: O Espírito da Verdade, escrita por Paul Dini (de Batman: The Animated Series) e com arte de Alex Ross (O Reino do Amanhã). Nessa HQ de 64 páginas, Diana se vê obrigada a lidar não com grandes vilões, mas sim com os perigos do nosso dia a dia – e, assim, repensar sobre quem ela é a sua missão no mundo. Uma HQ pra mostrar que ser um herói é muito mais do que chutar a bunda de um vilão.
No Brasil, essa HQ foi publicada numa edição única em 2002, da Editora Abril, e que você irá encontrar (com muita sorte) em sebos. Outras alternativas são comprar o volume 3 da coleção DC 70 Anos, lançado pela Panini em 2008, ou gastar uma bica com o encadernado Os Maiores Super-Heróis do Mundo – que é raríssimo e você encontra por uns R$ 500 no Mercado Livre.
Outra grande HQ da Mulher-Maravilha pré-reboot de 2011 é o arco Paraíso Perdido. Com roteiros de J.M. DeMatteis e Phil Jimenez, além da arte do próprio Jimenez. Essa história é um verdadeiro ODE ao Universo DC dos anos 1990 e 2000, com heróis e personagens recorrentes daquela época – como Asa Noturna, Arlequina, Ártemis, Caçadora, Oráculo, Tróia e por aí vai.
Basicamente, é tudo centrado em uma grande guerra civil na ilha das amazonas – com o bônus de uma entrevista exclusiva da Mulher-Maravilha para ninguém menos que a Lois Lane.
No Brasil, o arco foi publicado em gibis da época, mas é possível comprá-lo em um só encadernado no volume 26 da DC Comics – Coleção de Graphic Novels, lançada pela Eaglemoss em setembro de 2016. No ComiXology você encontra por US$5.99.
O que rolaria se você colocasse ninguém menos que o BATMAN pra tretar com a Mulher-Maravilha? Pois isso aconteceu neste especial, chamado Mulher-Maravilha – Hiketeia.
Na HQ, o Batman está perseguindo uma mulher – só que ela sabe mais do que deveria sobre os deuses gregos e, por isso, consegue a proteção da Mulher-Maravilha. Diana então manda o recado: que o Homem-Morcego pare de perseguir a mulher, ou eles vão sair na mão. Uma forma interessante de colocar frente a frente duas concepções diferentes sobre proteger o mundo e sobre como eles lidam com a morte e a penalização de criminosos.
No entanto, nesta aqui eu vou dificultar um pouco as coisas: Hiketeia só foi publicada uma vez no Brasil, em 2003, pela Panini. Uma alternativa é procurar em sebos, buscar no Mercado Livre ou comprar a versão em inglês no ComiXology, que reúne toda essa primeira parte da fase do Rucka na personagem em um só “encadernado” – e que tá em promoção por apenas US$ 5,99.
Olha, vale o esforço.
Se a sua vontade é engatar uma leitura mensal da personagem, com a fase mais recente, uma alternativa é a revista mensal Mulher-Maravilha, que teve a primeira edição publicada entre Abril e Maio. Parte do Renascimento – ou Rebirth, lá nos EUA – o gibi, que é escrito novamente por Greg Rucka, afirma que toda a origem da personagem nos Novos 52 foi uma mentira. Sim, isso parece ruim num primeiro momento, mas dá a oportunidade de você ler tudo do zero.
São, basicamente, duas linhas de histórias: uma que acontece no passado, com as origens do personagem, e a outra no presente, com a Diana descobrindo que esconderam a verdade dela. Pra variar, essa encarnação da personagem foi polêmica por, pela primeira vez dentro da cronologia oficial da editora, deixar bem claro que Diana se relacionou sim com outras mulheres enquanto vivia em Themyscira. Nada mais óbvio, não é? Outro ponto é que a versão também deixou de lado a interpretação de que a heroína seria uma semideusa.
Como a revista foi lançada recentemente, você pode facilmente encontrar os primeiros dois números nas bancas e começar a leitura a partir daí. Cada gibi custa R$7,50 por aqui, e US$2.99 no ComiXology. :)
Esta é pra quem não quer o peso de grandes cronologias, apenas ler uma história fechada que resuma bem o que é a Mulher-Maravilha. Toda a história se passa em um universo alternativa, o da Terra Um, que tem suas histórias publicadas em encadernados fechados – o segundo volume, inclusive, deve demorar pra sair.
Nessa versão do roteirista Grant Morrison e do artista Yanick Paquette, as amazonas vivem protegidas por Afrodite e isoladas do mundo após terem sofrido um ataque de Hercules e dos outros gregos. O resto, em linhas gerais, é mais ou menos como conhecemos de outras versões: Diana foi modelada a partir do barro e ganhou vida, entrou num torneio contra a vontade da mãe e venceu e, nesse meio tempo, conheceu Steve Trevor, que havia caído na ilha. A diferença, aqui, é que Diana tem uma namorada – Mala, além de outras NUANCES diferentes em sua origem.
Lançado recentemente pela Panini no Brasil, você pode encontrar esse encadernado por R$28,90. No ComiXology você encontra por US$14.99 — talvez valha procurar a edição física por aqui, mesmo. :P