Manto e Adaga vão ganhar uma série de TV. Manto e Adaga! | JUDAO.com.br

Dupla de queridinhos da Marvel chegarão às telinhas do canal Freeform em breve. :D

Dá pra dizer sem muito medo de errar que a dupla de super-heróis Manto e Adaga é tipo a PORTUGUESA SANTISTA da Marvel. Explico: todo mundo que mora em Santos tem lá o seu time do coração. A maioria torce pro Peixe, mas tem torcidas enormes do Corinthians e do São Paulo na Baixada, por exemplo. Só que, não importando qual diabos é o seu time “oficial”, você sempre tem um carinho todo especial pela BRIOSA ou Burrinha, dependendo da quantidade de cabelos brancos na cabeça.

Tá lá na quarta divisão do Paulistinha, perde pra time B do Santos em jogo treino e cancela jogo com Amparo... Mas o pessoal curte, sem saber exatamente a razão.

No dia 1o de Abril chegaram a inventar que Tyrone “Ty” Johnson e Tandy Bowen seriam os protagonistas de uma série do Netflix, mas pelo jeito só erraram o canal. A série, já encomendada, vai ser exibida no Freeform, antiga ABC Family (e que, antes de ser vendida para o Mickey Mouse, era Fox Family). Portanto, mais um braço da Disney na televisão.

OUTRORA focado muito mais num público adolescente, o Freeform hoje se posiciona como uma opção para um público de 14 a 34 anos, com atrações que a gente poderia facilmente chamar de Young Adult – meio como se fosse um canal de TV pra quem curte filmes como Jogos Vorazes, Maze Runner e Divergente, sabe? Suas duas principais atrações são Shadowhunters (derivada da saga literária Instrumentos Mortais) e o hit absoluto Pretty Little Liars.

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Pensando nesta abordagem do canal, muito do roteiro deve, pelo menos inicialmente, explorar a relação amorosa entre eles. Criados por Bill Mantlo (roteiro) e Ed Hannigan (arte) em 1982, a dupla/casal fez sua primeira aparição na revista Peter Parker, the Spectacular Spider-Man #64. Depois de algumas participações especiais no gibi do Teioso, eles ganhariam, em 1983, uma série limitada em quatro edições, tornando-se aí heróis regulares no cenário dos vigilantes urbanos da Marvel.

Manto e Adaga se conheceram originalmente nas ruas de Nova York como dois adolescentes que fugiram de casa. Tyrone, 17 anos, sofria de uma gagueira debilitante e vazou de Boston, sua cidade natal, depois que não conseguiu impedir que um amigo fosse morto pela polícia, injustamente acusado de roubar uma loja. Já Tandy, 16, vinha de uma família rica de Ohio e caiu na estrada porque a mãe, uma supermodelo milionária, estava pouco ligando para ela por estar ocupada demais com a carreira e vida social.

Aceitando abrigo de um estranho logo depois de seu primeiro encontro, eles acabaram nas mãos de Simon Marshall, cientista trabalhando para a organização mafiosa Maggia. Testados com uma nova forma sintética de heroína, eles de alguma forma sobreviveram, fugiram e desenvolveram superpoderes, declarando guerra contra os traficantes e ajudando crianças e adolescentes que viviam nas ruas.

O Manto é o lado sombrio da coisa: além das habilidades de INTANGIBILIDADE e teleporte, sua capa é uma espécie de portal para uma dimensão das trevas, na qual ele pode jogar quem quiser. Mas o elo com esta dimensão também faz com que ele sinta uma espécie de “fome”, que só pode ser APLACADA quando uns sujeitos são atirados para dentro de sua capa ou então quando a Adaga o alimenta com um pouco de sua luz. A Adaga, aliás, tem a habilidade de criar adagas (ah, vá) psíquicas de luz, que sugam a energia das pessoas quando as atingem – mas que ajudam a curar determinadas pessoas do vício em drogas, talvez como reflexo dos testes realizado em ambos.

Muito tempo depois, a Marvel promoveu um daqueles seus tradicionais retcons e descobrimos que a tal droga experimental foi só uma desculpa – e que os poderes de Ty e Tandy surgiram como porções da própria alma de uma criatura demoníaca conhecida como D’Spayre, que manipulou os eventos da Maggia pra estimular o surgimento de duas criaturas superpoderosas que planejava controlar. Embora o lado “ser das trevas” do D’Spayre talvez seja mais difícil de abordar, a probabilidade de tê-lo na série é grande, como o “grande vilão” da parada. Por que não retratá-lo como o chefão das drogas da trama toda, o cara que sequestra Manto e Adaga para servirem de cobaias?

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Claro que esta ambientação mais “urbana”, mais “vamos combater os bandidos das ruas”, tem toda a cara dos heróis Marvel que habitam a Cozinha do Inferno no Netflix. Só que as interações com eles parecem pouco prováveis – faria mais sentido que Manto e Adaga cruzassem o caminho de uns tais Agentes da SHIELD, aliás. No passado, os dois super-heróis foram considerados mutantes “latentes”, cujo gene acabou sendo ativado pela utilização da tal da droga. Imagina só se não dá pra trocar a palavra “mutante” por “inumano” e incluir os jovens na brincadeira que toma conta atualmente da temporada de Phil Coulson e sua trupe?

Se a gente for levar em consideração que, recentemente, a Marvel bebeu bastante da fonte do finado Universo Ultimate para as suas versões televisivas/cinematográficas, podemos relembrar que a origem do Manto e da Adaga no mundinho de Miles Morales foi ligeiramente diferente. Namoradinhos apaixonadinhos desde sempre, praticamente prometidos um para o outro desde os primeiros anos de escola, Ty e Tandy estavam numa limusine, indo para sua sonhada festa de formatura, mas um acidente de trânsito deixou ambos legalmente mortos, na medida certa para servirem de cobaias para os estudos sobre matéria negra realizados por uma secreta equipe de gênios sem escrúpulos da Roxxon.

As expressões “Roxxon” e “matéria negra” não te lembram nada? Talvez tudo que rolou na segunda temporada de Agent Carter? Pois é. Outro saída para conectar a nova série com tudo que acontece nas propriedades da emissora-irmã. Um crossover entre Freeform e ABC requer uma mecânica bem menos complexa do que aquela que a gente viu entre CBS e CW para o encontro entre Flash e Supergirl, por exemplo.

Nenhum roteirista foi contratado ainda para a série mas obviamente a busca já começou. Por trás das câmeras, teremos Marvel Television e ABC Signature Studios como co-produtores.