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Love is Love reuniu Superman, Batwoman e Harry Potter pra arrecadar, até agora, US$ 165 mil para as vítimas do ataque à boate Pulse, em Orlando – e os idealizadores querem levar o projeto para outros lugares do mundo

O dia era 12 de Junho de 2016. Por motivos que nunca serão justificados, um imbecil de 29 anos matou 49 pessoas e feriu outras 58 na Pulse, uma balada LGBT+ de Orlando, EUA. Foi o maior massacre contra a comunidade na história dos Estados Unidos. Uma tragédia.

O mundo, claro, se uniu para dar seu apoio para as vítimas e seus familiares – e isso incluiu a galera dos quadrinhos. As editoras IDW e DC juntaram seus esforços, convocando um grupo de quadrinistas e famosos de peso (incluindo nomes como Phil Jimenez, Steve Orlando, Brian Michael Bendis, Paul Dini, Kieron Gillen, Jim Lee, Patty Jenkins, Patton Oswald e por aí vai) para produzirem histórias e artes para uma antologia que recebeu o título de Love is Love.

Dessa forma surgiu um especial com 144 páginas e histórias em quadrinhos de uma ou duas páginas, no máximo. Batwoman (que é lésbica), Superman, Batman (que vai investigar o caso da Pulse), Exterminador (que desiste das armas ao ser impactado pela tragédia), Harry Potter, Arlequina e Hera Venenosa foram alguns dos personagens que apareceram, mas a verdadeira estrela era realmente a comunidade LGBT+.

Toda a renda das vendas foi revertida para as vítimas e suas famílias através da ONG Equality Florida. O lançamento foi no finalzinho do ano passado, em 28 de Dezembro, e o resultado foi incrível, com uma renda gerada de US$ 165 mil, de acordo com a IDW. Pode parecer pouco, mas, para o mercado de quadrinhos, o valor é substancial – tanto é que o especial já está na quinta impressão e, por diversas vezes, constou na lista de mais vendidos no The New York Times.

A partir da sexta impressão, a renda arrecadada pela publicação será enviada para uma outra ONG, The Trevor Project, que tem como objetivo informar e dar apoio para evitar suicídios entre adolescentes LGBT+.

“Eu não poderia estar mais surpreso pela resposta dos leitores a Love is Love”, disse Marc Andreyko, roteirista e idealizador do projeto, ao Washington Post. “Esta publicação realmente veio de um lugar de amor e conciliação, e ver o livro ser abraçado por muitos é um testemunho da causa e uma linda lembrança e homenagem a quem perdeu a vida naquela terrível noite de junho”.

Agora a tendência é que Love is Love vá para outros países. Um ano depois do ataque, Andreyko informou ao South Florida Gay News que diversas editoras de outros lugares do mundo estão interessadas em publicar versões traduzidas do especial. CLARO que você pode comprar a sua versão impressa ou a digital (que tem 20 páginas a mais) MAS essas novas publicações viriam com um twist: artistas locais produziriam mais artes e HQs, com a renda dessas vendas revertida para ONGs do próprio país.

“Nós estamos planejando, para o quinto aniversário, fazer uma edição especial com cada arte dessas [edições regionais] reunidas pela primeira vez em uma única coleção”, contou Andreyko. Hey, Panini, olha só. ;)

Que venham mais edições e que mais gente que precisa seja ajudada. Mas, mais importante do que isso: que haja amor pelo amor.