Jurassic World: tal parque, tal filme | JUDAO.com.br

Chris Pratt garantido em mais “uns 38 filmes”, maior estreia da história do Mundo. Jurassic World, o filme, nada mais é do que Jurassic World, o parque.

“Não é um reboot. A questão é ‘Por que você faz outro Jurassic Park? Como a gente não aprendeu a lição?’. A coisa toda era por conta do dinheiro” disse Chris Pratt à revista Entertainment Weekly — a quem ainda disse estar com contrato assinado pra uma sequência de Jurassic World. “Eles tem a mim por uns 38 filmes ou algo assim”.

Pratt tava contando como é que Colin Trevorrow, o diretor, explicou pra ele a ideia do filme, durante uma chamada no Skype, ainda no meio das filmagens de Guardiões da Galáxia. “Ele explora a nossa relação com a ciência e como a sociedade hoje é diferente de como era nos anos 90. Nós não nos impressionamos por merda nenhuma, mais. Nós temos as mais gigantescas merdas acontecendo ao nosso redor e ninguém mais se importa. A gente tá entediado. É tipo impossível de nos impressionar”, conta, meio que explicando também qual é a do Zach, adolescente insuportável interpretado por Nick Robinson. “Então, quando começa o filme, não é mais a ideia de um parque que ninguém acredita, é a ideia de que o parque tá aberto e as pessoas estão deixando de ir. Naquele mundo, Dinossauros já existem há 20 anos. Ninguém acha que eles são fascinantes. Crianças não ligam pra eles. Ao inves de ficar impressionadas por um T-Rex, elas tão no parque olhando pros seus iPhones”.

Jurassic Park existe há exatos 22 anos e, tirando algumas crianças que cresceram com e por causa do filme, poucos conseguem enxergar toda a beleza daquele filme, toda a sutileza, toda a magia, um dos melhores exemplos que temos por aí do que é ficção científica — e, o principal, toda a importância que ele teve pro cinema. Eram outros tempos, onde talvez isso importasse mais.

Em Jurassic World, o parque, 20.000 pessoas o visitam diariamente, com filas de meses pra se conseguir um ingresso, mais filas de horas pra conseguir entrar em uma atração. Um parque em que você não tem tanto a experiência de um encontro com dinossauros, de fato, como se tem por exemplo no SIMBA SAFARI aqui em São Paulo, e como Jon Hammond imaginou o parque original. Agora, existe a necessidade de fazer mais barulho, mostrar mais dentes, ser mais assustador, “ser mais legal”, como diz Dr. Henry Wu.

Ao mesmo tempo, Lowery diz em um determinado momento que o parque original era mais REAL, enquanto usa uma camisa do tal parque, o que a Ellie diz ser um tanto INSULTANTE.

Mosasaur

Hollywood vive lutando contra tudo e contra todos na tentativa de levar mais pessoas aos cinemas, ao mesmo tempo em que bate recordes atrás de recordes. Jurassic World, por exemplo, se tornou a terceira maior abertura em uma sexta-feira, a maior abertura na história dos EUA (ultrapassando nada menos que o primeiro filme dos Vingadores) e a maior de toda a história no mundo, com US$511.8 Milhões — inclusive a China, que ajuda a melhorar os números e nem sempre estreia filmes simultaneamente com o resto da galera. Velozes e Furiosos 7, da própria Universal, ficou COMENDO POEIRA.

Num ano em que George Miller deu uma aula de cinema com Mad Max: Estrada da Fúria — que também ressuscita uma franquia há décadas “esquecida” — conseguiu, com um mês desde que estreou, pouco mais de 60% do que Jurassic World conseguiu em um único fim de semana, fica complicado engolir toda essa monstruosidade com um sorriso assim tão aberto.

Jurassic World é legal? Pode ser. Mas não se engane: o filme e o parque são exatamente os mesmos.