Desde a mais tenra idade aprendemos uma máxima que se repete ao longo da vida: lugar de criança é na escola. Formar cidadãos é a grande defesa dessa ideia, preparar as pessoas para viver da forma mais produtiva e colaborativa possível, de maneira que a busca pela felicidade passe pela construção da sociedade e que todos, sem exceção, tenhamos as mesmas oportunidades de buscar um lugar ao sol.

Isto posto, é hora de assistir a este vídeo.

Sob a “proposta” de fazer uma reengenharia com as escolas, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu fechar várias delas e entupir as restantes com os alunos que ficarem sem teto para estudar. Coincidência ou não, algumas das unidades estão localizadas em áreas nobres, como a Fernão Dias, que fica em Pinheiros, ou em terrenos de forte interesse imobiliário, como as Zonas Norte e Leste de São Paulo ou mesmo o município de São Caetano, unidades onde também acontecem ocupações feitas por estudantes.

Todas essas escolas estão cercadas por forte aparato policial, absolutamente injustificável, por não se tratar de tumulto e, principalmente, porque os estudantes são menores de idade, em sua absoluta maioria. Ignorando o fato, tanto a PM quanto a Secretaria de Educação do estado alegam vandalismo.

Tá bom, vai, hora de ver outro vídeo.

Sem rodeios, dois governos do PSDB estão com propostas que desmontam o esquema já mequetrefe das escolas estaduais em seus devidos estados, pasmem!, sem oferecer nada melhor em troca. O colega de Alckmin no Paraná, Beto Richa, lança mão de idêntica “estratégia educacional” para vagar imóveis aprimorar o ensino.

Não se tira direitos de ninguém, como esses governadores propõem. A isso, a tomada intempestiva e unilateral de decisões, chamamos de autoritarismo, e não elegemos ninguém para roubar o futuro da molecada, para nublar um horizonte que já será cheio de obstáculos de qualquer forma, da violência policial ao jovem de periferia, também encampada por estes dois governos, à receptividade mais complicada na chegada dessa turma à universidade e ao mercado de trabalho.

Se você ainda não entendeu do que eu estou falando, o clipe magistral de A Cena, que o Rashid lançou essa semana, deve dar conta do recado.