Brie Larson será a Capitã Marvel nos cinemas, uma personagem importantíssima para a Casa das Ideias e, agora, pro seu Universo Cinematográfixo
O painel da Marvel Studios no Hall H da San Diego Comic-Con tava acabando. Galera endoidando com o que tinha acabado de assistir sobre Guardiões da Galáxia Vol.2, “family photo” sendo preparada... E veio o anúncio: Brie Larson (vencedora do Oscar por O Quarto de Jack) será a Capitã Marvel dos cinemas — também conhecida como a primeira mulher protagonista de um filme da Marvel Studios. :)
O anúncio veio no mesmo dia no qual a Mulher-Maravilha foi a grande estrela do painel da Warner Bros. na mesma SDCC, com direito ao primeiro trailer do filme da personagem. Coincidência? Claro que não. É o mundo que está finalmente dado espaço para as heroínas. Um mundo bem legal de se viver, aliás. :)
Brie Larson se tornou a primeira mulher protagonista da Marvel Studios
O Capitão Marvel, no masculino, foi um herói criado por Stan Lee e Gene Colan em 1967. Os dois aproveitaram o nome de um esquecido super-herói da editora Fawcett dos anos 1940 (que, depois, foi pra DC) e que tinha tudo a ver com a Casa das Ideias. Mar-Vell era um alien da raça Kree que vem a Terra pra nos espionar, já que estamos desenvolvendo tecnologia pra viajar pelo espaço. Apesar disso, ele acaba se encantando com o nosso planetinha e vira protetor da Terra, além de viver por aqui sob a ALCUNHA de Dr. Waler Lawson.
Vamos combinar que esse primeiro Marvel não era muito brilhante, nem tinha um uniforme bonito. Por isso, novas reinterpretações do herói foram surgindo, culminando com um uniforme vermelho, preto e amarelo em 1973. Foi essa versão, feita pelo Jim Starlin, que fez do Capitão Marvel um personagem famoso.
Nas primeiras histórias o Mar-Vell contracenava com uma humana chamada Carol Danvers, mas ela foi atingida por uma explosão de um ARTEFATO Kree e ficou gravemente machucada. Ela ressurgiu só em 1977, em Ms. Marvel #1, quando descobrimos que aquela mesma explosão modificou a sua estrutura genética, juntando-a com a do próprio Mar-Vell e, assim, CONFERINDO poderes dos Kree pra ela. Nessa nova versão, criada Gerry Conway, a Miss Marvel apareceu em histórias dos Defensores, Vingadores, Homem de Ferro e Homem-Aranha.
Nos anos 1980 foi tudo uma cagada. Primeiro, no comecinho da década, um personagem chamado Marcus a sequestrou, estuprou, engravidou, o filho nasceu e envelheceu rapidamente e... Bom, algo horrível.
Chris Claremont, que tinha sido o roteirista anterior da Miss Marvel, não curtiu nada dessa história e acabou fazendo dos limões uma limonada. Ele trouxe a heroína de volta do espaço e a colocou frente a frente dos X-Men, cujas histórias da equipe na época o roteirista escrevia. Na HQ ela é atacada pela mutante Vampira, que ainda era uma vilã, e tem seus poderes e memórias roubadas. O Professor X dá uma força pra Marvel, restaurando as memórias – mas sem a última fase da vida dela, justamente a da gravidez.
Essa era uma época na qual a Casa das Ideias não resolvia qualquer coisa com mágica. Além disso, essa história serviu para dar o poder de voo e superforça à Vampira, que depois se tornou outra heroína chutadora de bundas.
A fase sem poderes de Carol não durou muito: vítima de experimentos de uma outra raça alienígena, a Ninhada, ela se torna uma outra heroína, a Binária. Apesar dela ter os poderes equivalentes ao de uma ESTRELA e fazer várias aparições nos anos seguintes, a Binária nunca decolou. Então, já nos anos 1990, ela voltou a usar o nome de Ms. Marvel e teve os poderes diminuídos após a saga Operação Tempestade Galáctica.
Carol Danvers só alcançou mesmo o protagonismo após Dinastia M, saga que trouxe um universo alternativo no qual ela era realmente uma das maiores heroínas da Terra. A Miss Marvel ganhou um gibi próprio, teve bastante importância na primeira Guerra Civil e teve um papel de protagonismo na nova versão dos Vingadores.
Em 2012 rolou uma nova transformação: a Marvel percebeu que era hora de recriar Carol Danvers assumindo um protagonismo ainda maior dentro da editora. Deram a ela o nome de Captain Marvel, que já havia sido usado por outra mulher nos anos 80 (Monica Rambeau), explicado no contexto da HQ como uma homenagem ao legado do Mar-Vell. O uniforme também voltou a ser próximo ao visual mais clássico do Capitão Marvel e, até por isso, também parecido com o primeiro uniforme da Carol como Miss Marvel.
Nessa nova fase, a Capitã Marvel não só integrou os Vingadores, como também fez parte dos Guardiões da Galáxia – o que pode indicar aí um dos caminhos para a versão dos cinemas. A heroína também inspirou uma nova Miss Marvel, a jovem muçulmana AND inumana Kamala Khan.
Atualmente, a Capitã Marvel tem um papel importante na saga Civil War II, da qual já falamos algumas vezes aqui no JUDÃO.
Agora, como será a versão dos cinemas? É provável que toda essa trajetória, desde o Capitão Marvel até a versão atual, seja encurtada. Carol Danvers provavelmente deve ganhar poderes sem muita explicação, ainda que exista alguma ligação com os Kree – que já deram as caras no Universo Marvel dos cinemas. O alter-ego de Capitã Marvel também deve ser assumido de cara, com a fase de Miss Marvel deixada de lado.
A única tristeza nisso tudo tá no fato de que a primeira produção realmente estrelada por uma heroína na Marvel Studios só saia em 2019. Três anos demora?