Mais novidades pra expandir o universo cânonico de Star Wars | JUDAO.com.br

Gibis de Forces of Destiny e um novo livro de Thrawn (que terá a participação de um certo Lorde Sith bastante conhecido…) ajudam a ampliar ainda mais o renovado potencial criativo da saga

Qual é o segredo para manter uma franquia da cultura pop viva e ativa durante, sei lá, algo como QUARENTA ANOS? Lotando salas de cinema, vendendo bonequinhos e com potencial pra produzir mochilas, bonés, estojos, cadernos e qualquer tipo de QUINQUILHARIA que você achar possível? É simples: ela precisa se reinventar para as novas gerações.

Se recriar, encontrar outros caminhos, explorar potenciais diferentes. Aliás, não só para gerações daqueles mesmos homens brancos de sempre, mas também para outras gerações de outros públicos. Precisa encontrar algo que faça TODO MUNDO se identificar com ela. Não só aquela mesma galerinha de sempre. É preciso pensar em “mais”, nunca em “menos”.

Neste sentido, é preciso dizer que a Lucasfilm está fazendo o trabalho bem direitinho com Star Wars. Talvez tenha demorado um pouco. E ainda tem, óbvio, muito pela frente. Mas quando eles pisaram o pé no acelerador, rapaz, confesso que foi uma coisa bonita de se ver. Um dos exemplos mais importantes é a recente iniciativa Star Wars: Forces of Destiny – que começou como uma série de curtas animados em 2D para o YouTube e que, depois, foi parar no Disney Channel.

Basicamente, a ideia aqui é virar os holofotes para as mulheres da saga espacial, Rey, Ahsoka Tano, Jyn Erso, Princesa Leia, Padmé, Hera Syndulla, Sabine Wren, todas em histórias fieis ao cânone oficial (e narradas por Maz Kanata), mostrando como escolhas, sejam elas grandes ou pequenas, ajudaram a mudar os destinos de cada uma destas personagens. Forces of Destiny se tornou sucesso de audiência, virou uma bem-sucedida série de brinquedos e agora vai se tornar história em quadrinhos — só que não pela Marvel. Porque se a ideia é ampliar as vozes, vamos tentar um parceiro diferente – e aí, o mundo de Star Wars se amplia ainda mais a partir de janeiro de 2018, quando a IDW Publishing lança a série de HQs semanais Star Wars Adventures: Forces of Destiny.

“A iniciativa Forces of Destiny conquistou os fãs com suas histórias inspiradoras sobre estas heroínas icônicas”, afirmou o editor sênior da IDW, Denton J. Tipton, durante o anúncio oficial realizado na New York Comic Con deste final de semana. “A IDW não poderia estar mais empolgada em fazer parte da celebração com estes personagens tão amados”.

O mais legal da história toda é que os gibis (estrelados inicialmente, na ordem, por Leia, Rey, Hera, Padmé + Ahsoka e pelas novas personagens de Os Últimos Jedi, Rose e Paige) terão equipes criativas inteiramente femininas. Os roteiros ficarão a cargo de Delilah S. Dawson (Star Wars: Phasma), Elsa Charretier (Estelar, Arlequina), Beth Revis (da trilogia Across the Universe), Jody Houser (Cupcake POW!) e Devin Grayson (Asa Noturna, Novos Titãs). Já as artes e capas serão cortesia de Elsa Charretier, Arianna Florean (Doctor Who), Eva Widermann (Dungeons & Dragons), Valentina Pinto (Ghostbusters) e Nicoletta Baldari (Strawberry Shortcake), além de capas variantes super raras com arte de Annie Wu (Gavião Arqueiro, Canário Negro).

