E nós selecionamos OITO dessas mulheres pra mostrar PORQUE o rock e as guitarras ainda sobrevivem
Quem tá ligado aqui no JUDAO.com.br já viu a gente falando muitas e muitas vezes sobre as mudanças vertiginosas que o mercado musical está passando nos últimos anos, algo que tá mexendo não apenas com o jeito que a gente ouve música mas também como o artista/banda FAZ a sua música. E isso vira do avesso o negócio das gravadoras, rádios... e, por mais que você não imagine, também de quem faz os instrumentos musicais.
Pô, veja só a guitarra, instrumento-símbolo do rock: duas de suas mais icônicas fabricantes tão enfrentando graves problemas financeiros. A Gibson, responsável pelo lendário modelo Les Paul, acumula dívidas que somam US$ 500 milhões e chegou inclusive a declarar falência em maio deste ano, entrando imediatamente com o pedido de recuperação judicial. E a sua grande concorrente, a Fender, do igualmente lendário modelo Stratocaster, chegou a “implorar” pra que as pessoas não parassem de tocar guitarra, em um mercado que tinha se tornado estagnado. Era preciso se reinventar, focar no barateamento, na simplicidade e na digitalização pros iniciantes mais do que nos veteranos/colecionadores — tornar este papo de tocar guitarra um lance cool novamente.
Claro, uma série de especialistas afirmam que parte desta queda também está ligada ao rock não ser mais este gênero musical absoluto e inconteste, já que o avanço do interesse dos mais jovens pelo hip-hop e da música eletrônica têm uma coisa em comum: eu consigo fazer a minha música em casa com o meu computador, sem ter que ir numa loja de instrumentos gastar uma bica com guitarra, cabos, amplificador, o pacote completo.
Mesmo assim, vejam só, os caras do site especializado Australian Musician aproveitaram que ia rolar por lá a quarta edição do evento anual Melbourne Guitar Show pra rebater o artigo do Washington Post, publicado no ano passado, que dava como certa a morte “lenta e secreta” do mercado de guitarras, em especial as elétricas. O VP da Fender, Justin Norvell, trouxe números animadores, dando conta de que, nos últimos meses de 2017, por exemplo, rolou um crescimento de 14,7% na indústria só nos EUA.
O dado MAIS interessante, no entanto, é aquele no qual ele indica que o crescimento do interesse feminino pelas guitarras ajudou a dar um impulso interessante no mercado — e hoje as mulheres representariam impressionantes 50% deste mercado.
Desde a histórica Sister Rosetta Tharpe, considerada pioneira do rock ao dar um sabor diferente ao seu gospel salpicado de blues entre as décadas de 40 e 50, claro, existem alguns nomes femininos incríveis no quesito guitarra, de Lita Ford (Runaways) a Nancy Wilson (Heart), passando por Joni Mitchell, Bonnie Raitt, Kelley Deal (Breeders), Poison Ivy (The Cramps), Carrie Brownstein (Sleater-Kinney), por musas indie St. Vincent e Brittany Howard (Alabama Shakes) e veteranas como Jennifer Batten e Kat Dyson, que acompanharam respectivamente nomes como Michael Jackson e Prince.
Mas a gente quis ir além e mostrar aqui OITO minas que talvez você tenha ouvido e, de repente, nem se tocado de que se tratava de uma mulher debulhando nas seis cordas. Ou, o que é pior, que você nem faça ideia do trabalho incrível que tão fazendo por aí. Então, anote estes nomes, todos muito mais interessantes em seus mais diversos trabalhos do que qualquer Yngwie Malmsteen da vida. VAI!
| Nita Strauss
Guitarrista da banda de Alice Cooper, vinda de uma família cujo ancestral é ninguém menos do que Johann Strauss II e atualmente fritando em uma posição que já teve grandes nomes do instrumento como Al Pitrelli, Vinnie Moore, Reb Beach e Bruce Kulick. A musicista americana, oriunda da banda-tributo 100% feminina The Iron Maidens, não se deixa intimidar e dá nova alma às antigas canções de Alice, de um jeito dinâmico, melódico mas também bastante feroz.
