Temporada de sucesso absoluto da novela rendeu uma nova produção pra Globo e mais uma chance de histórias serem bem contadas na TV, seja aberta ou não
Nem precisamos apresentar, né? Malhação é a novelinha-escola da Globo, você sabe. Lá em 1995, quando estreou mostrando o dia-a-dia de uma academia, colocou pela primeira vez na TV nomes como Carolina Dieckmann, Luigi Baricelli, Bruno de Lucca e André Marques. Esse holofote GIGANTE serve até hoje pra testar e formar as estrelas globais que veremos por aí no futuro.
Mas lá pro final dos anos 2000, Malhação deixou de ser tããão popular. Ela tentou várias reformulações, adicionando sempre um subtítulo DJÓVEM à temporada. Teve música original, inserção de novos temas, até teve Fiuk, veja você. Mas parecia que ninguém tava conseguindo acertar a mão DE VERDADE na história. A maior audiência tinha ficado lá em 2008, com Caio Castro, Sophie Charlotte, Sophia Abrahão e toooooodo o resto que conseguiu segurar BEM o pessoal que seguia assistindo ao chamado ~folheteen~. Parecia que eles queriam recriar algo moderno, mas usando os mesmos jeitos de sempre.
Só que aí veio Cao Hamburger, meus amigos. É provável que você lembre desse nome em produções como Castelo Rá-Tim-Bum, Disney Cruj, O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias e, mais recentemente, Que Monstro Te Mordeu?: ou seja, deu pra entender que ele MANJA, né? A Sra. Globo apostou NESSE nome pra tentar dar nova vida à novela e, em entrevista ao Pedro Bial, ele contou que não teve um pedido específico sobre um tema. “A minha encomenda foi uma novela para jovens e para quem se interessasse pelo universo jovem, mães, professores, avós… Que entretivesse e dissesse as coisas que eu queria dizer”.
E Cao queria falar umas coisas muito legais.
A história desta nova fase girava em torno de cinco meninas adolescentes: Benê, Tina, Keyla, Lica e Ellen. Após ficarem presas num vagão do metrô de São Paulo por uma pane no sistema, elas se unem em solidariedade à Keyla, que está grávida e entra em trabalho de parto ali mesmo. Elas, então, formam um laço de amizade fortíssimo.
Partindo daí, Cao abordou a desigualdade social e abismo educacional que existe entre escolas públicas e particulares, feminismo, diversidade sexual, assédio, vício em drogas, homofobia, transtornos alimentares, racismo, transtornos e condições psicológicas, gravidez na adolescência, câncer… Não poupou nos temas.
Um destaque foi pro relacionamento entre Lica, uma das protagonistas, e uma outra personagem, Samantha, que ganhou INCLUSIVE fandom, que torciam pelo casal Limantha. Junto com a equipe de roteiristas, Hamburger soube costurar bem e atingiu um PUTA resultado: a melhor média de audiência de Malhação em OITO ANOS — desde Cabeção e GigaByte a novela não tinha tanto público, basicamente. O negócio foi tão bom que teve indicação ao Emmy Kids e, pela primeira vez em 13 anos, a novelinha voltou pro catálogo oferecido pra emissoras ao redor do mundo.
E ATÉ PARECE que a Globo ia deixar uma chance dessas passar, né?
A fase Viva a Diferença terminou em Março e eles não perderam tempo: Cao foi chamado pra escrever um novo capítulo pra essa história. As Five será o título da nova série da Globo que trará de volta o grupinho de amigas, mas numa versão já adulta (ou, se preferir, com as atrizes interpretando personagens mais próximos das suas idades ¯\_(ツ)_/¯).
Até agora, tudo o que sabemos é que o reencontro deve rolar durante o enterro da mãe de uma das garotas, a Tina.
De acordo com o Notícias da TV, as gravações começam no próximo trimestre e a produção estreará primeiro no GloboPlay e depois na programação aberta, ainda em 2019 mesmo.
Há muito tempo não vejo Malhação, parei na fase da Vagabanda. Mas confesso que todo esse barulho me fez ter vontade de assistir aos episódios e me preparar pr’As Five. Coisa boa tem mais é que render frutos mesmo! :D