Olha, se formos levar em consideração que esta é a mesma franquia que, em sua trilogia clássica, tirando obviamente a Leia Organa, tivemos exatos 63 segundos de diálogos de personagens femininas em mais de 386 minutos totais de filme, digamos que deu uma melhorada BOA, hein? ;)

Mas a NYCC também foi boa em termos de anúncios para, vejam só, os antigos fãs de Star Wars – é, aqueles mesmos que não podem reclamar que a Lucasfilm os anda ignorando por aí, “só pensando na nova molecadinha e deixando os caras que acompanham a franquia desde sempre de lado” (a frase é pedante pra caralho, acredite, mas um cara me disse isso com ESTAS palavras – então, caso esteja lendo isso, o que é bem possível, queira foder-se MUITO). Porque a Lucasfilm Publishing anunciou o novo livro do lendário autor Timothy Zahn, a continuação de Thrawn, devidamente batizada de Thrawn: Alliances (embora o título possa estar sujeito a mudanças).

Caso você não esteja ligando o nome à pessoa, tamos falando de Mitth’raw’nuruodo, vilão da raça azulada dos Chiss que se tornou enorme no imaginário dos fanáticos graças à cultuada Trilogia Thrawn de livros (Herdeiro do Império, Ascensão da Força Sombria e O Último Comando), talvez o mais adorado pedaço do universo expandido e ambientado exatamente cinco anos depois de O Retorno de Jedi. Mas quando a Lucasfilm reformulou a sua cronologia, a Trilogia Thrawn virou Legends, universo múltiplo e paralelo, uma lenda dentro da mitologia oficial. A galera ficou, obviamente, puta da vida.

Mas, cê sabe, tem um monte de fãs das antigas por trás desta nova fase de Star Wars na Lucasfilm também. Ou alguém acreditava que os integrantes do chamado Story Group não são um bando de malucos que curtem também aquele Star Wars de raiz dos anos 70/80? O antigo universo expandido? E a porra do Thrawn?

Pois é, agora o almirante frio, calculista, gênio tático e repleto de planos maquiavélicos, que entende claramente que precisa entender a arte, a cultura e a filosofia de seu inimigo para derrotá-lo, faz parte do cânone também. Finalmente. Depois de aparecer na última temporada de Star Wars: Rebels, ele será o grande vilão deste último e derradeiro ano da série. E aí, eis que Zahn então escreveu Thrawn, o livro, lançado em 2017, sobre suas origens como um guerreiro Chiss exilado e como rolou a ascensão meteórica no Império, ajudando a preencher um espaço de tempo de seu passado que segue até a aparição em Rebels.

Neste primeiro livro, que a Marvel já anunciou que vai adaptar pros gibis em 2018, enquanto o almirante constrói sua carreira como homem de confiança do Império, um dos primeiros encontros dele com seres humanos foi justamente com um jovem jedi bastante promissor chamado Anakin Skywalker, durante as guerras clônicas.

No palco da NYCC neste último final de semana, quando anunciou Alliances (que deve ser lançado no próximo verão americano, em 2018), Zahn cutucou a plateia. “Bom, depois de fazer um livro com Thrawn, como a gente segue com isso? Como você eleva as coisas agora? Acho que temos que trazer um Lorde Sith pro jogo, não é?”. E toma uma imagem de Darth Vader. E a galera vai ao delírio. “Mas queria esclarecer algo: eu não estou escrevendo o livro. Eu o entreguei pronto há alguns dias”, acrescentou o escritor. Portanto, ter Vader na história não é mais um plano: é uma realidade.

Enquanto ficamos apenas imaginando como vai ser, agora PRA VALER, o encontro de dois dos maiores vilão de Star Wars em todos os tempos, é impossível deixar de pensar uma coisa: do que exatamente uma galera ainda encontra motivos pra reclamar? Estamos vivendo num momento da vida em que dá pra ler um gibi totalmente focado na Ahsoka Tano, por exemplo. E em que o Thrawn agora é uma peça real no tabuleiro da Lucasfilm. Que já virou desenho animado e que pode, caso alguém queira, dar as caras na caceta de um filme.

E tem gente que prefere dizer aquela merda de “ai, na minha época é que era melhor”. Mas ô. Claro que era. ;)