| Marissa Paternoster
Abertamente homossexual e esbanjando suficiente atitude punk pra te fazer berrar instantaneamente quando começa a fazer seus solos cheios de fúria e paixão, Marissa é a líder da banda independente Screaming Females, de Nova Jersey. Mas, apesar de já ter sido eleita uma das 100 maiores guitarristas de todos os tempos pela revista Spin, ainda assim o lance dela é puro underground — o que esperar de um trio praticamente nascido num porão? ;)
| Malina Moye
Fazendo uma mistura de rock e soul cheia de suingue, que inclusive conversa com o blues e chega a flertar até mesmo com o R&B/hip-hop, Malina é uma guitarrista canhota com um estilo bastante peculiar, só dela, que chegou a fazê-la ser batizada pela revista Gitar Plus, a maior publicação especializada no instrumento de toda a Ásia, como Rainha do Funk Rock. Disso pra participar da turnê Experience Hendrix Tour, em homenagem a um certo Jimi, foi um pulo.
| Ana Popovic
Nascida na Sérvia mas atualmente morando nos EUA, esta blueseira de nascença faz um som delicioso, uma viagem do blues ao jazz que presta tributo aos grandes mestres do gênero mas também consegue ser moderna, contemporânea, sem soar velha ou datada. Óbvio que este tipo de performance chamaria a atenção de caras como Joe Bonamassa, que inclusive chegou a fazer participação especial em um de seus discos.
| Ruyter Suys
Esta canadense que cresceu numa família ouvindo Led Zeppelin, David Bowie e Frank Zappa sempre soube que queria fazer rock. Cresceu, passou a ouvir umas paradas mais pesadas tipo Motörhead, Slayer, Metallica, e aí sacou o TIPO de rock que queria fazer. Ao lado do marido, fundou o Nashville Pussy, uma espécie de Matanza gringo, som pesadão, sujo, distorcido, que tem um tempero country. E os solos insanos e etílicos da Ruyter são de fato o ponto alto.
| Gretchen Menn
Filha de Don Menn, antigo editor da revista Guitar Player, a jovem esteve cercada desde sempre pelas seis cordas. Quando se tornou o Jimmy Page do tributo feminino ao Led Zeppelin, apropriadamente batizado de Zepparella, chamou a atenção dos especialistas no instrumento. Ano passado, lançou Abandon All Hope, álbum conceitual sobre o Inferno de Dante, no qual deu ainda mais personalidade ao seu estilo que mistura rock e música clássica.
| Bibi McGill
Batizada no nascimento como Belinda McGill (o apelido Bibi veio de BB, porque seu jeito de tocar lembrava o de BB King), a americana de Denver é produtora, mestre de yoga e DJ. Ah, sim, e por acaso também é guitarrista. E das boas. Tanto é que ela foi parar no Suga Mamas, a banda de suporte de uma tal de Beyoncé, não sei se vocês conhecem. Tocou em alguns de seus shows mais importantes, da apresentação pra Barack Obama ao intervalo do Super Bowl em 2013, além de atuar como diretora musical nas turnês Beyoncé Experience e I Am...World Tour.
| Orianthi
Muita gente lembra desta australiana porque ela seria a guitarrista da turnê This Is It, de Michael Jackson, aquela que tragicamente nunca chegou a acontecer. Mas Orianthi é mais do que apenas uma lembrança triste. Aos 15 anos, já dividia o palco com Steve Vai e, aos 18, tocou com Carlos Santana, que se tornou uma espécie de padrinho pra ela. Tocou na banda solo de Carrie Underwood, fez parcerias com um sem número de artistas e recentemente, ao lado de Richie Sambora (ex-guitarrista do Bon Jovi), lançou o EP de inéditas RSO.